capítulo 1

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      - De longe consigo ver que essa remolada precisa de mais orégano. - diz o chefe do Baratie.
      - Orégano é coisa para bárbaros! - diz o loiro para o chefe à sua frente com o seu típico olhar de tédio.
      - Sanji, o chefe sou eu! - diz com um certo tom de raiva.
      - Mas isso não quer dizer que eu tenha que te obedecer estando você errado. - fala um pouco convencido.
      - Já que você não vai me escutar, então vai atender as mesas. - Zeff pega a faca a qual Sanji estava cortando as cenouras.
      - Como? - diz Sanji incrédulo.
      - Isso mesmo, se você não vai obedecer as minhas ordens então você não vai cozinhar. Você agora vai atender as mesas. - fala sério.
      - Isso não é justo! - Sanji aumenta o tom de voz pela raiva que sentia.
      - É justo sim, afinal sou eu que mando nesse restaurante e você vai atender as mesas! - Zeff diz firme e quando viu que Sanji ia contestá-lo ele logo se impôs - Agora Sanji!
      - Que droga! - o loiro sai com raiva pra atender os clientes. Pegou seu palitó que sempre tirava quando ia para a cozinha.
      Sanji era o filho adotivo de Zeff, o mesmo adotou Sanji quando tinha 10 anos, depois de passarem por um momento muito turbulento na vida de ambos, Zeff resolveu adotar Sanji e depois os dois resolveram abrir um restaurante na cidade de Tóquio, o tão famoso Baratie, o restaurante mais procurado e renomado de toda a cidade de Tóquio.
      Sanji, por mais que não admite-se, ele realmente considerava Zeff seu pai, mesmo que não aparentasse já que os dois só viviam brigando um com o outro a maior parte do dia.
      O loiro estava realmente irritado por ser impedido de fazer a coisa que mais amava, cozinhar. Após vestir o seu paletó, ele foi atender as mesas, por mais que fosse contra sua vontade, ao sair da cozinha ele viu o Baratie lotado, por alguns segundos o sentimento de raiva foi substituído pelo sentimento do orgulho e felicidade por ver o Baratie lotado, nunca nem nos seu maiores sonhos ele pensaria que um dia ele e o Zeff pudessem conquistar tal fama, mas ao lembra que fora obrigado a atender as mesas ao envés de cozinhar ficou com raiva novamente.
      No instante seguinte a porta do restaurante foi aberta e pela mesma entrou três pessoas vestidas de preto, 2 homens e uma mulher. A mulher estava do lado direito, tinha pele morena, usava um vestido longo preto de alças finas, cabelos negros que iam até quatro dedos abaixo dos ombros e tinha uma franja, ela tinha lindos olhos azuis. Do lado esquerdo tinha um homem de pele morena, cabelos pretos com madeixas cheias e emaranhadas, usava seu cabelo para trás preso com uma bandana também preta, usava óculos escuros e um terno preto que combinava com a gravata que tinha a mesma cor, um fato que chamou a atenção do Sanji foi a arma de fogo que ele carregava na cintura. E à frente dos dois tinha um homem alto, com uma pele levemente bronzeada, cabelos verdes e parecia músculoso, usava um terno preto também, mas a diferença era que seu palito estava aberto mostrando sua camisa social branca e em sua cintura haviam três katanas, isso deixou Sanji impressionado.
      Os três foram até uma mesa que estava reservada, provavelmente por eles, e se sentaram à mesa, Sanji então foi atendê-los.
      - Boa noite senhores, bem vindos ao Baratie! Querem ver nosso cardápio de hoje? - fala nem tentando ser simpático.
      - Sim! Por favor. - fala a mulher sorrindo simpaticamente.
      Sanji saiu dando um sorriso falso e foi pegar os cardápios. Ao voltar, entregou os cardápios e esperou as pessoas pedirem.
      - Tem nada de especial pra gente? - diz o cara  que portava a arma de fogo, sorrindo de maneira debochada.
      Sanji ficou por um minuto estático com a ousadia do homem a sua frente.
      - Não, não tratamos ninguém de forma especial, então se quiserem alguma coisa que seja do cardápio. - fala Sanji de forma grossa e sem paciência.
      - Você por acaso sabe quem somos? - fala o homem todo sentido com o loiro.
      - Não, não sei e nem quero saber. A única coisa que eu quero agora é que vocês escolham logo os seus pratos - fala o loiro com um tom de indiferença.
      O pistoleiro fez menção de se levantar colocando a mão direita na mesa e a esquerda na arma de fogo na sua cintura, porém, o mesmo não se levantou quando viu o de cabelos verdes se ergue por completo.
