Eu Não Queria... Desculpa, Sal.

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Clima pesado, olhos aterrorizados. Está era a situação de Travis Phelps. Seus movimentos congelaram, seu suor frio escorria pelo seu rosto, ele dava passos lentos para trás ao ver Sal caído ao chão. O que ele tinha feito?

Seus ouvidos haviam um zumbido, em seus olhos haviam medo e pavor. Sal se encolheu, colocando as mãos na barriga, um pequeno grunhido saindo de seus lábios através da máscara prostética. Travis deu um passo a frente, para o ajudar, mas seus passos congelaram, ele ficou preso no mesmo lugar. Quando percebeu, Larry estava por lá, o encarando com aqueles olhos penetrantes e escuros, ajudando Sal se levantar do chão frio e sujo.

Sal olhou para Travis, seu olhar parecendo de chateamento. Travis sussurrou baixinho "Desculpa.", ele rapidamente se virou, e saiu correndo antes que Larry corresse atrás dele. Sal impediu de Larry correr atrás de Travis. Ele não sabia o motivo de Travis ter lhe dado um soco, ele queria poder achar que tinha um motivo válido para isso, mas como Travis é o seu bully, nem sempre tinha uma razão para Travis estar o espancando.

Travis corria pelos corredores, correndo de maneira rápida, seus passos barulhentos e avoados chamava a atenção de poucos alunos, ele então chegou ao banheiro, rapidamente adentrando e se escondendo numa cabine, tremendo de terror e pavor.

Ele chorou, querendo apagar sua existência, ele trocou dezesseis palavras com Sal, mal conversou e ele já deu um soco nele, de novo. Ele colocou a cabeça entre o joelho, escondendo sua cabeça.

Se sentia horrível por fazer isso, Sal sempre foi tão bondoso e gentil, por que ele ainda o machucava?

Travis suspirou, sentindo seu estômago embrulhar. Ele desviou o olhar, até ouvir alguém entrar ao banheiro, parecendo verificar todas as cabines. Até que, chegou na última cabine, onde Travis estava, os sapatos eram azuis, pareciam All Stars. E de repente, bateram na porta da cabine onde Travis estava, fazendo ele levantar os pés, colocando os pés na porta enquanto ainda estava sentado no vaso de tampa fechada.

Tem alguém aí? - Perguntou.

Travis não respondeu, ficou quieto, arrepiado.

— Ei! Tem gente aqui? - Perguntou mais uma vez, batendo na porta da cabine.

— Tem não! - Travis respondeu quase de imediato, logo tampando a boca com as próprias mãos, percebendo que havia respondido.

— Oh, Travis... Por que você me bateu? - Era Sal. Ele perguntou a Travis, não parecendo irritado.

Travis ficou quieto, se encolhendo.

— Desculpa. - Travis sussurrou.

— Como é? - Sal havia escutado, mas não sabia se havia escutado direito.

— DESCULPA! - Travis diz, com a voz irritada. Era bem raro de Travis pedir desculpas, por ser uma casca grossa na maioria do tempo.

Sal ficou quieto, um sorrindo se formando em seus lábios através da máscara prostética.

— Eu sabia que tinha um cara gentil através desta casca grossa. - Ele riu suavemente.

— Ah vai toma no teu cu vai! - Ele botou os pés no chão mais uma vez.

— Que cê tá fazendo? - Perguntou, dando pequenas batidinhas na porta.

— Tô cagando, então para de me encher o saco. - Travis mentiu razoavelmente, só queria ficar um pouco sozinho, mas estar com a companhia de Sal também não era tão ruim.

— Não vou parar não! Ainda vale de você ir na minha casa? - Ele perguntou, se abaixando e olhando por de baixo da cabine, vendo Travis sentando no vaso, fazendo algumas coisas aleatórias na parede da cabine, como tirar um canetão do bolso da bermuda e rabiscar a parede com desenhos.

— Aha- Ele percebeu Sal o observando, e deu um chute na máscara prostética dele, o fazendo parar de o ver através da fresta que tem de baixo da porta.

— Seu rude! - Sal riu suave, caindo para trás.

Só vale de eu ir na tua casa se teu irmão não me matar. - Travis continuou rabiscando a parede.

— Ele não vai tar na minha casa, eu nem tenho uma casa pra começo de conversa. - Sal cruzou os braços, se levantando do chão sujo de azulejo.

— Eu não sabia que você era mendigo. - Travis riu baixinho, guardando o canetão.

— Não, seu idiota! Eu moro em apartamento! - Sal riu baixinho, se encostando na parede, ainda perto da cabine.

Pensei que você morava na rua, você sempre vem de suéter preto e calça vermelha. - Travis deu uma risadinha, abrindo a porta do banheiro, olhando para Sal.

— Eu lavo minhas roupas, diferente de você que vem com as mesmas roupas mas a cada dia tão mais sujas que antes! - Sal brincou, apontando para algumas manchas brancas na camiseta e bermuda de Travis.

— Se tá ruim, então lava elas pra mim, Smurf. - Travis riu, ouvindo um "Hey!" vindo de Sal.

Tá sabendo que vamo soltar cedo por causa que a professora de geografia faltou? - Sal disse, vendo Travis sair do banheiro e logo o acompanhando.

— Aleluia, odeio geografia e não fiz a tarefa que ela fazia passado no quadro semana passada. - Travis diz, olhando para frente.

— Nem eu fiz! - Ele riu suavemente. — Vamo ir embora assim que o sinal tocar para entrarem na sala de aula. - Sal diz.

— Sério? Maravilha então. - Ele foi pro seu armário, vendo Sal ficar ao lado de Travis, já que por conveniência, os dois tem o armário um próximo do outro.

— Direto pro meu apartamento? - Sal deu um soquinho no ombro de Travis.

— Aham. - Travis deu um socão no ombro de Sal, em resposta, ouvindo um choramingo.

— Eu não bati forte no teu ombro, seu bruto! - Passou a mão no próprio ombro, com dor.

— Para de choramingar, foi só um soquinho leve! - Riu levemente, então, o sinal do recreio bateu..

...

Olhei, Apaixonei.Onde histórias criam vida. Descubra agora