Nada resolvido

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O silêncio entre Maria e Joana se estendia, elas não tinham mais se falado desde aquele dia. Cada uma imersa em seus próprios pensamentos, tentando decifrar o turbilhão de emoções que aquela confusão trouxe. Os dias passavam, mas a distância emocional entre elas parecia aumentar.

Maria, acostumada a lidar com relações de forma mais desprendida, estranhava a intensidade dos sentimentos que Joana despertara nela. O desconforto da vulnerabilidade era algo novo para Maria, e ela se questionava sobre a natureza especial dessa conexão.

Joana, por sua vez, encontrava-se em um mar de incertezas. O que deveria ser apenas mais um capítulo em sua vida amorosa tornou-se uma trama complexa e desafiadora. A falta de comunicação só alimentava sua tristeza e confusão. Ela pensou inúmeras vezes que Maria poderia ter procurado ela para conversar de forma calma e compreensiva, mas pensou que Maria talvez tivesse escolhido ficar com Isadora e seguir a história delas e usou o que tinha acontecido pra se afastar de vez. Eram muitos os questionamentos de Joana e nenhum esclarecimento.

Algumas semanas depois daquele dia, Maria sentiu que não poderia mais adiar o inevitável. O turbilhão de pensamentos e sentimentos que a envolviam desde aquele chato dia na faculdade precisava ser colocado para fora. Com um suspiro hesitante, ela digitou uma mensagem para Joana.

Joana, do outro lado da tela, recebeu a mensagem e por um momento ficou nervosa, curiosa, apreensiva. No entanto, estava disposta a esclarecer qualquer mal-entendido que pudesse existir.

"Oi, Joana! Acho que precisamos conversar, mesmo que seja só pra finalizar as coisas" – Maria enviou primeiro

"Oi" – Joana respondeu em poucos minutos, fazendo o coração de Maria disparar

"Sobre o que você quer falar?" – Algum tempo depois de ter enviado o Oi, Joana fez essa pergunta de forma mais fria, fazendo o coração de Maria gelar

"Achei que tínhamos coisas para esclarecer. Você pelo visto não, né? Se não quiser, a gente não marca nada e só finaliza as coisas por aqui, já que você é bem ocupada ou deve tá bem ocupada" – Maria estava com o coração na mão percebendo a frieza de Joana ao mesmo tempo que ela estava pensando em mil coisas sobre isso e chateada com tudo

"Você quer marcar algo? Fala o dia e a hora, porque de fato sou muito ocupada" –Joana foi bem grossa com Maria, mesmo não querendo agir dessa forma. Ela estava chateada com o sumiço e as acusações de Maria

"Quer saber? Deixa pra lá! Tchau!" – Maria ficou impaciente com as respostas que Joana estava dando pra ela

"Do lado da faculdade tem uma pastelaria. Você paga um pastel pra mim e eu te escuto. Amanhã às 16h." – Joana percebeu a chateação de Maria e tentou amenizar um pouco a situação, mesmo que o clima não estivesse para isso. Ela queria rever e esclarecer a situação

"Ok" – foi só o que Maria respondeu

Ambas encerraram a conversa, deixando no ar a tensão que pairava entre elas. O encontro estava marcado, mas o clima de frieza nas mensagens indicava que o caminho para uma possível reconciliação seria longo e complexo.

Na véspera do encontro na pastelaria, Maria estava imersa em um mar de sentimentos. Sentada em sua sala, ela olhava o celular de forma nervosa, observando a tela e o chat de suas mensagens com Joana. As horas pareciam se arrastar, e a ansiedade de Maria só crescia à medida que se aproximava o momento de finalmente encarar Joana.

A incerteza pairava no ar. Maria sabia que precisava explicar suas ações, suas dúvidas, e ao mesmo tempo, temia a possível rejeição que poderia encontrar. Aquela sensação era nova para ela. Em relacionamentos anteriores, as coisas eram mais simples, menos envolventes. Mas com Joana, algo havia mudado, algo que Maria ainda não compreendia totalmente.

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