Prólogo.

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Sexta-feira é o dia mais movimentado em Caliente, o restaurante mexicano com o maior número de avaliações positivas da região nobre de Seul. Havia músicas animadas ao vivo, palmas altas, gritos a cada tom de vibração quente, comidas picantes, refrescos e sorvetes. 

A animação dos clientes era eletrizante de se observar, a diversão em Caliente é algo surreal. E para conseguir disfrutar de uma boa refeição e o espírito festivo da cidade do México, seria necessário fazer a reserva com um dia ou mais de antecedência, a fila de fregueses do lado de fora ficava cada vez maior, isso devido a grande demanda para el día de los muertos, que acontece anualmente no final de outubro.

O salão do restaurante é repleto de cultura mexicana, móveis rústicos, cactus, os funcionários usam roupas típicas e sombreiros. Tudo para que pudessem conhecer um pedacinho do país tão rico de cultura como o México, que mesmo ficando do outro lado do mundo, chamava a atenção do público asiático pela hospitalidade e alegria contagiante.

E não só a cultura chamava a atenção dos nativos admiradores, e isso é exaltado quando uma estrela brilhante da noite passa pela enorme porta de borla e strass vermelhos piscantes, as luzes de tons quentes focaram na figura esbelta desfilando pelo corredor de mesas recheadas de admiradores e curiosos sobre este ômega.

Jimin estava presente, assim como em todas as noites agitadas de Caliente. Era quase como uma atração especial.

O ômega sorria confiante, sorriso este que derretia a quem fosse apreciar de perto. Ele levava consigo uma bandeja de taças de champanhe.

Jimin, um humilde garçom, porém, não era alguém comum de ser visto, e não seria exagero dizer que ele poderia ser o ômega mais bonito que alguém conheceria em vida. Esta beldade, cujo a beleza iluminava a passarela de velas, com toda certeza, não é comum. 

Ele tem a pele bronzeada, como se o Deus sol o beijasse com a maior delicadeza e o enviasse para a terra de meros mortais. Seus cabelos tem ondas escuras, sendo ele, o único funcionário de contato com os clientes, que não usa sombreiro e sim, uma flor dália vermelha no canto dos fios escuros, apoiada na orelha direita. Seus olhos têm pouca melanina, adornados próximos de um verde claro e vivo que consistia nas íris de olhos puxados e pequenos.

O ômega é uma mistura perfeita entre a beleza das duas etnias em sua preciosa genética.

Sua mãe se apaixonou por um rapaz mexicano de cabelos cacheados e olhos azuis, anos antes de ele vir a este mundo, isso foi quando a mulher foi conhecer o México. O belo e jovem rapaz também caiu de amores pela moça coreana, e então, nasceu Park Jimin, o significado mais puro do amor entre os dois, sendo um lindo e pequeno ômega. 

O pai de Jimin passava bastante dificuldade financeira, por isso, aceitou rapidamente mudar-se de país para ter uma vida de melhor qualidade, já que a noiva vinha de família rica.

Ele levou consigo a velha mãe para obter a cidadania coreana, seria uma família maravilhosa até nos dias atuais, se o destino não tivesse levado os pais de Jimin tão cedo, contudo, o ômega ainda tem sua abuelita consigo, a única família que restou a ele.

Uma chuva de confetes dourados estourou no alto do restaurante e caiu majestosamente sobre o ômega, que ignorava toda aquela extravagância minuciosa, e os olhos dos telespectadores nunca se desviavam dele, mesmo ele apenas certificando-se de fazer seu trabalho distribuindo as taças de champanhe e recolhendo os pedidos das mesas.

Quando Jimin foi atender uma mesa com um senhor que aparentava ser alguém importante, este senhor lhe chamou a atenção.

— Hola niño, veo que estás haciendo un buen trabajo. — O homem de meia idade disse, quase como um sussurro lento.

Este ômega es malo!Onde histórias criam vida. Descubra agora