CAP 03

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Maraisa Henrique
Los Angeles/EUA📍

Esgueirei-me pelas paredes decrépitas do galpão, onde o caminhão que rastreávamos entrou há alguns minutos. A caçamba escura manteve-se coberta por todo o percurso, ocultando a mercadoria que o veículo carregava.

Sinto a brisa gélida se chocar contra o meu rosto, bagunçando meus cabelos e fazendo com que alguns fios tampassem os meus olhos, impedindo parcialmente o meu campo de visão. Com a mão disponível, alinhei-os para trás, piscando para focar a imagem que se sucedia à frente.

O local estava inanimado, desvanecido em escuridão e silêncio, nos deixando ainda mais apreensivos para invadi-lo.

Junto à mim está Marília, Maiara e mais seis homens. E a nossa frente está o maior laboratório de refinamento de drogas do país, localizado em um galpão abandonado. Estamos a espreita dessa máfia a semanas, essa pequena máfia tem tentado se envolver com a compra e venda de armas para terroristas internacionais, fazendo contato direto com os mafiosos Americanos (meu alvo oficial) e está atrapalhando meus negócios, e hoje finalmente iremos eliminá-los. A alguns dias nossa máfia descobriu sua localização e uma entrega de um lote de armas que ocorreria no dia de hoje.

–Já estão todos devidamente equipados?- pergunto.

- Sim. - respondem firme em uníssono.

O barulho de um caminhão estacionando nos coloca em alerta, pressionei meus dedos com força contra o cano da minha Glock, aguçando minha audição, vou até a janela que está totalmente empoeirada e retiro um papel que estava sobre o vidro, me dando a visão do que acontecia do lado de fora. Fiz esse movimento tantas vezes que chega a ser automático.

Logo o caminhão estaciona em frente ao galpão, sete homens armados saem de seu interior.

–Eles chegaram. Sigam o plano como planejado, não deixem nenhum vivo.- digo séria.

Assim como todos, pego minha arma e munição suficiente. Meu objetivo principal é pegar esse tal de Edgar Freitas o famoso "chefão", aquele que comanda uma das grandes máfias daqui, vi seu rosto algumas vezes, nas quais nós tombamos e garanto que não tivemos uma boa impressão um do outro, embora ele não tenha noção de quem eu sou.

Após um pequeno tiroteio na rua deserta, conseguimos acabar com todos aqueles que estavam do lado de fora do galpão. Logo em seguida entramos no local, não consigo localizar o alvo junto aos seus homens, sem dúvida o covarde deve ter se escondido.

Enquanto meus homens atiravam em direção aos homens que tentam a todo custo se protegerem, começo a subir para o segundo andar. Aponto a arma para frente e observo todo o local. A escada é de madeira e a cada degrau que piso percebo que tem grandes chances de quebrarem, por isso ando sorrateiramente.

Chego ao segundo andar, tudo está uma bagunça, caixas estão espalhadas por todo lado além de muita poeira, aparentemente este andar está vazio, não há ninguém por aqui. São aproximadamente seis horas da tarde, mas aqui ainda não está muito escuro, o que ajuda bastante.

Percebo que os tiros cessaram lá embaixo. De repente escuto um barulho não muito longe e resolvo me aproximar, logo estou em um longo corredor, essa parte apresenta mais cômodos e tenho quase certeza que o ruído veio do fundo.

Abro uma porta a minha direita. Nada. Após fechar a porta um tiro quase me acerta. Corro até aquela direção em que foi disparado. Uma sombra aparece e eu rapidamente entro no próximo cômodo.

Tiros são disparados, saio atirando, até que vejo um homem pular a janela a frente, com certeza é meu alvo, vou até lá rapidamente. Ele havia pulado em uma caçamba de lixo, faço o mesmo na janela sem pensar. O lixo amortece a queda, assim saio dali rapidamente correndo atrás desse maldito que corre pela rua.

Disputa por poder (DANISA)Onde histórias criam vida. Descubra agora