Olivia
Era muito estranho estar de volta em casa, depois de tantos anos fora. Tudo ainda parecia igual, os móveis no mesmo lugar e as paredes sempre pintadas de marfim, era como se eu nunca tivesse saído daqui.
— Seja bem-vinda de volta! — Meu pai me deu um abraço apertado. Que retribuiu. Não sabia que estava com tanta saudade até vê-lo pessoalmente. — Você está linda, Oly! — Disse olhando para o vestido preto que Mel me fez vestir, sobre a ameaça de Ricky estar no jantar e eu ter que parecer sexy.
Era oficial! Mel era mais iludida do que eu!
Como já estava atrasada e não queria iniciar uma discussão sobre eu estar indo ver meu pai e não Ricky, vesti a porcaria do vestido e saí.
— Obrigada. — Sorri, sem jeito. Vestidos são confortáveis sem dúvidas, mas me senti fora da minha zona de conforto, foram anos só vestido, jeans e camisetas, porque minha rotina era simplesmente de casa para o curso, do curso para o trabalho e do trabalho para casa.
Às vezes eu perguntava se era por isso que Alec me traiu, por eu não ser mais tão "feminina". Quando começamos a namorar cinco anos atrás, eu tinha um cabelo longo e escuro com mecha douradas, que eu era apaixonada, Alec também, mas teve um dia que me irritei muito por não conseguir prendê-lo na toca e tomei uma advertência da professora de cozinha, quando cheguei em casa eu mesma cortei seguindo um tutorial na internet, desde então eu o uso chanel, um pouco abaixo da orelha.
— Você está atrasada. — Constatou. Neguei com a cabeça.
— Pai!
— Eu adoro implicar com você! — Passou o braço pelos meus ombros. — Quer beber alguma coisa enquanto esperamos Ricky? — Olhei para o relógio em meu pulso, que marcava mais de sete e meia, se quiser vir já teria aparecido, meu pai sempre fazia questão de dizer o quão pontual ele era.
— Acho que Ricky não vem, pai. — Comentei.
— Eu também acho! Mas deixe-o comigo! Ele não perde por esperar. — Afirmou.— Agora vamos jantar enquanto você me conta tudo sobre a França, seu curso, seu trabalho. — Não pude deixar de sorrir, se essa conversa fosse anos atrás ele jamais teria tocado nesses assuntos e hoje ele perguntava curioso e orgulhoso de mim.
Enquanto comíamos, meu pai fez todos os tipos de perguntas, as que eu queria muito responder e as que não queria também, não deixei nenhuma sem resposta. Acho que foi a primeira vez que conversamos de verdade, depois da discussão acalorada que tivemos sobre meu futuro há seis anos e como não deixaria meus sonhos de lado só porque ele julgava aquilo tolice.
— Estou muito orgulhoso de você, Oly! — Ele cobriu minha mão com a sua. — Sua mãe também estaria! — Disse sorrindo. — Inclusive, achei algo que era dela e quero que fique com você!
— O que é?
— Você vai ver! — Exclamou ficando em pé. — Vou até meu quarto pegar, volto em um instante! — Disse subindo as escadas.
Suspirei, satisfeita com a comida e com a noite tranquila que estava tendo com meu pai, diferente do que imaginei, ele quase não mencionou Ricky, na verdade, acho que eu quem parecia uma obsessiva de tanto que pensava nele, mas, no fundo, não me culpava essas paredes e tetos guardavam muitas lembranças.
— Eu acho que você vai amar! — Meu pai comentou descendo as escadas, com um caderno em sua mão. Assim que chegou mais perto me entrego o objeto. Olhei para o pequeno caderno, que, na verdade, era um livro de capa dura, revestido em couro, as folhas estavam amarelas e mais a tinta da caneta ainda era bem visível nas páginas.
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Hope: Aberto para se apaixonar | ** DEGUSTAÇÃO **
RomantizmEnrique sempre acho que o amor tornava as pessoas frascas, cegas e elevavam a loucura, ele cresceu em um lar precário de carinho e afeto, onde presenciava cenas que nenhuma criança de 7 anos deveria presenciar nessa idade. Com o tempo ele fechou par...