𝐏𝐢𝐧𝐭𝐮𝐫𝐚.

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Izuku Midoriya.

Acordo num pulo, algo em mim pareceu se sentir na obrigação de acordar e já reconheço esse "instinto", que se tornou habitual desde que me acostumei a acordar de manhã.

Não consigo dormir tarde nem se minha vida um dia depender disso, e o pior é que fico com sono, mas não consigo adormecer novamente até que fique de noite.

É estranho, porque desta vez me sinto mais cansado ainda, e me sinto pior quando tento lembrar do que aconteceu na noite passada.

Demoro, mas me dou conta de que a dor constante que tenho nas costas se amenizou um pouco, e olho rapidamente em volta quando percebo que estou numa cama enorme.

É aí que me recordo; o príncipe iria me providenciar uma cama, mas eu não sabia que seria tão rápido.

A última lembrança que tenho é de irmos á um restaurante extremamente chique e termos uma conversa estranha sobre amor, tudo depois disso saí borrado e em branco.

De qualquer forma, penso sobre isso depois.

Assim que me viro para o lado, coço os olhos para ver se minha visão não está me enganando, mas não.

... Por que Bakugō não está na cama?

No mesmo momento em que me levanto, caio no chão e minha cabeça começa a doer como o inferno. Fecho com força os olhos em quanto tento com dificuldade me levantar novamente.

— Eu sei que você é pobre, mas não precisa dormir no chão. - a voz do príncipe ecoa em meus ouvidos e sua sombra atinge minha visão, o encaro por baixo dos cílios.

Ele está vestido, e tem um copo de vidro na mão, contém algo que não reconheço.

— Me desculpe, senhor. - limpo a garganta e pressiono a mão na testa. - eu deveria ter acordado primeiro, certo? Peço perdão. Já está muito tarde?

Agora, começo a me desesperar um pouco. Eu deveria acordar primeiro que ele todos os dias, não acordei cedo? Acabei passando da linha? E se quiserem me demitir?

— Por que está tremendo? - ele pergunta e no mesmo instante se abaixa para me observar cara-a-cara.

Desvio o olhar para minhas mãos e pressiono as unhas nas palmas assim que noto o tremor.

— Me... Me desculpe, senhor, estou trabalhando, não devo me aproveitar de nada. Me desculpe, não deveria ter dormido demais e-

— Cala a boca, Deku. - manda, e faço na hora.

Katsuki se senta de pernas cruzadas e me entrega o copo.

— Serve para aliviar ressaca, tome um pouco. Sei que é ruim mas vai te deixar melhor.

Sinto uma consistência estranha em quando bebo mas apenas agradeço mentalmente, porque, afinal, ao menos tenho o que beber.

— Obrigado. - murmuro e levo a mão até a testa. - Me desculpe, senhor. Eu-

— Ainda são cinco da manhã. - ele me interrompe. - Eu quem acordei mais cedo, foi porque eu quis.

— Mas eu devo sempre acordar antes do senhor, sem exceção... - passo a mão pelo cabelo, totalmente arrependido.

— Se for para ficar se remoendo, deite na cama e durma o dia todo. Se eu morrer, a culpa será sua.

Sua frase não faz sentido algum, mas ainda sim, me deixa receoso.

— Não vou te mandar embora, mas se quer tanto, não me fará falta alguma. - o príncipe dá de ombros e finalmente se levanta, caminha até a grande varanda do quarto e abre as cortinas, o sol ainda nem nasceu, o céu está apenas vermelho.

MY GUARD! | BAKUDEKUOnde histórias criam vida. Descubra agora