Não demorei tanto quanto antes, não se acostumem, viu?
Esse capítulo vai trazer uma depressão do caralho pra vocês (como se vocês já não tivesse, né?)
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Um suspiro.
Desde que me entendo por gente, sempre soube que sentia algo diferente das minhas amigas quando era criança , algo muito além de uma simples amizade. Eu nunca consegui explicar o que era, mas quando nos abraçávamos, conversávamos e ríamos juntas, eu me sentia completa, como se estivesse exatamente onde deveria estar.
E foi com minha melhor amiga que tudo fez sentido. A maneira como ela sorria, como nossos olhares se cruzavam, como ela me abraçava... tudo isso despertou em mim um amor avassalador. Eu desejava poder gritar ao mundo o que sentia, mas o medo me mantinha em silêncio. Sabia que muita gente não aceitaria meu amor, e especialmente que ela não me via da mesma forma.
Tentei ignorar meus sentimentos, afastar esse amor platônico que me consumia, mas era mais forte do que eu. Eu só queria poder contar para ela, ser eu mesma, sem medo ou inseguranças.
Mas um dia, derrepente, eu não conseguiria guardar isso para mim. Quando ela me contou sobre ter dormido com Jennie meu mundo desabou. Foi um golpe duro, um choque, que me fez questionar tudo o que sentia. O amor que tanto desejei nunca seria correspondido... Né? Não, eu não consigo acreditar nisso, eu sempre estive lá para ela, eu não suporto guardar isso para mim nem por mais um minuto.
Eu me vi sozinha, com o coração partido, e o medo da rejeição era insuportável. Mas mesmo assim, eu tenho esperança, esperança de que ela sinta minimamente o que eu sinto. Sempre tento esconder isso para manter nossa amizade, mesmo que essa chama de amor ainda queimasse em meu peito e me causasse danos, dores constantes devido ao fogo avassalador que queima meu coração com chamas covardes que nunca estiveram ao meu lado.
Queria ensinar meu coração a lidar com essa maldita insegurança, a tentar ser mais confiante. Mas mesmo assim, continuo a amá-la em silêncio, porque o amor, afinal, é algo que não podemos controlar, e acredite, se eu conseguisse controlar isso eu não necessitaria dela para ser feliz.
Estou sentada no chão do meu quarto comendo besteiras enquanto bebo mais do que meu corpo é capaz de suportar. Se não fosse pelo vazio em minha alma eu tenho certeza que nunca faria isso.
Eu não consigo mais esconder esses sentimentos desgraçados comigo, mas eu também não tenho coragem para expressa-los... Eu só queria que meu primeiro e único amor soubesse que toda vez que falo que á amo, não é no sentido que ela espera... E como eu queria que fosse....
- droga, Jisoo! Está na hora de acabar com essa porcaria, eu preciso contar pra ela... - estico meu braço para alcançar meu celular que estava embaixo de alguns pacotes recém abertos de chocolate, aqueles quais que fiz questão de devorar em curtos minutos.
Disco o número da garota que atormenta meus mais sinceros e profundos pensamentos. Assim que aperto no maldito botão, uma tensão toma conta do meu corpo.
Qual é, isso não deve ser tão difícil... Né? Droga, e se eu levar um fora? E se ela me zoar e nunca mais olhar na minha cara? Ela me odiaria...?
Eu ia desistir, desligar o telefone e fingir que nada aconteceu, afinal, eu não suportaria essa dor. Porém, escuto a voz mais doce que eu já escutei, eu passaria anos da minha vida escutando sua voz.
- oi, Soo! Aconteceu alguma coisa, meu bem? - ela diz com seu jeito carinhoso de sempre, o que só me deu mais medo de estragar tudo...
Eu não quero que ela me odeie, por que caralhos eu tive que ter sentimentos justo por ela?
Escuto sua risada do outro lado da linha. Sua risada seria facilmente confundida com uma canção de Beethoven ou Morfeu, eu daria de tudo para olhar seus olhos tão brilhantes quanto a noite estrelada se fechando quando ela estampa seu sorriso tão cintilante quanto a lua de cristal.
