Κεφάλαιο δυο ⸺ capítulo dois.

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'O TEMÍVEL INIMIGO DE CRONOS E SEU MEDO DE GAROTAS BONITAS.'

     Hadria soube que estava entre o fim e os deuses desde o momento que nascera. 

     Os atos que lhe moviam as próprias mãos pareciam ter sido previstos nos primórdios do mundo, e seu anseio pela queda do Olimpo parecia ter sido escrito em seus ossos com brasas quentes do mais indomável fogo grego, que nunca lhe deixariam. 

     Ela estava fadada a destruição. Ao caos. Era a linhagem, as Parcas e a Profecia impregnadas em sua carne e mente. 

    Sendo assim, desde seu nascimento, Hadria estava ao lado de monstros. Humanos perversos, seres mitológicos e almas atormentadas haviam-na ensinado a crescer e derrubar o que estivesse no caminho.

    Sangue, afinal, era apenas usado para regar novas conquistas. As suas conquistas.

     Entretanto, sendo filha do Medo ou não, possuindo controle de más emoções ou não, a Linard ainda possuía um coração pulsante no peito. E essa era sua profetizada e desconhecida ruína.

[...]

     A luz fria invadiu seus olhos quando suas pálpebras tremeram, insistindo em abrir-se. O sol gélido fez sua visão esbranquiçar-se, impedindo-a de identificar onde se encontrava.

     A jovem discretamente tateou os arredores, em busca de algo afiado - onde estava sua lança? O desespero inevitável e indesejado ansiava alcançar-lhe o peito inquieto.

- Hadria? Ei, Hadria? - a voz enrouquecida de Ethan conquistou sua atenção, levando-a em sua direção. - Ah, você acordou, finalmente. - o alívio em seu timbre apreensivo a fez relembrar-se da noite anterior, as sereias infernais, e o alívio de ainda respirar lhe consumiu rapidamente.

- As sereias, aquelas filhas da... hm. - a garota prendeu o xingamento nos lábios, impedindo-se de acertada ainda mais pela fúria do Deus do Mar, enfim conseguindo abrir os olhos e enxergar completamente. Ainda estavam na varanda do navio, com as lâminas ensanguentadas jogadas ao lado e a corda carcomida em volta de si bastante arranhada e alargada. - O que aconteceu?

    Encontrando, por fim, o olhar abalado do Nakamura, a garota viu-o abrir um falso sorriso estreito enquanto apertava os tampões de ouvido nervosamente entre os dedos longos.

- Quase tive que pular no mar para te resgatar, além de levar vários socos e chutes gratuitos. Você é forte, sabia? - ele riu curto quando a semideusa estalou a língua, comprimindo um sorriso rápido nos lábios. - O peixinho-fora-d'água vai ter muitos pesadelos com você, não se preocupe.

    Não conseguindo impedir, Hadria sorriu.

- Cale a boca. - Ethan ergueu as mãos arranhadas numa rendição coberta de zombaria, mas a semideusa contentou-se em ignorá-lo e passou a observar seu próprio estado, vendo que havia feito alguns cortes fundos em sua própria carne com as unhas e o desespero de alcançar as promessas do mar perverso. Eram realmente tentadoras, mas Hadria rapidamente as expulsou de sua mente sabendo que se as mantivesse consigo se afogaria em si mesma.

     Soltando um suspiro tremido, a jovem observou o semideus preocupado. Ele também parecia demasiadamente perturbado.

- Relaxe, Ethan. - ela resmungou numa zombaria angustiada, afundando a respectiva apreensão em seu peito. - Não foi dessa vez que você salvou a princesa em perigo no mar.

     O garoto asiático soltou um riso rápido, observando-a com provocação.

- Princesa? Onde? Estou mais perto da realeza que você, ogrinha.

BETWEEN BLOOD AND HEARTS! | percy jackson.Onde histórias criam vida. Descubra agora