BETWEEN BLOOD AND HEARTS! | percy jackson.

κεφάλαιο έκτο ⸺ capítulo seis!

'O TEMPO, GNOMOS SANGUINÁRIOS E O MEDO.'

- Ok, hm, os deuses gregos existem, sim. - os olhos negros da jovem semideusa demoraram-se sobre a pelagem esbranquiçada do centauro com uma indignada aversão de ignorância. Percy Jackson, seu secreto inimigo, remexeu-se com inquietação enraivecida na poltrona esverdeada. - Hm, tive um encontro nada amigável com umas vampiras bode-robôs e agora... um homem cavalo. Isso é alguma tentativa de me deixar louca?

- Não precisaríamos de tanto. Você é meio paranoica, né? - o semideus dos Mares murmurou, erguendo uma sobrancelha sarcástica quando Hadria cerrou o olhar em sua direção. - E é 'centauro'.

      Quíron, a criatura mitológica, soltou um riso nasalado, observando ambos. A Linard remexeu-se inquieta. 'Ele estava rindo dela?' Ela pôde sentir ainda mais antipatia por ele.

- Não estamos tentando enlouquecê-la, Hadria. É bastante difícil lidar com essa nova realidade, de fato. Mas, há perigos lá fora e estamos dispostos à protegê-la, com treinamentos e ensinamentos, o máximo que pudermos. - o homem tornou suas feições mais sérias, inclinando-se levemente sobre a mesa de madeira retangular que separava os inimigos desconhecidos enquanto buscava as palavras certas que pareciam não haver. - Nós estamos lidando com algo muito maior que apenas as Empusas, os seres que atacaram vocês. Os deuses, como Percy lhe explicou, na maioria das vezes tomam decisões que... não compreendemos.

     A Linard pôde facilmente sentir a raiva acumulada borbulhar no fundo de si - ele estava tentando justificar os atos daqueles... imbecis dourados?

- E, por isso, muitos de seus filhos tomam decisões...

- Erradas? - questionou a jovem, tentando engolir o desafio que perpetuava seu tom.

     Perseu remexeu-se desconfortável, irrequieto.

- Dolorosas, acredito. - o centauro respondeu, analisando atentamente o maxilar trincado que demarcava a face da Linard. Ela fingiu um suspiro, buscando afundar os verdadeiros sentimentos o mais distante possível da beira de sua farsa.

- Gostaria que me dissesse, sem metáforas ou enrolações, o que realmente está acontecendo, senhor.

      Hadria, afinal, tinha de saber como o inimigo repassava suas informações - preciosas (de preferência) ou não.

- Uma guerra. - respondeu Quíron lentamente, buscando examinar a expressão da jovem a cada letra dita.

Então, Hadria deixou o medo fluir. Um suspiro temeroso 'escapou' de seus lábios entreabertos e o olhar em seus olhos dispersaram-se do foco mitológico, vagando entre as palavras enunciadas com terror.

- Uma... guerra? Entre os deuses ou...? - o centauro milenar soltou um pesado suspiro, olhando de esgueio para o filho do Mar calado, mas atento, no canto do cômodo.

- Entre duas grandes forças. O Tempo e seus filhos.

     Um arrepio correu pela saleta, tornando as espinhas gélidas como afiadas estalactites num inverno lancinante. Hadria não pôde deixar de tremer a ponta dos dedos na mesa de madeira, espalhando o medo que o Tempo ansiava consumir.

- O... Tempo? - indagou ela, com palavras lentas e experimentais. A nomeação esfriou seus dentes como se tivesse acabado de morder um picolé de limão, e aquela sensação agradou algo irrequieto em seu interior.

     Perseu Jackson bufou, remexendo ansiosamente num fio solto de jaqueta jeans puída.

- Você não sabe nada sobre mitologia grega? - resmungou, recebendo um olhar desaprovador do centauro milenar vigilante nas ações dos semideuses.