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A moça sempre suspirava ao admirar o vizinho, um jovem rei que passava horas lendo em seu jardim particular. Ele era tão bonito! Se ao menos olhasse para cima e anotasse ali, espiando-o pela fresta da única janela, fechada por tábuas...

Apaixonada, sonhava com um dia em que poderia conversar com um rapaz. Quem sabe ele também se apaixonasse por ela...

E assim, de sonho em sonho, a moça não esquecia seu amado. Um amor impossível, diga-se de passagem, pois seu irmão, Han Jisung, trancara-a no quarto desde que era muito novinha, logo após a morte de seus pais, e espalhara a notícia de que ela também falecera. Tudo para herdar sozinho a herança da família.

Com a prisão, vieram as proibições: a irmã jamais voltaria a ter contato com outros seres vivos. E isso incluía os criados que lhe passavam água, alimentos e roupas limpas por baixo da porta; era também por ali que recolhiam as roupas e seriam lavadas, a louça suja e o pó que a própria moça esperava do aposento. Nenhum dos criados tinha permissões de lhe dirigir a palavra.

Talvez por ser uma prisioneira a moça amasse tanto o rei. Era a única pessoa que conseguia ver, mesmo de longe, em sua solidão.

Curiosamente, o palácio do Rei e o palácio do Han Jisung dividiam uma única parede numa mesma lateral construída. Por sorte, a tal parede ficava no quarto da moça. Quando percebeu isso, ela soube como resolver a questão a seu modo.

Daria um jeito de viver aquele amor impossível.

𝙊 𝙍𝙚𝙞 𝘾𝙝𝙧𝙞𝙨𝙩𝙤𝙥𝙝𝙚𝙧• 𝘉𝘢𝘯𝘨 𝘊𝘩𝘢𝘯 (𝘚𝘵𝘳𝘢𝘺 𝘒𝘪𝘥𝘴)Onde histórias criam vida. Descubra agora