Capítulo 11 - A briga

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San Diego - CA, maio de 1987

- Senhorita, essa medicação fica em U$19.00. Vai precisar de mais alguma coisa? - Eddie que agora trabalha como atendente de farmácia está atendendo uma jovem que ficou lhe encarando com curiosidade.

- Da onde eu te conheço...?

- Errr... me desculpe, mas não me recordo de já nos termos visto!

- Você não toca em uma banda?

- Sim... eu tocava na Indian Style, mas há dois meses que faço parte da The Butts. Já viu alguma apresentação nossa?

- Claro, a The Butts! Eu curto o som de vocês!! Você é Eddie, o vocalista, não é?

- Sim, eu mesmo!

- Prazer, meu nome é Elizabeth, mas pode me chamar de Beth!

- Prazer, Beth. Então, você curte o som da nossa banda? Que legal!

- Sim, e eu também tenho uma banda. A Hovercraft. Sou baixista.

- Poxa, que da hora! Eu gostaria de ver a sua banda. É de punk rock como a minha? 

- É mais um rock alternativo, muito parecida com sua antiga banda, a Indian Style. Mas curtimos um punk rock estilo Ramones também. Vamos nos apresentar amanhã no pub Californian Beer. Posso te arrumar um convite se tiver interesse.

- Claro, vai ser um prazer.

Beth e Eddie se gostaram de cara, no entanto, desde o término com Dawn, o rapaz não era tão a vontade em relacionamentos. Passaram a se ver constantemente e ficaram algumas vezes. Estavam juntos, mas Eddie preferiu não rotular o que tinham e nunca se apresentavam como namorados. Beth era descolada e não se importava com isso. Ela fazia parte do mundo de Eddie da mesma forma que Dawn se encaixava e isso já era o suficiente para Eddie achar que não seria para sempre.


Seattle - Wa, julho de 1987

- Hoje é a última apresentação agendada da Green River no Arizona. Amanhã eles devem estar voltando. - Zana comenta com Liza que está estudando um papel para uma nova peça de Shakespeare.

- É, eu sei! - Liza responde sem muito interesse.

- Você não quis acompanhar Ted ao Arizona por quê? Brigaram de novo?

- Não, não é por isso! Acontece que eu tinha que focar em estudar esse papel e viajando com ele eu não teria como fazer isso. Ted precisa entender que não é um filho que nos privará de ficar juntos o tempo todo. Eu também tenho meu trabalho, tenho minha carreira e não vou abrir mão de tudo por causa dele.

- Vocês ainda não se entenderam totalmente depois daquela história dele não querer ter filhos, não é?

- Sei lá, viu? Nós conversamos algumas vezes e ele me convenceu de que não precisamos pensar nisso agora. Realmente, eu não tenho planos de ter filhos tão cedo e ele também tem muitos outros planos pela frente. Acho que vai chegar uma hora em que vamos sossegar e querer coisas diferentes. Talvez daí surja a vontade de termos uma família. Quem sabe?

- Liza, posso dar uma opinião?

- Claro, Zana!

- Olha, eu sei o quanto o Ted é apaixonado por você. Isso é inquestionável! Mas, não acha que ele pode estar apenas querendo ganhar tempo?

- Como assim Zana? Não entendi!

- Amiga... Ele ter te convencido de que não precisam falar sobre isso agora pode ter sido um ganha tempo para você não terminar com ele e aos poucos ele te convencer de que é melhor não terem filhos.

State of love and trust - amor e confiançaOnde histórias criam vida. Descubra agora