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Mon encostou a vassoura na parede e olhou ao redor com desânimo.

Quase uma hora de trabalho árduo na cozinha inundada da casa de fazenda resultara numa melhoria mínima. Além disso, uma hora de trabalho duro não ajudara a dissipar a inquietude que pesava em seu peito. Na noite anterior seu sono fora atormentado por sonhos nos quais Samanun Anuntrakul a tomava no colo e a carregava por um infindável corredor escuro...

Estaria ela tão carente de sexo a ponto de fantasiar com estranhas?

Arfante, parou para desgrudar um exemplar encharcado de uma revista de celebridades da bancada na qual
fora deixada por Yuki. Estava prestes a largá-la na lixeira quando uma manchete na capa chamou sua atenção:

"BEBÊ TRAZ FELICIDADE ACRIDOCE PARA NITTA JENSEN."

Mon parou no meio do movimento.

Então, olhando ao redor com uma expressão culpada, abriu a revista.

As páginas estavam grudadas, mas conseguiu localizar a matéria ilustrada por uma grande fotografia de Nitta Jensen deitada sobre almofadas de seda cor-de-rosa num vestido que a fazia parecer maternal sem demérito à sua ardente sensualidade. Mon começou a ler.

— Quanta bobagem...

Murmurou, repugnada pela lista que o jornalista fizera das qualidades de Nitta.

"A lendária beleza da srta. Jensen possui uma qualidade delicada e luminescente que impressiona ainda mais ao vivo do que na telona. Sua silhueta esguia se mantém digna
de inveja..."

Mon fez uma careta de deboche.

"...exibindo apenas um leve sinal da gravidez que ela anunciou na semana passada."

A menção desse fato, seus olhos extraordinários anuviam por um momento.

"Fazia muito tempo que eu desejava um filho, e pensava que minha esposa também”.

Sussurra Nitta, referindo-se, obviamente, a aclamada diretora de cinema Samanun Anuntrakul, de quem ela acaba de se divorciar após cinco anos de casamento.

"Ela não conseguiu se ajustar à ideia de uma criança em sua vida, mas tenho a sorte de Heng compartilhar comigo a felicidade que essa bênção me trouxe...”

— Trabalhando duro, hein?

Disse uma voz zombeteira às suas costas. Mon girou nos calcanhares.

Escondendo a revista atrás das costas com mãos trêmulas, fitou os olhos negros como jabuticaba de Samanun Anuntrakul.

Estava com algumas olheiras, e a luz da manhã ressaltava em seus cabelos fios prateados que ela não notara antes.

O coração pulou em seu peito.

— Eu estava... Quero dizer, eu estou... Estou apenas...

Sam deu com os ombros, um pequeno sorriso levantando os cantos de sua boca triste.

— Estou brincando. Quando saí de casa, sua irmã estava tomando o café da manhã com toda a calma do mundo. Se eu fosse você, não me sentiria culpada por ter parado de limpar a casa dela para descansar um pouco.
— Bex estava lá?

— Bex estava lá?

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