Entrelaços

Confusão

Os dias seguintes foram marcados pela constante troca de mensagens e ligações entre Joana e Maria. A conexão entre elas só parecia se fortalecer, mesmo que os encontros não pudessem ser constantes. Elas perceberam que o carinho, o cuidado e a atenção não era apenas de quem estava tendo um simples lance casual, principalmente pra Maria que há muito tempo não se permitia viver uma relação mais profundo. Joana também era cheia de receios, mas se mostrava um pouco mais aberta nas relações que teve, o problema era que as pessoas sempre pareciam dispostas a magoa-la.

Na faculdade, Joana já não sentia mais a presença constante de Fernanda, o que a deixava bem aliviada, mas sempre com uma sensação estranha de que algo poderia acontecer. Ela e Maria conversaram sobre isso e Maria falou que no ambiente familiar Fernanda também estava um pouco sumida. Apesar disso, elas tentavam não trazer tantas coisas negativas pra dentro da relação, buscando apenas pensar e falar sobre o quanto o que elas estavam vivenciando era gostoso.

Após alguns dias, Joana e Maria combinaram de ir ao cinema à noite. A programação começou de forma animada, com as duas se divertindo ao passear por lojas, experimentando roupas e looks combinadinhos, comprando comidas antes de entrarem na sala escura para assistir ao filme.

No entanto, no decorrer da sessão, Joana percebeu algo que a deixou inquieta. O celular de Maria vibrava incessantemente, indicando mensagens que não eram visualizadas. A curiosidade misturada com uma ponta de desconfiança começou a crescer em Joana. Com a preocupação tomando conta dela, Joana sugeriu que Maria se ausentasse por um momento para verificar as mensagens, mas Maria negou, assegurando que não era nada importante. No entanto, a postura de Maria mudou um pouco, ela ficou mais distante, parecendo absorvida pelas mensagens não lidas.

Essa mudança de comportamento deixou Joana desconfortável, e a atmosfera leve que permeava o início da noite transformou-se em uma nuvem de incerteza. O silêncio se instalou entre elas, e Joana se questionava se havia algo mais acontecendo além do que Maria estava disposta a compartilhar naquele momento.

Quando saíram do cinema, Maria continuava distante e quieta. Joana, preocupada, questionou o que tinha acontecido, mas Maria negava que fosse algo, deixando Joana ainda mais frustrada. A falta de comunicação entre elas começou a criar uma barreira emocional. Sem clima para continuar a noite da mesma maneira, Joana pediu que Maria a deixasse na casa de uma amiga que ela já não via há um tempo e estava com saudades.

Maria acatou o pedido, e ao chegar na casa da amiga, Joana, ainda chateada, apenas deu um beijo na bochecha de Maria e saiu sem dizer muitas palavras. O clima de desconforto pairava no ar, e ambas ficaram com um sentimento de frustração e confusão em relação ao que havia acontecido naquela noite.

- Amiga, tem bebida aí? Se não tiver, vamos comprar, quero ficar bêbada, por favor – Joana já entrou na casa de sua amiga desse jeito

- Mana, calma ai! A gente bebe a noite toda, mas eu preciso que tu me conte o que tá acontecendo, porque não é só chegar aqui afobada desse jeito não. – Foi assim que Bia, amiga de Joana a recebeu assim que abriu a porta

Bia era um furacão de energia. Com seus cabelos grandes e ondulados, olhos brilhantes, corpo alto e escultural, ela transmitia uma positividade e irreverência sem igual. Suas roupas extravagantes refletiam sua personalidade, sempre pronta para a próxima aventura. Bia tinha uma tatuagem para cada história que vivia, e sua risada era contagiante, capaz de iluminar qualquer ambiente.