Havia marcado 07:00 am no relógio quando Johnny chega em casa, sua cabeça latejava de dor, suas vistas estavam embaçadas e seu corpo estava mais mole que gelatina, tudo isso por causa da maldita garrafa cara de whisky, ele pensou. Mas o que ele não lembrava, é que não havia sido apenas uma garrafa de whisky.
Onze horas antes
— Você tem certeza disso? — sua amiga, Ashley, perguntou.
Parado em frente a porta da boate, encarando o rosto de sua amiga, ele se perguntava se isso era mesmo uma boa ideia. Ele não tinha o costume de beber, mas seus pensamentos estavam cada vez mais nebulosos. Temia que tivesse uma crise novamente e isso o deixava preocupado.
Quando sua amiga lhe mandou mensagem o chamando para sair, ele não hesitou em responder que iria. Sabia que sua mente estava um caos e que sair para beber não era a resposta para acalmá-la, mas ele precisava de uma boa dose de whisky e, com sorte, seus pensamentos o deixariam em paz.
— JOHN? — sua amiga lhe chamou pela terceira vez.
Saindo de seus pensamentos ele apenas concordou com a cabeça e caminhou em direção a entrada assim que viu o segurança abrindo as portas e deixando algumas pessoas entrarem.
Sua amiga lhe seguiu sem falar mais nada. Ela sabia que se falasse algo iria ser ignorada, então apenas abaixou a cabeça e entrou na boate atrás de seu amigo.
Assim que entraram na boate o clima pesado se desfez. A música alta tocava e vários corpos dançavam colados uns aos outros. Outras pessoas bebiam das mais diversas bebidas disponíveis no bar ao canto, enquanto alguns apenas se agarravam pelos corredores apertados.
Os amigos caminharam até o bar e pediram uma garrafa de whisky.
Sentados em silêncio - apesar do som alto - eles bebiam sua bebida e cada um pensava no que mais atormentava seus pensamentos. Johnny torcia para que a bebida fizesse efeito imediatamente, só assim para evitar que sua mente o levasse ainda mais longe e só assim para tentar ignorá-los.
Já Ashley, o observava calmamente. Ela percebia a confusão que estava se passando pela cabeça de seu amigo
— Por que está me olhando assim? – Johnny perguntou após se sentir incomodado com o olhar penetrante da mulher ao seu lado.
Apesar do barulho, Ashley conseguiu entender seu amigo, era expert em fazer leitura labial, já que o homem ao seu lado sempre parecia falar mais para si mesmo do que para os outros.
— Me pergunto até onde você irá. — Ela respondeu um pouco mais perto de seu amigo para que o mesmo a pudesse ouvir.
— O que quer dizer?
— Qual é John, nós dois sabemos muito bem que você não tem o costume de beber. Muito menos em boates como essa. — Ela se aproximou um pouco mais. — Esse é o primeiro convite que você aceita depois de anos.
Johnny observou a mulher ao seu lado. Apesar de sua voz ter soado um pouco grosseira, seu rosto estava calmo. Isso era bom, significava que ela não estava a fim de brigar, apenas estava sendo uma amiga preocupada.
Ashley parecia saber de tudo o que o assombrava, e isso o deixava aliviado e ao mesmo tempo assustado. Não queria que ninguém soubesse sobre seus pensamentos sombrios, mas conversar com alguém sobre eles poderia ser de grande ajuda para os fazê-los parar.
— Eu preciso disso, Ash. — Ele respondeu após alguns minutos de silêncio.
— Não vou te perguntar o porquê, acredito que se você quisesse me contar já teria feito isso. — Ela olhou para as mãos dele. — Mas não vou ficar te olhando enquanto você acaba com uma garrafa de whisky.
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Culpado Ou Inocente?
Short StoryEm uma manhã de domingo qualquer, Johnny acorda em sua casa sem memória e confuso sobre o que aconteceu na noite passada. Batidas na porta foram ouvidas. Mesmo sem entender o que estava acontecendo e sem saber quem poderia ser aquela hora, ele segui...