      A diferença de tamanho era gritante, Sanji não era tão pequeno tinha 1,70 de altura, mas o homem a sua frente aparentava ser bem mais alto que isso, teve que levantar um pouco a cabeça para olhar no olho do homem a sua frente. O homem de cabelos verdes segurou no cabo de sua katana e olhou bem nos olhos do loiro, se impressionando logo depois ao perceber que o mesmo não se intimidou nem demonstrou medo ou angústia em nenhum momento.
      - você realmente não faz a mínima ideia de quem nós somos? - fala o esverdeado arqueando levemente a sobrancelha esquerda e encarando o mais novo com ar de superioridade - Quer nem ao menos chutar? - fala de um jeito debochado.
      - Não! E por acaso você é surdo ou é tão lerdo que não entende as coisas direito? Eu falei que não sei quem vocês são e isso não me enteressa, a única coisa que eu quero é que vocês façam logo os seus pedidos. Fui claro o suficiente? Marimo idiota. - o loiro fala elevando a voz e com um tom de irritação. Aquele ar de superioridade que o esverdeado emanava estava o tirando do sério.
      Nesse meio tempo de briga, o restaurante inteiro parou para ver a confusão que se formava pouco a pouco. O clima daquele recinto estava tenso, uma mistura de medo e ansiedade, apreensivos por não saber o que iria acontecer. No instante seguinte o esverdeado ia desembainhando a katana para deferir um golpe no loiro.
      Porém antes que a katana fosse completamente desembainhada um homem se pôs na frente do garçom loiro esticando os braços em forma de proteção. O homem era atarracado, de estatura média, com cabelos castanhos e pele bronzeada, usava uniforme de chef comum e óculos escuros. O esverdeado se irritou com a interrupção, mas o mesmo foi surpreendido quando o cara de óculos escuros se curvou.
      - Me desculpe! Mil perdões! Por favor desculpe o meu amigo ele não está em um bom dia. - Sanji olha incrédulo para o amigo a sua frente, não entendia porque estava fazendo aquilo. - Sei que isso não é motivo suficiente para o comportamento dele, por isso peço mil perdões. Por favor, sente-se que eu vou servir algo especial para vocês.
      - Mas-
      - Quieto Sanji - fala o homem de óculos escuros ainda curvado.
      O esverdeado analisa por um tempo a situação e vê que aquilo tudo era uma perda de tempo. Toda a atenção do restaurante estava para eles e aquilo não era bom.
      - Que seja. - fala o esverdeado embainhando a katana novamente e olhando mortalmente para o loiro. - Que isso não se repita novamente.
      - Sim senhor, não se preocupe, isso não vai mais se repetir. - diz o homem de óculos escuros se levantando.
      O esverdeado volta a se sentar, cruzando os braços e as pernas, com uma cara mais mal humorada ainda.
      - E me tragam logo a comida! - fala o homem de cabelos verdes olhando com muita fúria para os dois funcionários à sua frente.
      - Sim senhor, vou chamar alguém para anotar seu pedidos agora mesmo. - fala o de óculos escuros antes que Sanji pronuncie alguma coisa que piore a situação.
      Os ânimos aos poucos foram se acalmando e o homem de óculos escuros puxou o loiro para um canto mais afastado do local de onde havia acontecido a confusão.
      - Ei, Carne, ficou maluco? - pergunta Sanji sem entender o porquê do amigo agir estranho.
      - Não, você que é maluco! - Carne fala muito nervoso - Por acaso não sabe quem são?
      - Cara de novo isso? - Sanji já estava sem paciência para todo aquele alvoroço - Não, não sei! Se eles são tão famosos assim, então me diga, quem são eles?
      - Eles são mafiosos, seu idiota! O de cabelo verde que você tava puxando briga é o líder deles! - a cada palavra Sanji via que seu amigo a sua frente ficava mais nervoso - Roronoa Zoro, também é conhecido como demônio, tanto por sua frieza quando mata seus inimigos quanto por sua áura demoníaca. Ele é o líder da "Chi to hone"! E os outros dois são subordinados dele, o homem de bandana preta é o melhor atirador de sua facção, seu nome é ussop, e a mulher é sua estrategista, além de ser poliglota, seu nome é Robin. Os dois têm a extrema confiança de Zoro.
      - Caguei! Eu não me importo! - disse Sanji se encostando na parede e pegando um cigarro e acendendo logo depois.
      -Você é louco? Quer morrer é? - Carne não entendia o comportamento de seu amigo. Ele era tão idiota assim? - Não tem noção do perigo?
