Olhei, Apaixonei.

Malditos olhos azuis.

Se passou alguns meses dês de que Travis conheceu Sal. Já estavam em Novembro. Travis andava entre os corredores, parecendo desconectado do mundo lá fora. Enquanto caminhava, acabou encontrando o grupinho onde Sal já era bem-vindo. Travis não entendia como aquele garoto já havia se enturmado e feito amigos, nem mesmo Travis que está naquela escola dês do 4° do fundamental conseguiu alguns amigos. Ele tinha inveja de Sal, inveja do que ele havia conquistado e conseguido, seu coração batia, desajeitado enquanto encarava Sal, sem perceber esse fator.

Sal de repente, virou sua cabeça em direção á Travis, o encarando também, Travis sentiu um sentimento estranho, uma pontada estranha em seu coração. Ele apenas desviou o olhar e voltou a caminhar. Travis queria ser como aquele garoto, ter um pai legal igual ao de Sal, ele queria ter amigos iguais ao de Sal.

Travis se viu no banheiro, sentado no chão sujo e frio de azulejos, ele olhava para baixo, pensando num instante, como será que é viver igual ao Sal? Pensamentos intrusivos vieram em sua cabeça, para acabar ainda mais com sua merda de autoestima.

Travis se via chorando, dentro da cabine do banheiro. Ele não conseguia tirar aqueles olhos azuis de sua mente, sentir sua respiração perto dele, ele se sentia exausto e abalado. Travis colocou as mãos em seu rosto. Ele sabia o quanto era feio, e todo dia ouvia isso de eu pai. Ah, como ele queria ser Sal, ter um pai maneira igual ao Sal, ele tinha inveja e raiva dele.

Seus olhos marejados olhavam reto para a porta da cabine, sua cabeça doía pelo tanto de tempo que havia chorado, e havia cabulado dois períodos seguidos de Português. Travis olhou para baixo, com um olhar exausto e entristecido, se sentia horrível e com nojo. Aquela aberração tem uma vida melhor do que Travis, e isso não é justo, de jeito nenhum. Sal tem amigos, um pai maneiro que sempre o apoia, um gato fofo, uma guitarra vermelha e extravagante, cabelos azuis iguais ao oceano do seu olhar. Se ele podesse, Travis iria ser aquele garoto.

Fechava seus olhos com força, repulsa e medo ecoavam por sua mente, sem saber mais o que fazer, ele saiu da cabine, e decidiu matar aula hoje. Mas antes, ele limpou os olhos marejados e os enxaguou, e então foi embora.

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