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Eu já estava em casa, Jisoo tinha vindo comigo já que a mesma cismou em dormir aqui pela 4° vez essa semana. Nós estávamos conversando sobre como o final de Os Sete Maridos de Evelyn Hugo deixou nossos corações em pedaços.
- eu ainda não acredito que os personagens principais do livro morrem, eu não tô legal. - Jisoo diz choramingando.
- aí, eu quase fui de Evelyn quando terminei. - faço a piada e Jisoo me olha com surpresa e nega em reprovação.
- aí, você não tem coração, S/N!. - ela diz dando um tapinha na minha mão e rindo depois.
- eu tinha até acabar de ler esse livro. - digo cabisbaixa.
Nós estávamos conversando sobre assuntos aleatórios como normalmente conversamos. Entramos no assunto das amigas esquisitas de Jennie Kim.
- e quando Lalisa deu em cima de mim eu precisei me segurar pra não rir. - eu digo rindo, vendo Jisoo me encarar desconfortável.
Tinha algo errado, ela nunca agiu desconfortável perto de mim. Eu falei algo? Eu fiz algo? Eu não falei algo? Eu deveria ter dito algo? Eu errei alguma coisa? Decido quebrar aquela bagunça que minha cabeça faz toda vez que alguém muda no meu convívio.
- aconteceu algo, Jisoo? - digo a encarando.
Ela suspira.
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Eu suspiro, eu não deveria sentir ciúmes, eu não tenho esse direito. Veja, eu gosto dela a anos e mesmo sabendo que posso contar tudo a ela eu sinto que vou estragar nossa amizade, resultado? Eu NUNCA falei o que sentia pela S/N e agora que eu tenho chance eu estou juntando coragem até do cu pra poder me declarar pra ela. Nós somos amigas a tanto tempo e eu realmente não quero que ela se afaste de mim por que eu não consigo controlar meus sentimentos. S/N foi a única pessoa que esticou a mão para mim nos meus piores momentos e foi a única que permaneceu na minha vida quando eu tive meus colapsos, minhas crises, minha ansiedade que cresce incessantemente desde que éramos adolescentes e eu descobri que gostava de garota. Aquilo foi um baque muito forte pra mim, não por que eu não desconfiava ou por que eu não achava certo, o motivo foi que meus pais nunca aceitariam isso.
Eu suspiro olhando nos olhos da S/N e abro a boca para falar, esse é o momento que eu estava aguardando ansiosamente desde a adolescência.
- antes de dizer o que me incomoda eu só queria dizer que eu respeito muito a nossa amizade e eu não quero que ela acabe por algo tão idiota. - eu digo insegura. S/N coloca as mãos em meu ombro para me incentivar a continuar.
- eu sou toda ouvidos, nada é capaz de estragar nossa amizade, Sooya. - ela diz sorrindo, e que sorriso, meus amigos, que sorriso.
- eu... S/N... eu... - eu gaguejo e tento novamente.- S/n, eu gos... - sou interrompida pelo celular de S/n, isso me deixa aliviada ou desolada por não ter conseguido falar sobre meus sentimentos. - atenda, pode ser importante. - sorrio de lado tentando disfarçar o nervosismo.
- vai ser rápido, já voltamos a conversar.- ela diz sorrindo e atendendo o a ligação. - alô?. - ela diz me olhando.
É, eu provavelmente nunca vou ter outra chance como essa.
- Lalisa? Como conseguiu meu número? Certo... - ela para e me encara, tirando o telefone de perto do ouvido. - tá afim de ir a uma festa?. - ela diz se referindo a mim. eu concordo com a cabeça e ela volta a falar no telefone confirmando presença.
Ela desligou o celular, o colocando em cima da mesa de centro e se virando para mim novamente. Eu provavelmente estava a olhando com cara de idiota já que eu sabia que ela perguntaria, ela sempre pergunta sobre como estou me sentindo em relação a tudo.
- pode continuar, Soo. - ela diz pegando em minha mão tentando me passar conforto, isso só me deixou mais nervosa. Suas mãos sempre foram macias e pequenas, eu sempre me senti bem quando estava com ela, eu sou totalmente rendida por ela.
Suspiro quando ela faz um carinho na minha mão para mim continuar falando.
- não era nada demais, S/A. - digo esboçando um sorriso no rosto tentando a convencer. Ela sabia que eu queria mudar de assunto então ela concordou com a cabeça e se levantou.
- tome um banho no banheiro lá de cima, eu vou tomar no do meu quarto, vamos nos trocar depois. - ela diz sorrindo, nós sempre fizemos isso desde pequenas, ela deve ver como, sei lá, a irmã mais velha dela ou sei lá o que.
Eu vou para o banheiro do segundo andar e S/N vai para o seu quarto onde tinha seu banheiro.