      Sanji sopra a fumaça do cigarro e olha de forma debochada para seu amigo que mostrava uma feição assustada e incrédula.
      - Perigo é meu sobrenome! - o loiro dá um sorriso debochado - Tô nem aí para quem eles sejam, só quero que eles comam logo e me deixem em paz. - logo após dizer isso, o loiro se desencosta da parede e sai andando com a intenção de deixar o amigo falando sozinho.
      Sanji foi andando calmamente até a recepção para ver que mesa precisaria ser atendida assim não teria que aturar o tao mafioso, não estava com cabeça para bobagens.
      - Sanji, estamos com pouco pessoal, hoje você vai ter que atender a mesa 4 constantemente, pode ser?- diz a recepcionista que trajava uma saia justa preta que ficava dois dedos acima do joelho e uma blusa social branca sem mangás, possuía olhos avermelhados, seios fartos e lábios proeminentes, sua estatura era média tendo 1,60 de altura, tinha cabelos castanhos claro. Suas madeixas eram presas por duas Marias chiquinhas e uma franja.
      - A mesa 4? Pode ser. - Sanji só queria acabar seu trabalho e ir para casa sua meta agora era não se estressar - De quem é a mesa?
      - deixe-me ver, só um minuto. - a recepcionista olha a lista das reservas daquela noite por alguns segundos - É o senhor Roronoa Zoro - fala a moça olhando a folha.
      -Como? - o loiro não podia acreditar, só podia ser brincadeira e a de muito mal gosto. - Você olhou direito? Diz que é brincadeira. - Sanji tinha ainda a esperança de que fosse uma brincadeira.
      - Não, Sanji, eu conferi direitinho. - fala a moça olhando dessa vez para o Sanji.
      - Mais que droga. Não acredito! - Sanji coloca de novo seu cigarro na boca.
      - Pois trate de acreditar! - a castanha pega o cigarro da boca de Sanji.
      - Ei! - o loiro tenta pegar de volta o cigarro, mas foi sem sucesso.
      - "Ei" nada. Você sabe muito bem que não pode fumar aqui. - a castanha vai até o lixo e joga o cigarro no mesmo e, consecutivamente, volta para perto do loiro - Agora vá atender a mesa 4.
      - Por favor, pudding, coloque outra pessoa para atender a mesa 4, eu nunca te pedi nada. - diz o loiro esperançoso.
      - Você sempre me pede as coisas e dessa vez não vai rolar! - diz pudding firme sem a intenção de mudar de ideia.
      - Mas pudding... - Sanji não queria ser obrigado a atender aquela mesa de jeito algum.
      - Por favor, Sanji, - a castanha tinha um olhar cansado, realmente, aquela noite estava sendo muito cansativa, o Baratie estava mais lotado que o normal - agora sou eu que estou pedindo, por favor atenda aquela mesa, faz isso por mim.
      O loiro tinha ela como sua melhor amiga tanto no trabalho quanto na vida pessoal, não podia negar um pedido dela, Sanji devia muito a pudding. Sanji suspirou profundamente.
      - Certo pudding, certo. - Sanji também já estava cansado e não queria mais encrenca - Farei isso por você. Mas só porque eu gosto muito de você.
      - Obrigada, Sanji. - a castanha dá um sorriso meigo - E não arrume confusão!
      - Vou tentar não prometo nada. - o loiro se vira e vai atender a mesa. Sua meta de não se estressar foi d'água abaixo.
      Nunca se arrependeu tanto de atender um pedido de sua amiga. O mafioso não parava de encarar o loiro, e isso já estava o irritando. Quando Sanji trouxe a sobremesa para a mesa 4, as depositaram à frente de cada pessoa e recolheu os pratos , copos e talheres sujos do prato principal já degustado e, ao sentir novamente o olhar do esverdeado o encarando, o loiro chegou ao limite de sua paciência. Sanji se virou para a mesa e viu que realmente o mafioso estava o secando.
      - O que foi? Perdeu alguma coisa em mim? Nunca me viu? - o loiro não esperou a resposta do mafioso, apenas revirou os olhos e saiu de lá.
      A jovem moça que acompanhava o mafioso começou a dar uma risadinha discreta enquanto o moreno da bandana que também acompanhava o esverdeado ia tirando a arma da cintura, porém, o esverdeado levantou a mão, como um sinal para que seu subordinado não fizesse nada, enquanto encarava Sanji. Entendendo a ordem, o pistoleiro recolocou a arma na cintura e voltou a comer tranquilamente.
      Aquele garçom chamou a atenção do esverdeado, despertando, assim, a curiosidade do mesmo.

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