29 de Janeiro
Anika acorda pela manhã e sem despertar desce as escadas. Descendo, a garota ouve seus pais discutindo sobre seu futuro.
- Ela já tem 18 anos! E não vejo tendo determinação e proatividade com o balé. - diz a mãe da garota
- Vamos ter calma, ainda hoje chegará o papel anunciando se foi aceita.
Fingindo inocência, a jovem desce o restante dos degraus e diz descontraída
- Oi papis e mamis! O que tem para o café hoje?- os beijando na bochecha logo em seguida.
O pai dela entra na onda e responde
- Tem 100g de morangos e 200g de mamão com mel e aveia na geladeira. Eu e sua mãe precisamos sair agora, filha.
Anika intrigada pergunta o por que de toda manhã ambos saírem, sendo que, trabalham em casa.
- Filha! Os pais aqui somos nós e quem deve satisfação nessa casa é apenas você - diz a mãe dela, enquanto pega as chaves do carro.
Sem debater, ela anda até a cozinha e come o que seus pais haviam deixado.
Já ao entardecer, a garota ouve a campainha e desce atender. Ao chegar depara-se com uma caixa toda embalada. Curiosamente, abre e vê um documento dizendo que foi aceita pela companhia de balé de Vancouver, Canadá.
- Finalmente chegou! - comenta sua mãe aliviada.
- Mamãe... - antes de terminar sua mãe a interrompe - Você conseguiu! Isso merece uma comemoração, não acha Seug?
O semblante de tristeza espandece na garota, subindo ao seu quarto e trancando-o logo em seguida. Com raiva de desde pequena ter que se sujeitar a ser alguém que não é para ser aceita pelos pais, principalmente pela mãe, começa a comer todos chocolates que havia escondendo na escrivaninha.
A mãe da garota sobe para falar com sua filha, mas não consegue abrir a porta. Nisso, vai ao seu quarto e pega uma chave extra e abre rapidamente pegando Anika comendo vários doces. Isso a deixa enfurecida, que , começa a xingar a garota, pisar em cima das embalagens com guloseimas e empurra-la contra a cama. Com todo esse caos, cai o quadro de uma foto da jovem com as roupas de balé.
A garota começa a gritar e chorar ao mesmo tempo, um choro sincero e profundo, e somente isso faz sua mãe afastar-se e sair do quarto.
Cansada disso, ela troca de roupa , colocando um blazer de pelugem no guarda roupa, uma meia rastão preta e um cropped preto. Desce as escadas com uma confiança e para em frente seus pais na sala.
- Eu nao sou balé. Eu sou Anika Kim!
Essa foi a gota d'água para a mãe dela, que começa a puxar o casaco tentando rasgar enquanto a insulta. Com isso, a garota cai no chão, mas se levanta rapidamente e sai correndo de sua casa descalça.
São quase 00h e ela está a deriva pela rua deserta de sua cidade, até que ouve um monte de fogos de artifício estourando ao céu. Não querendo ficar sozinha no escuro segue o brilho e sons chegando numa avenida movimentada no centro, contendo bares e baladas.
Muito tímida anda devagar e repara uma garota saindo de um recinto, mas, assim como ela, estava totalmente abalada com algo e sem perceber é atropelada, porém, de alguma maneira , se levanta como se nada tivesse ocorrido e vai em direção de Anika caindo novamente quando ficam cara a cara.

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Quatro Pétalas
Genç KurguQuatro garotas, quatro histórias distintas, quatro sonhos, quatro medos e um só final para elas. Essas pétalas são venenosas ou só estão machucadas?