Eva

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10 de novembro de 1986
Winden, Alemanha

19 dias para o Apocalipse

Ela despertou com a luz da manhã em seu rosto, bem como o som dos pássaros e da floresta ao seu redor. Ela abriu os olhos, notando o pequeno cômodo de madeira, Jonas estava ao seu lado, já sentado, um pouco distante, o lençol improvisado que dividiram na noite anterior posto de lado. Ela se sentou, sem encará-lo direito, deixando o lençol de lado, o corpo dolorido pela noite passada no chão. Eles chegaram pela tarde, no dia anterior, Jonas achou uma boa ideia que eles passassem a noite ali, depois de observarem a usina de longe, traçarem um plano.

- Aqui - ele lhe passou a garrafinha de água, bem como uma maçã e barrinha de cereal que ela tinha trago na mochila.

- Obrigada - ela pegou, comendo em silêncio. Jonas a observou comer, desviando o olhar, ela viu duas embalagens vazias no chão ao seu lado indicando que ele já havia comido, à direita estava a pasta dada pelo Desconhecido.

Havia um clima estranho no ar, é claro, era de se imaginar, após o dia anterior. Ele estava distante dela, sem nem mesmo encará-la, sentado no extremo oposto do cômodo, só não estava mais longe devido o pequeno espaço. Mas era melhor assim, ela se lembrou, ela não conhecia ele, ele não conhecia ela, não importava quantas versões dela existissem, nada mudava esse fato, e ela não poderia deixar alguém que ela mal conhecesse mudar toda a sua vida.

- Nós devemos nos apressar para chegar na casa da Claudia - disse ele, uma vez que ela terminou. - É mais fácil se a abordarmos fora da usina.

Ela assentiu, olhando-o por um breve momento.

- Como vamos convencê-la? - perguntou Laura. - Eu suponho que não seja o suficiente dizer que o mundo irá acabar.

- Nós temos uma pista - ele disse, abrindo a pasta preta e apontando para uma anotação pequena no topo de uma página, escrita numa cor diferente das demais.

" Claudia

Que isto lhe ajude em sua jornada, o tempo está sempre com você"

Ele a ajudou a recolher as coisas, ela as guardou cuidadosamente em sua mochila. Eles desceram a escada da torre de vigia, Jonas a ajudando quando foi a vez dela de descer. Eles cruzaram a floresta em silêncio, caminhando até a estrada em direção a casa de Claudia.

***

10 de novembro de 2019
Winden, Alemanha

- Eu matei ele - repetiu Helge. Ele olhava para frente, como se estivesse novamente transe ou preso a um memória antiga. Ele repetira isso a noite toda, na delegacia, enquanto Peter apelava por seu pai, tentava convencê-los de que ele estava sem a razão. Eles estavam na sala de interrogatório, finalmente depois de uma longa noite com Peter praticamente implorando que seu pai estava apenas louco e cansado e que fosse melhor falar com ele pela manhã, quando ele recobrasse a razão, mas Helge continuou murmurando, repetindo a mesma frase, de novo e de novo, e de novo.

- Vamos tentar de novo - disse Mads, Wöller estava apoiado na porta, bem como alguns outros detetives. Peter, estava sentado, ao lado de seu pai. - Sr. Doppler, o senhor confirma ser o responsável pela morte do garoto encontrado na noite do dia 04 de novembro?

- Sim, eu matei o garoto - disse Helge, finalmente o olhando.

- Papai, não diga isso - disse Peter. - Ele não fez nada disso, está confuso. Isso é ridículo!

- Peter, eu vou pedir que não interfira - disse Mads, ele então pegou um saquinho de provas contendo o colar de moeda. - Esse colar, é idêntico ao que foi encontrado na vítima, foi encontrado na cabana de sua propriedade, ao qual você demonstrou possuir outra cópia. Você colocou esse colar na vítima, bem como as roupas dos anos 80?

Connected // Jonas Kahnwald x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora