𝐀𝐫𝐜𝐨 𝐞 𝐟𝐥𝐞𝐜𝐡𝐚.

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Pov - Narrador.

- O senhor precisa estar na conferência em duas horas, quer se arrumar agora ou prefere deixar para depois? - Izuku fecha a porta do quarto atrás de si e ajeita a prancheta em suas mãos. - depois disso, terá um... - aperta os olhos ao aproximar mais o objeto de seu rosto, arqueia uma das sobrancelhas e recebe um olhar de curiosidade vindo de Katsuki.

- No que minha mãe me meteu agora? - o príncipe solta um suspiro pesado e se levanta, era de manhã então ainda estava sem roupas, por isso Midoriya engole em seco e baixa a cabeça disfarçadamente.

- É... Pelo que tem aqui, você vai para um encontro com a princesa da cidade... - ele abre e fecha a boca murmurando coisas indecifráveis.

- Certo, já sei. É um nome complicado, não precisa tentar dizer. - abana as mãos em direção ao esverdeado enquanto se aproxima dele, puxando a prancheta de sua mão. - ... Que inconveniente, ela está desesperada para que eu me case.

- Você ainda não é novo demais? - Izuku limpa a garganta e pergunta num tom reprimido.

É claro que era, porém, todos os que são dignos da benção de nascer na família real acabam tendo que lidar com coisas deste tipo.

- Eu não sei. - o loiro dá de ombros ao fingir que não se importa, então, segura no queixo do outro rapaz e faz com que seus olhos se encontrem. - cabeça erguida, lembra? Você não é corcunda.

Izuku assente com a cabeça e faz um esforço considerável para não ficar desviando o olhar toda a hora.

- Não quero me casar. - as palavras saem da boca de Katsuki tão rápido que ele não conseguiu nem ás calcular, até pensa em retirar o que disse, mas não podia se mostrar vulnerável ou atrapalhado, por isso se mantém como está.

- A-algum motivo em específico, senhor? - Midoriya ficou por um tempo pensando se deveria ou não estender a conversa, mas chegou à conclusão de que seria desrespeitoso não falar nada sobre isso.

Katsuki sentiu vontade de repreender Izuku sobre novamente estar sendo chamado de senhor; já lhe foi dito e ressaltado que este tipo de formalidade não era necessária, e sim irritante. Porém, apenas respira fundo e tenta manter a calma.

- É horrível. Vou me casar por dinheiro e não amor. Não me importo se nunca presenciar este sentimento, mas me importo em não aceitar uma vida patética ao fingir que gosto de uma mulher da qual nunca vou nem aturar como pessoa. - a resposta parecia estar na ponta de sua língua, como se quisesse dizer isso há muito tempo.

- Entendo. - o menor parece relutante, ainda mais devido ao toque em seu queixo e a proximidade de seus corpos que parecem ficar mais intensos ainda já que existe nudez em um dos lados.

- Já tomou café? - Katsuki pergunta, mudando totalmente o assunto. Se afasta e vai até o grande closet, desaparecendo entre as roupas.

- Me contento com o jantar de ontem. - a normalidade em que Izuku respondeu a pergunta foi bizarra ao príncipe, que se esguia para que apenas sua cabeça possa ser vista, com isso, encara o outro rapaz com a sobrancelha arqueada e a boca levemente aberta, em choque.

- ... Não se contenta não. - então, Katsuki responde e novamente entra no closet, ambos os rapazes ficam em silêncio por um tempo, até que Bakugō sai do closet e se dirige até a porta fechada do quarto, que é onde Midoriya está encostado.

Katsuki passa os dedos com delicadeza pela clavícula marcada de Izuku, que corresponde engolindo em seco e prendendo o ar, claramente confuso e surpreso com o toque.

- É por isso que você é magro. - a voz rouca e baixa do mais alto enche os ouvidos do esverdeado, que mais tarde sente o pescoço ser levemente tocado. - como quer me proteger se é fraco e desnutrido? Até diria que você é um peso morto, mas nem um peso você chega a ser.

MY GUARD! | BAKUDEKUOnde histórias criam vida. Descubra agora