- unnie, você ainda está aí? Não acredito que me ligou para pregar uma peça - ela diz irônica, aposto que está com aquele sorriso no rosto. Aquele sorriso, aquela droga de sorriso...
- S/n, eu preciso te contar algo sério... - eu falo num tom baixo, mas o bastante para ela ouvir.
- aconteceu algo, unnie? Puta merda, calma! Eu estou indo para aí e...- antes que ela pudesse terminar eu a corto.
- não, eu prefiro falar por aqui, se eu falar cara a cara com você eu provavelmente perderia a coragem... - dou uma pausa e respiro fundo para tentar espantar minha ansiedade, o que foi em vão.
Minhas mãos suavam ao telefone, meus olhos estavam inquietos, meu coração estava acelerado, meus pés não paravam de ir contra o chão involuntariamente, minha boca estava seca e eu estava a um passo de desistir, mas nessa altura do campeonato era impossível. Se tirado de contexto, essa cena poderia ser descrita como alguém com sérios problemas com crises de ansiedade.
- S/n, eu te amo - foi a única coisa que eu consegui dizer depois de alguns minutos que pareceram horas para mim. - eu te amo muito mesmo -
- Unnie, eu também te amo! Você é como uma irmã para mim. - ela disse dando uma risada. Aquilo fez com que as chamas me machucassem novamente.
- S/n, você não entendeu... - fiz uma pausa, meus olhos estavam marejados. - eu te amo além de uma amizade ou como irmã... Eu não quero ser sua amiga, eu quero beijar seus lábios, quero andar de mãos dadas com você e te levar para parques de diversões e conseguir todos os bichos de pelúcia das barracas pra você por que você gosta... Eu decorei todas as suas músicas favoritas por que você disse que gostava e eu passei a gostar também... Eu... Eu te amo. - eu termino de dizer soluçando por já ter me entregado ao choro.
- Unnie... Eu... - ela suspira do outro lado. - Jisoo, eu te acho a pessoa mais incrível do mundo, eu amo o tempo que passamos juntas, o jeito que você sempre cuida de mim quando eu estou doente ou triste, eu me sinto especial quando voce cuida de mim em uma crise, eu adoro você, de verdade. - eu sorri, senti meu fósforo de esperança brilhar cada vez mais. - porém, eu te amo como uma irmã mais velha, você me protege como uma e eu não consigo te olhar de outro jeito, eu não sou a pessoa certa para você, meu amor. -
As chamas me consumiram e me queimaram por completo, eu sentia a dor das queimaduras serem deixadas pela minha mente, meu coração, minhas memórias....
O que eu esperava? Era óbvio que eu não teria chance com alguém como ela, é um insulto eu pensar que ela gostasse de mim dá mesma forma. Quero dizer, olha pra mim, eu não chego aos seus pés...
- ah .. está tudo bem, S/n! Ainda somos amigas, certo? - eu disse dando uma risada na tentativa de disfarçar o choro, o que funciona. - eu não quero que isso estrague nossa amizade - disse com lágrimas caindo ao chão ainda com um sorriso no rosto.
- claro que podemos, Unnie! - ela disse, parecendo estar aliviada por eu supostamente estar bem. - eu espero que você encontre alguém melhor e que te ame na mesma intensidade, meu bem! - ela disse tentando me passar conforto.
Nos despedimos e eu joguei meu celular na parede.
Porra, eu não quero encontrar alguém melhor, eu quero você.
Me entreguei ao choro e as chamas me abraçaram, fazendo com que a dor aumentasse cada vez mais.
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1272 palavras, amaram? Não se acostumem, minhas idéias só vem de madrugada e é raro eu lembrar de alguma idéia minha.
Essa fanfic terá muita depressão, estou só lembrando.
É isso, um beijo para vocês, vejo vocês no próximo capítulo. 💋
