Capítulo 9

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- Não fez? - Pergunta novamente olhando em meus olhos, realmente magoado.

- Sim, fiz.- Minha calma e embargada resposta faz o loiro à minha frente sorrir amargo, não gostei, mas a culpa era minha.

- Eu não vou te deixar, desgraçada! Você não entendeu que eu estou louco por você? Acha mesmo que tentar me assustar vai fazer eu ir embora? Realmente crês que eu vou ir embora quando a coisa apertar apenas para me manter vivo? Você me salvou, me salvou na porra de um navio de cinquenta e três metros e lá vai cacetada de toneladas enquanto o mesmo estava naufragando! Acha que eu vou rejeitar sua natureza por sentir dor? Acha que sou tão fútil, Luckster? - Pergunta indignado, ele estava irritado, magoado e intrigado.

Se entendia pelo deu tom de voz que ele realmente queria minha resposta sobre as perguntas feitas.

Engulo em seco.

- Você precisa entender que sou instável, te quero aqui, nossa, eu quero muito! Mas quando meus instintos tomarem conta, quem vai te proteger quando isso acontecer, porra? Isso não é um conto de fadas aonde a fera selvagem não ataca seu ser querido, Jack! Estamos na realidade, aonde eu poderia surtar e drenar você. - Digo séria engolindo em seco, sabendo que meu olhos estavam marejados, olhando pra ele que estava com os olhos espelhando os meus eu ainda estava montada nele, ele nem havia notado que suas mãos estavam cravadas na minha carne, abraçando sangue à vontade.

- Sei que fui eu quem se alimentou de você antes, sinto muito por isso, me culpo por isso. Te salvar não foi algo como um favor, merda, eu faria um milhão de vezes mais se necessário. Se acha que me deve algo por salvar sua vida, esteja ciente que: não, você não deve. Eu posso ficar um bom tempo de baixo da água e se eu afundasse com a pressão, era só subir depois, e você? - Minha voz era exausta e chorosa.

- Eu só quero você bem... Não quero que pense que ficando será um mar de rosas sem espinhos.- Falo admirando seu rosto, com meus polegares contorno suas sobrancelhas loiras, tão bagunçadas e perfeitas.

Ele fecha os olhos, admiro os cílios quase tão grandes e cheios quanto os meus.

- Eu imaginei, imaginei que não seria fácil. Acredite, se ofertar como alimento pra uma vampira não é uma decisão para se tomar por impulsividade, eu penso, Luckester. Eu não estou aqui por achar que te devo algo, estou aqui porque meu coração te anseia, quero sua presença, quero ouvir sua voz, escutar sua risada, seu sorriso. Você não precisa tentar me por pra correr, só se esforce pra não me matar sem querer.- Ele diz de olhos fechados, enquanto eu escutava calada acariciando sua bochecha.

Engulo em seco e pisco impedindo que as lágrimas caíssem.

- Certo, desculpe por ter feito o quê fiz. - Digo tentando controlar minha voz que apesar dos meus esforços: sai embargada, os olhos de Jack se abrem de imediato.

Eu não gostava de ficar vulnerável, e eu nunca ficava na frente de alguém.

Me mantenho calada o olhando, talvez eu chorasse aí tentar falar algo enquanto aqueles olhos compreensivos e carinhosos me encaravam como se dissessem: chore, faça o quê quiser, estarei aqui.

Jack leva as mãos até meu rosto me causando alívio e dor ao sentir as pontas dos dedos dele saírem de dentro da minha carne e suas unhas já não tentarem alcançar meus ossos involuntariamente.

Sua reação ao ver sua mão em minhas bochechas é horror, olhos arregalados, lábios abertos em choque ele olha para o lugar aonde suas mãos estavam, e ergue o rosto para o meu: horrizado e culpado.

Apenas sorri fechado, dizendo com o olhar que ele não era culpado.

- Suas coxas... Luckster...- Diz com os olhos arregalados olhando para os dez buracos causados por seus dedos na minha carne, havia sangue escorrendo dali faz tempo, e não era pouco.

- Está tudo bem, querido, você estava com tanta dor que mal notou, vai regenerar em algumas horas, fica tranquilo. - Digo tentando acalmá-lo, achei que eu tinha controle sob a situação, enganada estava eu.

O Dawnson tremia tanto que eu comecei a me desesperar, foco toda minha atenção no meu corpo e vejo se consigo acelerar meu processo de regeneração, e é o quê ocorre, logo as feridas estão fechando e em poucos segundos só há sangue ali.

Olho pra Jack que tinha os olhos em torpor e logo apaga.

Carregando o rapaz nos braços escada à cima, eu analiso seu rosto, tinha algo nele que me fazia ficar tranquila ao mesmo tempo eufórica.

Os lábios sexy e atrevidos, fofos de forma sapeca estavam comprimidos levemente.

O rosto tombado para o lado, sua testa tocando minha clavícula, os fios loiros desengrenhados tocando as pálpebras, tão angelical...

Sorri, ele era uma energia ardente e contagiante, o tipo de pessoa que te faz pensar o quê raios você está fazendo da vida pois quando conversa com ele quando o vê ser quem é: você sente que está vivendo errado.

Sente que a vida é algo além do quanto você tem no bolso, algo além do que seu espelho reflete.

Mostra que as boas possibilidades mais improváveis podem ocorrer se você estiver disposto a arriscar, mas vá sem achar que não vai se foder, nada de pessimismo, seja apenas realista consigo sem deixar seus sonhos de lado. Era isso e muito mais, Jack parecia exalar isso sem precisar dizer nada pra explicar, você apenas para e sente.

Já no banheiro do meu quarto sento Jack sobre a cadeira que tinha na penteadeira do banheiro, tiro a roupa dele suja de sangue, ele tinha um corpo tão belo...

Sorri o analisando, delicado e másculo, por favor bela arte, explique.

O deixo de cueca tendo em mente que poderia o constranger eu ir além.

Afinal, homens tinham complexos com seus membros moles, vai saber se Jack era um dos que tinha também.

O coloco na banheira, despejo alguns produtos enquanto a mesmas enche rapidamente com ele ali dentro.

O esfrego com delicadeza retirando o sangue e o suor guardado em sua pele.
Quando termino o deixo na banheira e vou até o quarto, fecho tudo por conta do vento frio que poderia bater em seu corpo quente e estendo algumas toalhas sobre a cama.

Volto pro banheiro pegando Jack no colo, molhando todo o chão eu o coloco sobre as toalhas na cama, o seco e penso o quê eu faria com a cueca molhada.

Enrolo uma toalha em sua cintura e tiro sua cueca não vendo nada, mesmo que eu não me improtasse com essas coisas, cada um tinha suas coisas, até saber, eu deveria respeitar.

Em sua mala pego outra e visto junto a calça e blusa. Retiro as toalhas dali e tapo Jack com as cobertas vendo o mesmo se encolher, fofo.

Seco o chão e vou tomar meu banho.

Nadar no Titanic nunca foi uma meta!Onde histórias criam vida. Descubra agora