43. Sempre em meu coração

614 36 15
                                    

📄VINNIE H

Eu havia acabado de tomar banho depois de ter realizado uma cirurgia de emergência que durou quase três horas. Era uma vítima de acidente de carro, foi difícil, mas consegui salvá-la. Estava cansado, mas ainda tinha o plantão da noite para enfrentar. Poderia estar reclamando, mas aquele era meu último dia e depois eu pegaria uma licença para ficar com a Luna e aguardarmos juntos a chegada de Rose.

Vesti o uniforme do hospital novamente, recoloquei meu jaleco e tratei de voltar para a área de atendimento. Caminhava tranquilamente quando avistei uma das enfermeiras correr até mim com uma expressão de pânico.

— O que foi? — perguntei já imaginando que mais alguém estava precisando de mim.

— A sua esposa acabou de dar entrada. A bolsa dela estourou.

— E onde ela está!? — perguntei já caminhando apressado.

— Quarto 405.

Praticamente corri até chegar à porta. Quando entrei, Luma estava na cama enquanto Dixie estava sentada numa cadeira ao lado.

— Ei, você está bem? — fui até ela e segurei sua mão. — Tudo bem? — não conseguia esconder o quanto estava nervoso.

— Sim. — ela riu. — Eu estou bem.

E realmente Luna parecia bem calma para quem estava prestes a dar a luz.

— As contrações não começaram? — perguntei.

— Não. — respondeu.

— E o médico deixou você deitada aqui? Precisa se movimentar para acelerar o processo. Vamos dar uma volta pelo hospital. — ofereci minha mão para ela.

— Vinnie, eu acabei de chegar. Já foi difícil tirar as minhas roupas e vestir essa camisola ridícula.

— Homem, relaxa aí. — Dixie disse.

— Eu estou calmo. — tentei disfarçar.

Não que eu precisasse estar preocupado, mas era o meu bebê ali, não só mais um.

— Você já fez algum parto, Vinnie? — Dixie perguntou.

— Apenas cesarianas de emergência. Obstetrícia não é a minha área.

— Então você sabe muito bem como partos são feitos.

— Sim. — assenti.

— Ótimo, pare de bater o pé no chão como se quisesse quebrar o piso.

Luna deu risada e eu olhei para ela com a testa franzida.

— O que? É engraçado, mas também muito fofo. — tocou minha mão. — Vai ficar tudo bem.

Sorri de leve e me aproximei para deixar um beijo sobre os seus lábios.

— Ah... Caramba... — reclamou com a voz esganiçada, segurando sua barriga e soltando um gemido de dor em seguida. — O que foi isso? — ofegou parecendo relaxar.

— Sua primeira contração. — expliquei.

— Isso foi bem chato. — reclamou.

— E vai piorar. — Dixie completou e eu a olhei com repreensão. — Bom, é o que dizem. — deu de ombros. — Não vai doer mais do que quando ela pintar as paredes de vocês com giz de cera. Ou quando ela fizer uma franja em si mesma aos sete anos.

— Eu nunca fiz isso. — Luna disse.

— Nunca cortou seu cabelo sozinha quando criança? — perguntei.

Your Skin ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora