κεφάλαιο όγδοο ⸺ capítulo oito!

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'CARA BONITINHA, MUFFINS DE VIDA E AMEAÇA VERMELHA.'

- Segure a espada com a mão que você sente mais apoio e gire... não! Não desse jeito! - Percy desviou quando a espada prateada voou drasticamente das mãos de Hadria e, surpreendentemente, passou perto de sua orelha direita. O objeto fez um tintilar irritante ao cair na arena. 

    O garoto voltou-se pra ela com os olhos azuis arregalados, passando discretamente a mão pelos cabelos segundos antes ameaçados. 

- Para uma espadachim você é uma ótima dançarina. 

     A Linard abriu um sorriso frio. 

- Eu poderia ter deixado um inimigo sem orelhas agora. 

     Percy resmungou, abaixando pra pegar a arma afiada novamente. Ele estendeu-a de volta pra semideusa com certa relutância, franzindo o nariz com teimosia. 

- Se for possível, tente não arrancar nenhum membro de ninguém. 

- Nem os olhos? - ela disse, abrindo um sorriso quase angelical. O garoto engoliu em seco, a presença de Hadria lhe dava calafrios as vezes. - Estou brincando, imbecil. Mas seus olhos são bem bonitos... 

     Ele os revirou, colocando a Contracorrente frente a si e deslizando um sorriso desafiadoramente sarcástico pelos lábios. 

- Vai ter que vir pegá-los, então. 

     E então Hadria avançou. 

      A garota perdeu-se no seu 'eu' verdadeiro e no inventado, seus olhos ferozmente raivosos. Não era bom desafiá-la, ainda mais quando a cólera fervilhava em seu interior. A semideusa do Medo queria - não apenas aqueles olhos brilhantes tornando-se extremamente apagados em sua palma - o coração pulsante que Perseu Jackson carregava no peito paralisando lentamente num chão frio. 

      Percy bloqueou o golpe, olhando-a surpreso. Como ela havia o atacado tão rápido? Hadria estava entrando numa lacuna desesperadora de raiva e poder - afinal, o garoto assustado frente a si parecia emanar medo o bastante naquele momento - e, se a adentrasse, seria difícil sair. Ela tinha que conter-se ou seria contida pra sempre. 

      Entretanto, aquela raiva em si a fazia esquecer-se de qualquer falso ou real sentimento alarmante que rebombava em seu interior. A Linard queria o avermelhado sangue do Mar - porém, se ali o conquistasse, o teria em si além de pra si. Sua missão dependia dessa vitória. Hadria precisava parar.  

      Finalmente tomando controle da ira avermelhada que emaranhava-se em suas veias e sangue, a jovem deu um passo em falso e desestabilizou propositalmente a espada e sua força colocada nela, a fazendo deslizar e pender em direção ao chão. A semideusa deixou o medo expressar-se em si, arregalando os olhos escuros rapidamente. Percy soltou um suspiro rápido, confusamente impressionado. 

- Como você...? - ele não terminou, observando-a atentamente enquanto limpava o suor de sua testa com as costas de sua mão. Sua espada caiu também. Hadria, aflita, pensou rapidamente. 

- Seu medo. - respondeu, reerguendo a arma prateada e observando-a com falsa admiração amedrontada. - Pude senti-lo. E eu o usei, acho. - a Linard voltou o olhar pro semideus do Mar, erguendo uma sobrancelha de forma zombeteira. - Já está com medo de mim, Jackson? 

     O garoto sentiu as próprias bochechas ruborizando levemente, acanhado. Ele fingiu um sorriso provocativo, desdenhando. 

- Medo de você? É, pode-se dizer que morro de medo de que você comesse a estapear meu calcanhar.  - a garota, soltando alguns xingamentos nada amáveis, começou a girar a espada irritadamente na direção de Percy, que apenas bloqueava com os lábios esticados num riso contido. 

BETWEEN BLOOD AND HEARTS! | percy jackson.Onde histórias criam vida. Descubra agora