19. Unhas e dentes

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📄LUNA

Depois de acalmar os ânimos – no caso, o meu –, Maria e eu nos sentamos em uma das mesas do bar sendo deixadas sozinhas por Chase.

— A senhora quer beber alguma coisa? — perguntei tentando ser gentil e quem sabe reparar a minha grosseria anterior.

— Não. — foi direta. — Você se chama Luna certo?

— Sim.

— Como conheceu o meu filho?

Se eu dissesse que era vizinha dele aquilo tornaria mais fácil para Maria tentar me pressionar sobre onde Vinnie morava.

— Faz algum tempo. — falei apenas.

— Estou vendo que não quer colaborar comigo. — respirou fundo. — Você trabalha neste lugar?

— Sim. Eu sou uma das cantoras.

— E você é boa?

— Por que está perguntando sobre mim? — maneei a cabeça, a olhando com desconfiança.

— Você é minha nora. É normal que eu queira te conhecer.

— Eu acho que você só está querendo saber se eu sou boa para o Vinnie.

— Não. Eu quero saber se você é inofensiva ou perigosa.

— Por que eu seria perigosa? — franzi a testa.

— Um rapaz cego que ganha uma pensão gorda do governo deve chamar a atenção de biscates aproveitadoras. Não estou dizendo que você é uma. Bem, eu ainda não sei se é.

Forcei um sorriso e tentei repetir mentalmente que seria presa se arremessasse uma cadeira nela.

— Sim, eu me aproximei do Vinnie por interesse. — mantive um sorriso sínico. — Eu estava desempregada e precisava de alguém para pagar o meu jantar.

— Como se atreve a dizer isso na minha cara? — irritou-se.

— Eu não minto. Nunca. Isso ajuda a fazer as pessoas confiarem em mim. Não sou santa e admito isso, mas também não sou uma pessoa ruim. Eu amo o Vinnie de verdade. Na primeira conversa que tivemos eu já gostei dele e senti que tínhamos uma conexão.

— Por que eu iria acreditar em você?

— Você não precisa e eu não ligo para a sua aprovação. Não estamos no século dezoito.

— Não se engane, Luna. Você vai querer que eu goste de você. Quando se trata do meu filho eu sou uma leoa. Se eu precisar protegê-lo de você eu vou.

— Bem, você acaba de encontrar outra leoa, sogrinha. — ri. — O Vinnie não quer estar perto de você por uma razão e se eu tiver que te manter bem longe, eu vou fazer isso com unhas e dentes. Literalmente unhas e dentes.

— Você gosta de ameaçar as pessoas? — sorriu de canto. — Não sabe o que é uma ameaça, garotinha. — esquivou-se na minha direção e segurou minhas mãos que estavam sobre a mesa. — Eu contratei um detetive que chegou até este lugar. Vinnie vem aqui quase todas as noites provavelmente para te ouvir cantar. — ela começou a falar em um tom mais baixo e sério. — Observamos vocês. Sei muito sobre você... Sobre o seu pai... — ao citar o meu pai, ela abriu um sorriso perverso.

Fiquei séria e a olhei um tanto assustada. Quando tentei tirar minhas mãos das dela, ela não permitiu, as apertando com força e me lançando um olhar quase mortal.

— Eu já sei onde o Vinnie está morando. Só vim até aqui por você. Achei que você poderia ser uma garota idiota e fácil de comprar, então me ajudaria a me aproximar do meu filho já que ele deve gostar tanto de você pra que se permita tentar se apaixonar de novo.

Your Skin ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora