Capítulo 2

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Olivia

Não sei porque cargas d'águas eu estava ansiosa. Só por que fazia quatro anos desde que fui para França e não voltava para casa desde então?

Bobagem!

Eu e meu pai tínhamos conseguido superar o aquele episodio, em que ele surtou quando disse que não iria para mesma faculdade, Ricky, cursar administração como ele queria e ainda por cima se recusou a pagar as mensalidades do meu curso de gastronomia. Senti o mesmo gosto amargo na boca como naquele mesmo dia. Por sorte eu ainda tinha meus avos maternos que fizeram o possível e o impossível para realizar meu sonho, já que eu queria seguir a mesma profissão que minha mãe.

Foram anos árduos. Trabalhando e estudando como uma louca, fazia vários cursos de diversas áreas, tudo o que eu pudesse para complementar meu currículo e me desse experiencia eu topava, tudo isso para provar ao meu pai que podia, sim, ser uma chefe renomada, é funcionou, apesar dele nunca me parabenizar por nenhuma das minhas conquistas.

Por isso para mim foi uma surpresa quando ele se ofereceu para ser meu socio no restaurante, acho que meus avos falaram com ele ou o sentimento de culpa o consumiu um pouco, quando soube que o lugar carregaria o nome da minha mãe. Esperança. Inclusive a sugestão de colocar Hope, partiu dele. Eu estava contente com o apoio dele, principalmente enquanto estive na frança fazendo o curso de vinho e destilados e cordontec que reunia cozinha, confeitaria, panificação e serviços em um único lugar, enquanto estava lá estudando e me aperfeiçoando, meu pai tratou de achar um lugar e o transformá-lo no espaço perfeito para um restaurante. Até funcionários ele contratou, incluindo Alec, me ex namorado o novo subchefe do Hope.

Quando soube fiquei irritadíssima, não com meu pai, mas com Alec e sua cara de pau, terminamos ainda quando estávamos na França, quando o peguei com outra aos beijos. Ele me pediu mil desculpas, mas aquela não era a primeira vez que ele cometi um erro comigo e eu tenho uma regra clara quanto há isso: vacilou comigo mais de três vezes, eu vou fingir que você nunca existiu na minha vida. Só havia uma pessoa com exerção a essa regra. Ricky. E pode ter certeza que me odiava por dar a ele esse poder.

Haviam se passado sete anos desde aquela fatídica noite, não eramos mais os mesmo em vários sentidos. Nossas mensagens eram estranhas, simples e apenas em datas comemorativas. Não o via pessoalmente desde que ele foi para faculdade em 2016, mas eu o acompanhava em seu Instagram, sempre vendo o homem bonito e galinha que ele se tornou com o tempo, ele não era mais aquele adolescente problemático que meu pai adotou depois que sua mãe tentou suicídio. Ele era um homem agora, meu pai sempre fazia comentários do tipo: "Ricky, é ótimo no que faz!" ou "Ele fechou um contrato milionário", acho que ele queria de certa forma me encorajara ser mais como Ricky que era formado em uma profissão de verdade, como meu pai mesmo me disse uma vez, mas, no fundo, isso só tinha um efeito contrario sobre mim, quando mais eu sabia da vida de Ricky, mais queria me afastar dele. Mais do que já estamos afastados.

Eu sentia que não tínhamos mais nada em comum, além das nossas lembranças. Quando éramos pequenos, éramos melhores amigos, aqueles inseparáveis, o tempo às vezes pode ser cruel e com a gente ele foi, quando Ricky entrou na adolescência tudo começou a mudar, ele tinha gostos e hábitos diferentes do meu que ainda gostava de brincar minhas bonecas, mas ainda, sim, nossa amizade se manteve. Então eu entrei na adolescência também, Ricky se afastou e eu achava que era por conta do meu namoradinho da época, que ele não ia com a cara, mas ainda, sim, conversamos mais naquela época do que hoje.

Hoje somos dois estranhos.

— Oly? — Meu pai chamou. Tinha esquecido completamente que eu estava em uma ligação com ele enquanto me instalava no apartamento de Mel.

Hope: Aberto para se apaixonar | ** DEGUSTAÇÃO **Onde histórias criam vida. Descubra agora