Capítulo 1- Supremo

893 114 10
                                    

Lucerys Velaryon.

Ser um adolescente era tão estressante, era meu último dia de aula e eu me sentia insuportavelmente irritado, como se todos aquelas pessoas não tivessem sido falsas o ano escolar todo, isso era tão insuportável de engolir. Meu último ano do ensino médio foi uma completa bosta. Eu não era do tipo que fazia amizades fáceis, então além do meu irmão, que era um alfa e já estava formado, não tive ninguém para chamar de amigo na escola.

Foram três anos longos e que quase arrancaram minha alma do corpo, como se eu precisasse saber sobre matemática com letras. Sinceramente, onde na minha vida eu vou usar a fórmula de bhaskara?
Eu nunca faria nada relacionado a matemática tão complicada, sabia que todos cursos tinham essa matéria tão injusta, ainda sim, que porra era essa?

Estávamos num mundo moderno e eles ainda sim queriam que nós soubéssemos matemática com letras, quanta hipocrisia.

Me formei com muita luta e quase aos prantos e quando aquele dia se finalizou, eu me senti tão leve. O ensino médio é completamente necessário, entretanto não era justo aqueles que não queriam, terem que passar por todo aquele processo traumático e longo. Havia sofrido tanto bullying naquela merda de escola que quase não fui participar da formatura!

Bando de filha da puta, espero não ver ninguém nunca mais na vida.

O que era ironicamente impossível, já que nossa alcatéia Velaryon, que era a que comandava a região e isso tornava tudo tão irritante, já que eu era filho do líder.

Quero ir embora daqui, não aguento mais ver essas caras de bunda.

— Você já está formado, está pronto para ter um lugar na guarda — disse minha mãe sorrindo, vindo até mim entre as pessoas e me puxando para um abraço. — Sei que está nova fase da sua vida será magnífica.

Minha mãe era uma alfa, ela era a alfa que comandava a alcatéia Velaryon, já que meu pai, Laenor Velaryon, havia morrido a tempos atrás, então eu não me lembrava dele muito bem, era tudo bem vago. Minha mãe era uma pessoa gentil e forte, destemida e completamente firme em suas decisões.
Não havia quem pudesse bater de frente com ela.
E bem, ela não tinha quaisquer dúvidas ou preconceitos com nada, seja sexual ou gênero.

Eu ter me descoberto como um ômega aos quinze anos foi muito azar, porém não podia ser feito nada para impedir a ordem natural desse mundo, onde você era o que seu gênero secundário era. Um ômega masculino era mal visto, mesmo que anos tenham se passado e que as coisas estejam mais tecnológicas, ainda sim, era mal visto um casal entre dois homens, sendo alfa ou ômega.

Na mente homofóbica e velha da antiga geração, ter mais casais gays era o cúmulo da desgraça para o futuro, o que era um pouco sem noção, já que ômegas masculinos também poderiam ter filhos gerados em seus úteros.

Enfim, sou da classe secundária fodida, o que era tão bom e perfeito. (Ironicamente)

— Eu não quero ser guarda — resmunguei revirando os olhos e minha mãe suspirou, parecendo sem rumo por um momento. Ser um guarda ômega era algo novo e ainda sim, mal visto. — Você pode deixar que eu arrumo algo para fazer.

Normalmente, ômegas são apenas feitos para serem donos de casa, então quando seus alfas fossem caçar ou trabalhar, era dever do ômega cuidar de absolutamente tudo sozinho.
Um porre completo, até mesmo a educação era diferenciada entre os gêneros, totalmente irritante.
Contudo, minha mãe não se importava, ela me deixou aprender de tudo um pouco, como luta corpo a corpo, arco e flecha e outros diversos assuntos incomuns, que um ômega " não deveria" saber.

Eu tive sorte em nascer numa família nobre, mas ter sido tratado como alguém e não um objeto reprodutor.

— Bem, faça o que quiser então — disse minha mãe suspirando, porém logo ela abriu um sorriso enorme e me abraçou. — Já que está livre, que tal ir comigo a uma reunião? Estarei viajando com Jace para a alcatéia Targaryen.

Meu Supremo - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora