21. Forte influência

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📄 LUNA

Vinnie marcou um jantar para nós e nossos pais. Estava torcendo para que a mãe de Vinnie colaborasse e não repetisse o mesmo tom que usou da última vez que nos falamos. Eu queria que aquilo desse certo, mas só iria funcionar se ela também estivesse disposta, pois de jeito nenhum eu me comportaria bem se aquela mulher resolvesse me irritar. Mesmo que fosse minha sogra – ela podia até mesmo ser o papa – eu não iria engolir sapo.

O jantar aconteceria em um restaurante de um dos tios de Vinnie. Era um lugar caro, mas já que era da família dele, eu não deveria me preocupar com isso. Só não sabia se iria me comportar adequadamente à mesa, mas isso não me preocupava.

Eu, Vinnie e meu pai chegamos ao lugar bem antes de Maria, que atrasou pelo menos meia hora. Quando ela chegou, trazia um sorriso no rosto e foi logo abraçando Vinnie, que ficou de pé para recebê-la ao ouvir sua voz.

— Olá, Luna. — ela disse com menos animação, porém mantendo uma expressão gentil. — E o senhor deve ser o Simon. — estendeu a mão para o meu pai.

— Sim. É um prazer conhecer a senhora. — ele disse educadamente.

—Igualmente. — sorriu de canto e sentou à mesa entre Vinnie e meu pai, ficando de frente para mim. — Desculpem o atraso, eu não achei que fosse demorar tanto para escolher um par de sapatos. — riu de maneira divertida.

— É de se esperar. — falei sendo um pouco áspera, mas não de maneira proposital.

Era natural para mim responder aquele tipo de frase de um jeito um pouco grosso. Isso acontecia com qualquer pessoa. Maria ficou séria e me encarou, mas logo voltou com o seu sorriso exageradamente feliz. Os dois homens da mesa se mantiveram em silêncio e dava para ver que eles sentiam a tensão entre nós duas.

— No que mesmo trabalha, Simon? — virou-se para ele.

— Eu sou garçom. — ele disse orgulhoso.

Sorri ao ver como ele enchia a boca para falar sobre o seu trabalho. Estava muito orgulhosa do meu pai e creio que nunca o amei na vida como amava agora. Eu até torcia para que ele me pedisse para ficar definitivamente morando comigo, pois depois de todos esses anos eu iria adorar ter a sensação do meu pai bem perto todos os dias.

— Tentando correr atrás do tempo perdido? Eu acho super válido essa reabilitação.

Me segurei para não revirar os olhos. Por mais legal que ela estivesse tentando ser, sua expressão era de puro fingimento. Eu gostaria que Vinnie pudesse ver para perceber que sua mãe estava sendo uma vaca fingida. Mas já que eu não tinha como provar isso, era melhor optar por fingir também.

— E o que a senhora tem feito atualmente, senhora Hacker? — perguntei.

— Eu sou dona de algumas ações da Tiffany & Co.

— A loja no Pacific Place?

— Não. Na Fifth Avenue.

— Em Nova York? — ergui as sobrancelhas surpresa.

— Os lucros são maiores por lá.

— E você disse que a sua família não é rica. — cutuquei Vinnie.

— Os Hacker não são ricos. — Vinnie afirmou. — A Maria Hacker é.

— E o Hacker que é dono desse restaurante também, suponho. — meu pai disse com a boca cheia com as torradas que estavam em uma cesta na mesa.

Maria o olhou de relance com um claro julgamento cintilando em sua íris.

— Os membros da nossa família não compartilham suas economias. Nós que não somos ricos temos que nos virar. — meu namorado completou.

Your Skin ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora