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O rei despertou com a claridade do sol batendo em seu rosto.

Apesar de sua falta de sono, adormecerá fora do horário. E ainda ao relento, no meio de um canteiro de flores.

Fazia frio. O rapaz encolheu-se sob seu manto e, ainda sentindo o gosto dos beijos da moça, descobriu-se sozinho no jardim.

Naquela manhã, resolveu procurá-la entre a criadagem.

Não há encontrou. E, mais integrante, não havia nenhuma criada com a descrição que ele dera. Na capital do reino, onde ficava o palácio real, seus guardas também não a acharam.

— Essa moça existe mesm, majestade? —queixou o comandante da guarda.— Ninguém some assim tão rápido, feito fumaça.

O rei nem respondeu ponto controlou sua impaciência, certo de que a encontraria de madrugada

[...]

O que o rei não podia adivinhar é que, naquela manhã, o Han entrou no quarto da irmã pela primeira vez em muitos anos. Primeiro brigou com ela por tentar falar com o criado e, depois, por achar que tinha direito de chamar o irmão.

E foi neste momento que finalmente a moça entendeu o que significava ter direitos.

— E por que não posso viver em liberdade? —perguntoua moça.

O Han estreitou os olhos.

— De onde você tirou esse ideia. —desconfiou.

Passando em revista o quarto, reparou na fresta entre as tábuas da janela.

— Claro, é espiar o mundo que a fez ter essa ideia. — deduziu.

Imediatamente ordenou a um dos criados que trouxessem pregos, materno e um pedaço de madeira. E, para garantir que o serviço fosse bem feito, ele mesmo vendo a fresta.

— Agora sim. —disse, satisfeito.

Nem mesmo um fio de luz poderia entrar naquele ambiente opressivo.

— Liberte-me, irmão, por favor! —ela implorou. — Deu a minha palavra que não vou reivindicar minha parte da nossa fortuna.

O Han pareceu leva um choque.

— De onde você tirou mais ideia?  —preocupou-se.

— Que ideia?

— De que você tem direito à minha fortuna!

— E por que não teria? —perguntou.— A herança também é minha.

Mais uma vez ele passou em revistar o aposento, chegando à conclusão de que oferecia muito espaço para a moça circular.

— Claro, é ter tanto espaço que a fez ter essas ideia. — deduziu. — É o seguinte a herança é minha Soares e você nunca vai encostar um dedinho nela.

Imediatamente ordenam a um dos criados que trouxesse água, cimento, pá e uma resistente corrente de ferro. E, para garantir que o serviço fosse bem feito, ele mesmo abriu um buraco no chão, colocou nele uma ponta da corrente, preparou o cimento, usou-o para abrir tudo, depois prendeu a outra ponta ao redor de um dos tornozelos da irmã.

— Agora sim. —disse, ainda mais satisfeito.

Chorando, a moça achou mais seguro esconder suas ideias.

— É melhor estar aqui, viva, do que morta, dentro de um caixão —o irmão consolou-a.— Se você falar de novo com os criados, eu te mato.

𝙊 𝙍𝙚𝙞 𝘾𝙝𝙧𝙞𝙨𝙩𝙤𝙥𝙝𝙚𝙧• 𝘉𝘢𝘯𝘨 𝘊𝘩𝘢𝘯 (𝘚𝘵𝘳𝘢𝘺 𝘒𝘪𝘥𝘴)Onde histórias criam vida. Descubra agora