Maria percebeu o estado vulnerável de Joana, ela estava bem nervosa, chorando, parecendo ter uma forte crise de ansiedade. Seu coração apertou vendo Joana daquela forma. Ela imaginou que tudo aquilo seria muito pra ela processar. Maria então se aproximou de Joana e quis oferecer conforto a ela.
- Vem comigo, deixa eu te afastar um pouco daqui – Maria estendeu a mão pra puxar Joana e leva-la a outro lugar
- Você não precisa me ajudar e nem fazer nada. Eu vou ficar bem – Joana aceitando a mão de Maria e levantando de onde estava
- Só vem comigo, por favor! Depois a gente volta e resolve o que tem que resolver por aqui, tá bom? Confia em mim – Maria falou já com Joana próxima a ela
- Tudo bem, pra onde a gente vai? – Joana questionou
- Ainda não sei, eu costumava andar por aqui sem rumo quando eu não tava bem. Isso me acalmava um pouco – Falou Maria andando com Joana a acompanhando
Maria guiou Joana para longe da agitação da festa, buscando um espaço mais tranquilo onde pudessem ter uma conversa e Joana se acalmar. Elas caminharam em silêncio, o ambiente carregado de tensão e expectativa. Maria podia sentir o coração acelerado de Joana através da palma de sua mão, mas acreditava que, de alguma forma, poderia oferecer o conforto que ela precisava.
Elas chegaram ao rio que Maria tinha levado Joana quando elas tinham ido ao sitio. Joana olhou ao redor, vendo a penumbra do rio à sua frente. O reflexo da lua na água criava um cenário sereno, contrastando com a agitação que ela havia deixado para trás na festa. Maria acendeu um refletor, lançando uma luz suave sobre o lugar, e Joana percebeu que aquele era um gesto pensado.
- Aqui é tão lindo. – Joana falou olhando pra o rio
- Sim, tudo aqui é lindo – Maria falou olhando pra Joana que percebeu e baixou os olhos envergonhada
Elas permaneceram em silêncio por um momento, o som suave da água corrente era a única coisa que se escutava, nem o som da festa dava pra escutar. Maria sentiu o desejo de oferecer a Joana algo mais do que palavras. O ambiente favorecia a conexão e, sem pensar muito, ela abraçou Joana, envolvendo-a em um gesto caloroso e acolhedor. A presença uma da outra se tornou um bálsamo para as feridas emocionais que ambas carregavam.
- Às vezes a gente só precisa de um tempo pra respirar e ficar longe – Maria falou baixo
O choro de Joana ainda se fazia presente, ela não conseguia evitar que pensamentos tumultuados vagassem por sua mente. Estar ali, nos braços de Maria, era ao mesmo tempo reconfortante e perturbador. Isadora a havia confrontado, desenterrando emoções que Joana tentava manter enterradas. As questões não resolvidas com Fernanda também pairavam sobre ela, criando um monte de incertezas. Mas Maria estava ali para oferecer conforto. Com gestos delicados, ela puxou gentilmente o rosto de Joana, secando as lágrimas que teimavam em cair. Os olhares delas se encontraram, carregados de uma compreensão silenciosa, e Maria falou em tom suave.
- Não chora, eu to aqui com você.
Ela continuou acariciando o rosto de Joana, transmitindo calma e afeto. À medida que as lágrimas se acalmavam, os olhares delas se mantiveram fixos um no outro. Joana, ainda envolta pelo toque suave de Maria, começou a se acalmar, e um sorriso leve surgiu em seu rosto.
- Obrigada! Você me acalma – Joana falou baixo
- Você é tão linda! – Maria falou ainda acariciando o rosto de Joana
Elas ficaram poucos segundos trocando olhares sem nenhuma palavra, havia saudade, desejo e afeto, tudo contido naqueles olhares que pareciam comunicar mais do que qualquer palavra poderia expressar.
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Entrelaços
RomanceMaria e Joanna nunca tinham se cruzado antes, mas o destino tinha outros planos. Em uma festa de família repleta de risadas e música, seus olhares se encontraram pela primeira vez. Timidez e incerteza as mantiveram à distância, mas o destino estava...