CAP 06

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Algumas semanas depois

Maraisa Henrique
Los Angeles/EUA📍

Fechei a mão em punho e soquei o rosto do idiota que estava amarrado na cadeira à minha frente. O golpe forte e preciso o fez sacudir para o lado e cuspir sangue junto com alguns de seus dentes no chão.

— Puta de merda! — rosnou, esfregando a língua no lábio inferior agora partido.

Não era um bom momento para me irritar. Eu estava no meu limite nos últimos dias, desde que Danilo e os desgraçados de seus homens se meteram no meu caminho. Maldito Gentili, esse italiano de merda cruzou o meu caminho e já estou a ponto de explodir de tanto ódio, mas não sei se é por ele ter comprado o cassino, ter tirado vantagem de mim por ter transado com ele... e só de pensar que ainda por cima ele fode tão bem... como ele ousa me desafiar dessa forma, jogando deboche na minha cara e achando que pode chegar a minha altura!

Me inclinei sobre o idiota que cheirava a urina, o cheiro de suor e sangue flutuou até o meu nariz.

— Eu vou arrancar cada dente dessa sua boca suja, e também vou arrancar cada uma das unhas e esmagar os seus ossos até que eles virem pó. - soltei uma gargalhada diante da piada que passou pela minha cabeça. — Você adora cheirar, não é mesmo, Camilo? Veja bem, posso dar o pó dos seus ossos para suprir o seu vício, o que acha?- olhei para Camilo, para suas mãos presas em cima da mesa e então de novo para o rosto dele.

— Você não vai fazer isso, sua desgraça... — desdenhou, e arregalou os olhos ao me ver indo em direção á prateleira onde havia umas ferramentas.

Em um movimento rápido e brusco, puxei o machado da mesa e o lancei sobre a mão de Camilo, amputando os quatro dedos da sua mão direita. O sangue respingou para todos os lados, manchando meu rosto e roupa.

– Sua puta! Maldita! Desgraçada! - gritou, batendo as costas na cadeira para diminuir a dor. Juntei os dedos e me virei para um dos meus homens.

– Queime e faça o pó. Rápido, antes que ele morra- ordenei. E como um bando de babacas inúteis, eles se entreolharam, sem coragem de pegar os dedos decepados.– Se ninguém pegar isso aqui, vou acrescentar os de vocês ao pó- sibilei, entredentes.

Antony deu um passo à frente e finalmente recolheu os dedos da minha palma aberta, escondendo o nojo que sentia, antes de sumir na direção de uma das salas logo em seguida.

Puxei uma cadeira e me sentei de frente para Camilo. Removi um lenço do bolso e limpei os respingos de sangue do meu rosto.

–Você vai cheirar o melhor pó da sua vida- zombei, sorrindo friamente. –Mas... posso ter piedade, se me disser os nomes.

O maldito tinha entrado em nosso território, explodido um dos nossos clubes e detonado uma carga de cocaína. Ele não estava sozinho, mas apenas ele foi burro e lento o suficiente para ser pego.

Eu queria os nomes dos comparsas, e eu faria dos últimos momentos da vida de Camilo um inferno até conseguir as respostas. Ele não disse nada, seus olhos escuros apenas me encaravam cobertos de ódio.

Recolhi a faca da mesa e girei a ponta, brincando com o instrumento.

–Sabe... eu vou contar um segredo.- sorri, inclinando-me para sussurrar. - Eu tive uma gestação muito difícil...e mesmo grávida eu lutava e degolava o pescoço de quem ousasse fazer mal ao ser que estava no meu ventre.- anunciei baixinho segurando o riso.

Camilo arregalou os olhos e demonstrou, pela primeira vez desde que havia sido pego verdadeiro interesse nas minhas palavras.

– Como é?- questionou em um bramido. Confirmei com um aceno de cabeça dando de ombros.

Disputa por poder (DANISA)Onde histórias criam vida. Descubra agora