Prólogo: O Convite

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Uma tarde tranquila em Brasília, dia normal pra muitos, mas pra certo garoto, não. O homem, 19 anos, com cabelo preto, pele parda e com olhos quase pretos, pedia trabalho por muitos lugares. Dessa vez, pedia pra um gerente do supermercado Carrefour.

- Por favor, tenho tentado procurar emprego em todos os lugares, mas não encontrei nada. - dizia ele, rogando.

- Sinto muito, mas não temos vagas disponíveis. Volte outro dia ou procure em outro lugar. -


L

O garoto saiu do supermercado novamente decepcionado, enquanto o gerente murmura. Outra tentativa mais falida. Ele depois caminha alguns minutos debaixo do sol quente, até um pequeno restaurante e pede emprego lá, mas é negado também. Sem muito mais do que fazer, ele sai e vai para um parque, cansado e mais decepcionado com ele mesmo.

- Será que realmente vou achar emprego? - Ele dizia, se perguntando sem esperança.

Sem perceber, uma mulher, 55 anos, loira, e de olhos verdes, seguia ele, correndo atrás do garoto e o alcança.


-

Desculpe, ouvi você aí, meu jovem. Você está procurando emprego? - Ela falava com tom inocente, ofegante pela corrida.

- Sim, porquê? Você tem algum trabalho disponível que eu possa fazer? Eu posso fazer qualquer coisa! - Os olhos deles brilharam enquanto ele começava a pedir de novo.

- Não fique desesperado. E sim, tenho algo para você, mas pode envolver mais do que você pensa...


- Ok... - O homem se aproxima. - Então do que se trata? -


A

mulher olha o garoto de cima a baixo e se aproxima.
- Você trabalharia para uma organização e teria que trabalhar duro. Use todos os seus talentos, sabe?-


- Todos meus talentos? -


- Você sabe como socializar com as pessoas?-


- Honestamente, não. Não tive uma vida boa... -


- Ah, entendi. Problemas familiares, problemas de aparência...- Ela suspira. - Eu sei como é isso. - Ela desvia o olhar, como se uma lembrança pesada veio para a mente.


- Você sabe? Quero dizer, problemas de aparência você não poderia ter porque é bonita, com todo o respeito... - Ele fica um pouco envergonhado falando isso, querendo ganhar a confiança da mulher, e conseguiu os risos dela.


- Obrigada pelo elogio, mas sim, eu sei. As pessoas me olhavam de cima, me tratavam como burra, gorda e feia. Então eu tive que viver assim, tendo que ouvir todas essas pessoas me rejeitando daquele jeito durante anos, até encontrar meu lugar. Encontrei um propósito e meu valor em meu grupo. Fui tratado como se fosse muito mais especial e valiosa. -

Babilônia SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora