Capítulo 01

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" Você pode ouvir o som da chuva lá fora, e se sentir seguro, como uma companhia solitária, alguém que senta ao seu lado e não expressa palavras, ela escuta seu choro e fica em silêncio pois chora junto contigo."

Algumas vezes somos demais, demais para as pessoas e demais para o mundo, cada minuto uma sessão incontável de desespero, ele caminhava como um fantasma, e as pessoas que passavam ao seu lado não podiam ver e nem enxergar o quanto ele estava quebrado o sorriso no rosto era o disfarce perfeito em seu " era uma vez " havia uma melancolia do início ao fim, não fazia tanto sentido está ali, as poucas coisas que passavam em sua cabeça era a reação das pessoas sobre sua morte. Não havia ninguém naquele lugar vazio era parte de seu coração agora, cada passo que dava podia sentir que se tornava invisível, queria surtar e gritar mas ninguém o ouviria.

Hua Cheng estava sempre sozinho, uma mania inconstante de manter as pessoas longe por medo, mas a verdade era que ninguém queria se aproximar, ele era ruim olhando para tudo aquilo, eles podiam o culpar mas ele já foi alguém bom só estava cansado de tudo aquilo, quis rir daquela situação seu corpo estava cansado assim como sua mente, fechou os olhos por alguns segundos apenas esperando que aquilo acabasse, podia ouvir passos se aproximando talvez estivesse enganado, porque alguém viria ali? Sentia sua consciência se esvair aos poucos seu corpo se torna cada vez mais leve, mas antes de tudo sumir pode sentir um toque suave em seu rosto.

Acordar em um lugar estranho com seus machucados todos tratados e vivo era a última coisa que Hua Cheng esperava, sentia seu corpo doer mas o que realmente se perguntava era porque ainda estava vivo, pensou que aquele lugar era perfeito para se esconder e morrer em paz, mas havia alguém disposto o suficiente para salvá-lo.

— Você acordou?

Aquilo soou como uma pergunta em vez de uma afirmação isso não era tão óbvio, bastava vê-lo ali encostado sobre a cabeceira da cama, virou seu rosto para o lado e observou o homem à sua frente, as sua vestes brancas eram delicadas assim como cada mínimo detalhe nele, mas o que chamou a sua atenção foi a faixa que cobria seus olhos, estranho mas ainda assim encantador.

— Talvez ainda esteja dormindo. — O mesmo homem pronunciou para si mesmo e se virou para sair.

— Estou acordado. — Hua Cheng pronunciou-se fazendo os passos do homem pararem e virem novamente em sua direção, que se aproximou e sentou ao seu lado.

— Porque não me respondeu?

— Desculpe.

— Ainda está com dor?

— Apenas um pouco, mas quem é você?

— Xie Lian.

Xie Lian era belo e delicado como um cristal de gelo, sua elegância mostrava que era um homem refinado, as poucas coisas que sabia sobre ele era apenas que o mesmo vagava por aí, como se a todo tempo procurasse por algo que perdeu.

— Porque me trouxe para cá? — Franziu a testa em duvida. 

— Você estava muito ferido e quase morto e esse era o único local que eu encontrei.

— Podia apenas ter me deixado lá. — Suspira cansado. 

— Eu não faria isso, mas não me disse seu nome?

— Isso importa a você?

— Claro, senão como vou chamá-lo ou eu posso apelida-lo...

— Não, definitivamente não, Hua Cheng, meu nome é Hua Cheng.

— Ok, Hua Cheng, eu vou buscar algo para você comer.

Sem nem mesmo esperar uma resposta Xie Lian saiu deixando Hua Cheng para trás, havia um pouco de desconfiança em seus ombros aquele homem agia como se não o conhecesse ele estava cuidando dele, de uma forma ou de outra acabaria com a vida dele assim que se distraísse, não podia confiar em alguém como ele, não era seguro, ele podia lhe virar as costas como todos fizeram.

— Aqui está.

Xie Lian colocou a bandeja sobre as pernas de Hua Cheng, mesmo com olhos vendados podia sentir a tristeza do mesmo, podia sentir que ele desejava está morto, não podia dizer nada para ele, algumas coisas em certo momento não faziam sentido ele sabia disso, pois já esteve nesse mesmo lugar a solidão assusta algumas pessoas a maioria delas enlouquecem e outras as abraçam indo de bom grado, quanto tempo Hua Cheng estava sozinho para abraçar só não a solidão, como também a morte por mais que quisesse não podia fazer essa pergunta, nem ele saberia a resposta, talvez ele estava desesperado e tomou uma atitude impensada assim como ele em ajudá-lo.

— Você precisa ficar aqui por alguns dias, ainda não está curado.

— Não precisa cuidar de mim.

— Preciso, não há ninguém para cuidar de você aqui ou há?

— Isso é irrelevante.

— Não seja teimoso, apenas fique, eu vou cuidar de você.

— Como pode confiar em mim, eu posso matar você.

— Já teria feito isso, agora volte a dormir e pegue isso.

XIe Lian levou sua mão até a de Hua Cheng tateando cegamente até encontrá-la, a segurou entre a sua e despejou alguns doces sobre a mão do mesmo.

— O que é isso?

— Balinhas, você não gosta.

— Eu...

— Elas deixam as pessoas felizes.

Hua Cheng olhou para o sorriso de Xie Lian e não conseguiu encontrar a sua voz, então aquela era a verdadeira definição da palavra cuidado.

— Boa noite Hua Cheng.

Xie Lian se levantou e saiu deixando Hua Cheng que apenas se deitou novamente fechando seus olhos, lá fora uma pequena chuva começava assim como em seus olhos, por um tempo deixou que aquelas lágrimas caíssem, até sentir dedos delicados em seu rosto as limpando.

— Não se preocupe, não está sozinho agora.

Trampoline - HuaLianOnde histórias criam vida. Descubra agora