8 - Baile Fernsby| P.1

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"Vem, porque sem ti
a vida é liberdade sem tormento
valsa dançada sem entrosamento

casa vazia, sem flores na janela."💭

Eliana Mora
 

Boa leitura 💜

A música atrativa e as conversas altas tomavam todo o ambiente festivo.

O salão de festa dos Fernsby nunca estivera tão chamativo e glamoroso como naquela noite. Longos e deslumbrantes trajes se misturavam de forma harmoniosa à decoração em tons de vermelho escarlate, azul e dourado. Alguns casais já encontravam-se posicionados ao centro do salão para dar inicio a primeira dança daquela noite, flertes eram soltos no ar, cartões de dança eram preenchidos, taças eram erguidas, risadas eram abafadas com leques e comentários sobre os vestidos escolhidos pelas damas eram feitos por toda parte. Alguns eram elogios pomposos, outros... objeto dos piores escárnios.

Aquela era a alta sociedade londrina.

Fazia tempo que Viollet não se dirigia a um salão de festas. Desde a morte do visconde, a viscondessa e suas filhas preferiram viver o luto de forma tranquila em sua residência, afastadas de toda aquela gaiola de cristal imposta pela nobreza. Agora, um pouco mais recuperadas e acompanhadas do novo responsável por sua família, as três damas podiam retornar para a batalha sangrenta chamada: Temporada social. Ou melhor dizendo, momento em que as solteiras devem se matar para encontrar um partido perfeito para não serem taxadas de solteironas e sofrerem as piores das humilhações.

As irmãs Elliot tinham vantagens, claro. Elas sabiam disso muito bem. Se tornarem solteironas era algo impossível para elas, já que eram belas e tinham dotes bem gordos. Além de que possuíam o apreço da rainha, que ficara simplesmente encantada com a doçura e talento das irmãs. Elas eram consideradas as pretendentes perfeitas para qualquer cavalheiro ali presente. E é sabendo disso que a viscondessa viúva fizera questão de preencher o cartão de Viollet com os melhores nomes possíveis para aquela noite.

Preencher os cartões de dança de suas filhas nunca fora um problema. Assim que a família adentrara os salões, todos os olhares foram direcionados para as irmãs e para o cavalheiro que as acompanhava. Grande parte dos olhares eram de admiração, alguns de inveja e outros curiosos e cobiçosos direcionados a Kent. A viscondessa logo tratou de levar Archie para conhecer as pessoas mais influentes do baile, enquanto as irmãs eram cumprimentadas, elogiadas e abordadas com convites para a valsa.

- Marjorie, Viollet!- Duas vozes com entonações idênticas sobressaem-se sobre a música. Ambas as irmãs olham em volta em busca das donas das vozes e são surpreendidas com abraços apertados.

- Meninas, que saudade!- Marjorie sorri ao retribuir o gesto das garotas e Viollet faz o mesmo.

- Estávamos tão ansiosas para vê-las.

- Sim, queríamos visitá-las, mas nossa mãe achou melhor não importunarmos vocês em um momento tão difícil.- A garota faz um bico fofo ao dizer e Viollet observa o quanto as garotas estavam ainda mais bonitas que o comum.

Alice e Amélia, as gêmeas Fernsby. Se aquele salão fosse realmente considerado uma competição entre as damas, jamais poderia haver uma amizade tão sincera entre as quatros garotas, já que a beleza e requinte das gêmeas era algo tão comentado quanto as das Elliot.

As gêmeas tinham a mesma idade que Marjorie, possuíam uma pele clara e brilhante como porcelana, cabelos longos e dourados, olhos tão azuis que poderiam ser confundidos com safiras, e possuíam um rubor natural nas bochechas e lábios que as faziam parecer verdadeiras bonecas. A única forma de distingui-las era o fato de Amélia ser um pouco menor do que Alice.

Violetas para o Visconde Onde histórias criam vida. Descubra agora