18 - Um Dia Diferente

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Alex Claremont-Diaz'es Point Of View.

Sabe quando você está dormindo, e acorda com uma energia diferente? Uma sensação boa? Foi assim que acordei hoje. Espreguicei-me sobre a enorme cama, sentindo todos os músculos do meu corpo mais relaxados. Abri os olhos com certa dificuldade, e fitei o teto de gesso.

Meus olhos correram por todo o luxuoso quarto no qual eu estava hospedado. A casa dos Foxes era de invejar, tudo extremamente lindo, e mesmo com tanto luxo, ainda poderíamos sentir um ambiente acolhedor. Rolei na cama de um lado para o outro, sentindo o aroma suave que emanava dos lençóis tão macios, quando Henry veio em meus pensamentos. Eu não conseguia imaginar o quão difícil estava sendo para ele ter que enfrentar a doença de seu pai.

Pelo pouco de conhecimento que tinha a respeito da doença, Alzheimer era um mal incurável, e só piorava com o decorrer do tempo. Em minha cabeça, Arthur era novo demais para ter tal mal, mas infelizmente aquilo não escolhia idade ou gênero. Apesar do diagnóstico, Arthur parecia ser um homem feliz, até o momento eu sempre notava um sorriso sincero em seu rosto. Catherine e Bea pareciam estar conformadas a viverem com a doença do patriarca. Somente para Henry era mais dificultosa a aceitação, e eu não o julgava.

A noite de ontem realmente havia deixado o loiro frágil demais, lembro exatamente do brilho triste dos seus olhos ao me fitar. Foi de cortar o coração vê-lo assim. O que mais me surpreendeu foi o pedido de um abraço. Será que Henry me considerava seu amigo? Ou havia sido somente para aliviar seu pior momento?

Não...

Henry não era daquela maneira, ele sempre se mostrava uma pessoa totalmente decidida e sincera. Imaginá-lo de outra forma era um tanto difícil para quem convivia com seu jeito diariamente. Mas então, o que ele esperava de mim? Talvez nada, apenas uma amizade. Era nítido que Henry se ajoelhava aos pés de Gabriel, ou melhor, aos meus pés. Mas não era assim que eu o queria. Eu queria sentir seu carinho, queria ser cuidado, amado. Mas nesse patamar eu ainda não tinha chegado.

Gabriel conquistou Henry com o corpo, o desejo. E eu? O que eu havia feito? Nada. O que eu tinha conquistado dele?

Levantei-me da cama deixando as ideias para trás.
Pensar em tantas coisas me deixaria confuso. Por isso eu tinha tomado uma decisão. Faria desse final de semana algo especial, eu não me preocuparia com Gabriel, ou com o fato de Henry ser meu chefe. Como ele havia pedido, seríamos apenas Henry e Alex. Nada mais.

Depois de um banho quente, vesti uma bermuda jeans, e uma camisa cinza azulado de tecido leve. Alisei os cabelos, e coloquei meus óculos. Olhei-me pela última vez no espelho antes de sair do quarto, a essa hora todos já deviam estar à mesa para o café da manhã. Desci as escadas sem fazer barulho, ouvi algumas risadas vindo de fora que julgava ser de Arthur e Beatrice. Eles não estavam na sala de jantar, pela enorme vidraça eu os vi sentados à mesa do lado de fora. Aproximei-me lentamente onde todos estavam reunidos.

"Digamos que eu acredite que ele não é, mas deveria ser, é um gato."

Arthur falava para Henry. Será que estavam falando sobre mim? O meu chefe soltou uma risada para o pai, jogando um pequeno pãozinho nele.

- Estragar comida é pecado, Henry. Bom dia, gente! - Falei ao me aproximar da mesa. Todos rapidamente colocaram os olhares sobre mim, deixando-me envergonhado. Henry me fitou dos pés a cabeça, como quem analisasse cada detalhe que havia em mim.

- Bom dia, Alex! - Bea falou animada.

- Viu só, Hen? Alex ainda é religioso.

- Pai! - Henry o cutucou, e depois lançou um olhar em minha direção.

The Stripper (Alex & Henry - firstprince) - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora