Capítulo 45 - O depois

15 3 1
                                    

- Comece me contando onde aprendeu a dirigir daquele jeito para ter me despistado no dia em que te segui. - Eddie arqueia as sobrancelhas arrancando risadas de Liza.

- Bom, Eddie eu nasci e me criei em Seattle, conheço bem o trânsito daqui e as vias de acesso. Você que, além de péssimo motorista também é novato e lerdo.

- Ah, sou um péssimo motorista, então, mocinha?

- Sim, não se lembra aquela hora em que fiz uma ultrapassagem na contramão e você tentou várias vezes sendo que eu passei de primeira?

- Se eu tenho mais amor a vida do que você não quer dizer que sou péssimo motorista.

Ambos continuam rindo de suas piadas internas até que em dado momento ficam em silêncio se encarando timidamente e sem querer os dois falam juntos:

- Eddie...

- Liza...

- Pode falar, Liza!

- Não, fala você!

- Primeiro as damas!

- Primeiro os mais lentos! - leva as mãos a boca em risos.

- Olha aqui. Qualquer dia, vamos disputar um racha e você vai ver quem é lento!

- Nossa, que medo. Está bem, mas eu prometo que quando for dada a largada, eu deixo você sair primeiro para depois não dizer que foi injusto.

Eddie revira os olhos e dá um sorriso jocoso antes de continuar falando:

- Bom, mas falando sério agora eu... queria te pedir desculpas por aquele monte de merda que te falei da última vez que nos vimos. Queria muito que você me perdoasse!

- Acha que se eu já não tivesse te perdoado, estaria aqui falando com você?

- Err...eu sei. Você tem um bom coração Liza. E quero também que saiba que nunca fui ingrato. Nunca vou esquecer o que fez por mim logo que cheguei aqui. Você nem me conhecia e me tratou como alguém da sua família e...

- Como um irmão? - a moça está com um sorriso jocoso e semblante curioso esperando a reação de Eddie que paralisou diante da sua pergunta.

- Errr... eu...

- Eu fui uma tonta, Eddie. Fui uma idiota por não ter percebido que todo aquele carinho que você tinha por mim não era o mesmo que pessoas como Jerry sentiam. Me desculpe se, por não perceber isso, eu magoei você. 

- Não, não me magoou. Você não me magoou nunca. Você só estava sendo sincera e eu me sentindo um fracassado por não ter te conquistado e...

- Quem disse que você não me conquistou? - Liza está agora com um semblante mais sério e encara Eddie nos olhos.

- Err... con-conquistei?

- Sim, mas como minha irmã me disse depois, eu sequer havia percebido que toda a admiração que eu tinha por você era pelo homem que você representava e não como se você fosse um membro da minha família. A princípio aquilo me parecia loucura, mas depois que fui refletindo eu vi que ela tinha razão. Lembrei-me de quantas vezes eu desejei que o Ted fosse como você. E sendo assim eu fui juntando algumas peças na minha cabeça sabe? Porque se eu desejava que o Ted fosse como você então eu não te via como irmão, mas naquela época eu não consegui raciocinar.

- Devido a tudo que estava te acontecendo...

- Também, mas principalmente pelo fato de eu estar grávida. Na minha cabeça ninguém se apaixonaria por mim sabendo que eu estava grávida de outro cara.

- Isso nunca fez diferença para mim! Eu convivia com você, pude te conhecer e o seu jeito me cativou rapidamente. Eu vi que você era diferente de todas as outras garotas que eu já havia conhecido na vida.

State of love and trust - amor e confiançaOnde histórias criam vida. Descubra agora