"Quando as palavras fogem,
as flores falam."💭Bruce W. Currie
Boa leitura💜
O dia seguinte fora agraciado por uma leve garoa, e assim que o sol nasceu seus raios foram de encontro as gotas de água repousadas na vegetação local, o que gerou um espetáculo silencioso de cores, se assemelhando a pequenos cristais de encontro a luz.
Viollet observava o belo arco-íris que se formara ao horizonte pela janela de seu quarto, amava aquele tipo específico de manhã, quando podia deleitar-se na brisa fresca e suspirar com a beleza da natureza. Aquele momento ajudava-a esquecer do estado de seu joelho, a faixa recém trocada estava um tanto apertada e o remédio aplicado causava uma certa coceira.
Estava pensando em uma forma de pular a janela para não ter que descer para o café e lidar com sua mãe e aquele olhar amoroso de quem quer dar-lhe umas palmadas. A viscondessa esquecera dos males e agira como uma perfeita anfitriã na hora do jantar, mas isso não ajudara a esquecer da confusão que Viollet trouxera como sobremesa. Sabia que estava seriamente encrencada e nem havia como se defender, já que ela mesma fora a causadora de seu próprio infortúnio.
- Senhorita, posso entrar?- Viollet assustara-se com a voz da senhora Martin.
Ser pega na janela equilibrando-se sobre uma perna só tendo o joelho machucado, não seria uma boa ideia, principalmente conhecendo o quanto a governanta da família era rígida tratando-se de etiqueta e saúde. Viollet então começa a pular o mais rápido que consegue sobre a perna boa até chegar em sua cama, ela poderia rir de si mesma se não estivesse nervosa com os momentos seguintes.
- Sim, claro!- Responde um tanto ofegante e logo se martiriza por isso. Ela era péssima em suas falcatruas.
A governanta adentra o aposento cuidadosamente decorado. Viollet decidira decorar seu próprio quarto quando tinha quatorze anos, com ajuda de um excelente pintor encheu as paredes azuis e o teto de ramos delicados e flores brancas, além de algumas violetas aqui e ali. Sua cama, também azul, era espaçosa e preenchia uma boa parte do aposento. Na frente da cama ficava uma penteadeira de madeira adornada com detalhes dourados, tendo em sua lateral uma grande janela para o jardim, seguindo então de uma estante repleta de livros e enfeites de seu gosto. Um pequeno lustre de cristal adornava o teto e o chão era de um mármore branco e bonito.
Seu quarto era o segundo lugar favorito de Viollet na mansão Elliot.
- Bom dia, Senhorita.
- Bom dia, minha amada Emma!- Conhecendo bem a peça ela logo crispa os olhos para Viollet, apontando em seguida para a camisola que estava usando.
- Vejo que ainda não aprontou-se.
- A Marie estava trocando minha faixa, por isso ainda não me arrumei.
- Certamente, milady. Vamos fingir que a senhorita não está demorando de propósito para não ter que encarar a senhora viscondessa.- Viollet arregala os olhos e Emma sorri vitoriosa.
- Eu realmente não gosto do quanto a senhora me conhece.- A caçula murmura e então se ergue da cama, o animo era tão evidente em seus movimentos que ela parecia se arrastar enquanto um bico se formava em seus lábios.
- Eu troquei os seus panos, como não te conheceria?- Dizia a governanta enquanto escolhia uma vestimenta adequada para Viollet.- Aliás, eu já disse que uma dama não resmunga e trate logo de desfazer esse bico! Uma lady não faz pirraça.
- Sim, senhora. - Viollet queria mesmo chorar e ser pirracenta, mas então receberia um longo sermão sobre o quão crescida já estava para tal coisa. Com idade para se casar e estando em sua segunda temporada, ser vista deitada no chão aos berros não seria muito adequado.
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Violetas para o Visconde
RomanceDuologia: Irmãs Elliot Livro 1 Quando o Visconde Elliot vem a falecer, a falta de um herdeiro faz com que suas propriedades e riquezas sejam passadas para seu primo distante, Mr. Archie Kent. Antes de partir, o Visconde deixa uma carta com um último...