Capítulo 4

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2012 - 11 anos atrás

Ricky

— Por favor, Jonas! — Minha mãe estava de joelhos agarrada a perna do meu pai, impedindo ele de se mexer. — Não nos deixe! — Implorou. — Eu não conseguia ver aquela cena sem sentir enjoado.

— Me solte! — Ele gritou a empurrando para o chão, longe dele, como se ela estivesse contaminada com alguma doença. Eu quis tentar em pedir que ele agredisse ela mais uma vez, mas o olhar que mina mãe lanço para mim no pé da escada, me deixou claro que ela não queria minha ajuda. — Já tomei minha decisão! — Disse firme, apertando a alça da mala em sua mão. Se ele queria ir, que fosse para o inferno abraçar o capeta! Não seria u problema para mim.

— Jonas... — Minha mãe o chamou com a voz embargada de choro, tentando tocá-lo outra vez. Por que ela simplesmente não o deixava ir? Será que ela não percebia o mal que ele causava a nossas vidas.

— Mãe? — Chamei, atraindo sua atenção, não aguentava mais vê-la sofrer em suas mãos. — Deixe-o ir!

— Finalmente falou algo que preste! — Meu pai rosnou para mim, enquanto minha mãe me lançou um olhar de reprovação.

— Cale a boca, Ricky! — Foi a primeira vez que minha mãe gritou comigo na minha vida. Mas por que ela fez isso, se eu só estava tentando ajudá-la? — Vá para o seu quarto agora!

— Você é tão patética como ele! — Meu pai disse dobrando o corpo sobre minha mãe para olhar em seus olhos. — Por isso ele é um covarde! Um merdinha! Um veadinho que brinca com bonecas! — E claro, que ele nunca superou o episódio de dois anos atrás, onde ele me flagrou brincando com Olivia e sua bonecas, ainda lembro da surra que tomei e suas palavras duras. O que ele não sabia é que eu já beijava meninas há muito! — Aquela garota é uma má influência! Eu queria um filho homem é olhe o que você me deu! — Apontou para mim.

— Não fale de Olivia assim! — Gritei. Ninguém, falaria mal de Oly na minha frente. Nunca. Meu pai olho para mim com os olhos pegando fogo.

— Ou vai fazer o quê? — Me desafiou. — Correr para o seu quarto e chorar, como um menininha? — Debochou. — Já sei! Vai correr para o colo da mamãe como sempre! — Meu sangue fervilhou em minhas veias, estava cansado de suas humilhações! — Você deu à luz a um merda! — Esbravejou contra o rosto da minha mãe que ainda continuava no chão.

Caminhei a passos firmes até ele.

— Ricky! Não! — Minha mãe gritou antes do meu punho acertar enxio seu queixo, ele cambaleou para o lado supresso com minha reação, acho que mais ainda pelo fato de um garoto de 14 anos ter batido nele. Não fiquei com medo quando seu olhar recaiu sobre mim e ele veio voando em minha direção.

Não era primeira vez que eu tomava uma surra dele, mas seria a última. Tinha certeza. Ele acertou meu nariz e me jogou no chão, não tive tempo para me recuperar e recebi mais algumas pancadas. Minha mãe continuou no mesmo lugar, sem se mexer, sem piscar e ainda duvidada se ela estava de fato respirando.

— Eu sou seu pai! Você me deve respeito!

— Jonas! — Minha mãe voltou finalmente a si. — Vamos conversar. Sós. — Pediu em um tom serio. Ele olhou para mim ainda no chão, eu sentia o gosto de sangue na boca e um corte na sobrancelha.

— Não temos mais nada para conversar. — Ele saiu de cima de mim. Pegou sua mala no chão e saiu pela porta sem olhar para trás, senti um peso sair dos meus ombros no mesmo instante. O pesadelo enfim tinha acabado. Ou não. Minha mãe ficou em pé cambaleando e o seguiu para fora de casa, ouvi o pneu cantar no asfalto e um grito agudo cortar contra o vento.

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