Capítulo 4 - O despertar

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Lucien aprendeu a esperar, aprendeu que a espera as vezes pode valer, mas em outros momentos, a espera será só é angustiante.

Em momentos como aquele, era isso que ele sentia, excitação e angústia. Haviam se passado pouco mais de Dois anos desde a última movimentação das Rainhas Humanas em conjunto a Korshei

E esse último, Lucien nem queria lembrar. O Príncipe da Corte Diurna ainda se lembrava de seu encontro com o deus da Morte, naquela época ele não pode deter Korshei sozinho, mas foi graças ao seu sogro que ele conseguiu libertar Vassa da servidão daquele Tirano. Bom, era o que eles achavam, mas Vassa havia sido liberta de apenas parte da maldição, a que a aprisionava ao deus. Korshei havia dito para ele: "Haverá um preço".

Esperar sempre fazia Lucien pensar, era dele sua natureza. Refletir, embora fosse extrovertido, também era muito introspectivo, algo que poucos notavam.

Lucien permaneceu paciente, admirando o corredor do Palácio do Sol. A casa de seu Pai, Helion, com toda certeza era a mais linda morada de um Grão Senhor dentre as 7 cortes existententes em Prythian. Parecia ser banhada a ouro — e provavelmente era. Ele ainda não estava acostumado a viver ali, não totalmente. Mesmo depois de um ano, ainda havia aquele receio de tudo ser mentira, mas ele sabia que não era. Helion de fato era seu pai, bem como sua mãe havia confirmado.

Por séculos ele se viu como o filho proscrito de um grão senhor sanguinário e impiedoso, até que Elain entrou em sua vida e tudo mudou, como mudou. Helion era benevolente, sábio e poderoso. A antítese de Beron. Um Senhor do Fogo, o mais velho entre os Grãos senhores, Lucien nem podia imaginar quanta crueldade aquele despota já teria feito em seus dois milênios de vida. Como era possível alguém cujo dom era o fogo, fosse tão frio? A Mãe tem dessas ironias

Era fácil se perder nessas divagações, no entanto, tão rápido quanto entrou nelas, ele foi retirado. Evalin, a Governanta do Palácio do Sol adentrou no corredor em que Lucien estava, e em seu encalço, Lore, a curandeira Mor da corte.

Lore tomou a fala e disse para seu seu Príncipe: — Meu senhor, o humano está bem, não corre nenhum risco. Como o senhor suspeitou ele tem habilidades mágicas, pois tentei penetrar a sua mente e fui detida por uma barreira. É impressionante pois, mesmo para humanos dotados de magia, eu deveria ser capaz de atravessa-las

— Então não temos como saber nada sobre ele? Quis saber Lucien

— Eu não sou Daemanti, posso apenas analisar a saúde da mente, assim como faço com os órgãos físicos, também posso ajudar a curar o inconsciente, mas não há nada para ser curado na mente daquele humano, o meu palpite é, que se quiser saber mais, precisará de um Daemanti habilidoso para tal

— Por hora Lore — disse Elain ao adentrar o corredor — isso está fora de questão, presumo que meu parceiro já tenha falado, mas a chegada de nosso convidado deve ser mantida em completo sigilo. Quanto a saber mais sobre ele, acredito que dentro de alguns instantes nossas aflições não se farão mais necessárias, ele vai acordar

— Como ordenar senhora

Evalin e Lore fizeram uma reverência e Lucien as agradeceu pela ajuda. Ele nunca gostou das formalidades exageradas, mas naquela corte, esse comportamento era uma forma de honrar alguém, independente de seu cargo, sobrenome ou poder, por isso elas não eram extinguidas totalmente, isso é algo que ele também teve que se adaptar, não era como na Outonal com tom de subserviência ou como na Primaveril, com indiferença, era um novo jeito, e que Lucien estava começando a gostar. Fazer com que todos se sentissem honrados por seus serviços, com certeza era algo para se apreciar.

Lucien olhou para Elain e disse com tom zombeteiro: — O que vamos fazer agora senhora?"

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