08 CIÚMES

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Todas as manhãs o imediato vinha trazer peixes vivos que soltava na piscina para o hibrido. Mas o tritão nunca respondia o imediato e nem emergia. Também só comia quando estava sozinho.

Certa manhã em que o imediato colocava os peixes a mocinha entrou pisando em ovos, fingindo um olhar desinteressado.

"É agora. Preciso tomar as rédeas de minha vida como a Sofia falou."

— Que raro ver você aqui nessa hora! — admirou Marco.

O homem usava chapéu o tempo todo, para tentar esconder a calvície completa no topo da cabeça. Somente na lateral ainda possuía uma pelagem rala e falha. 

— É... — respondeu desinteressada.

— Pronto, coloquei todos os peixes! Já que está de pé, não quer me acompanhar no desjejum hoje? Podemos ir ao restaurante aqui perto, o que acha? — perguntou o homem.

— Pode ser... Ei Marco, você não tem pena dele? Não acha que ganhamos bastante dinheiro ás custas dele? — questionou a mocinha.

O tritão que nadava devagar no fundo, diminuiu ainda mais a velocidade, quase que parando para ouvir a conversa. O imediato ficou surpreso com a pergunta e sem jeito concordou com a mocinha.

— Então não acha que já devíamos devolver ele ao mar?

— Ah... Sim... Mas seu pai não concordaria...

— Você não tem um pingo de atitude! É por isso que vou acabar recusando seu pedido de casamento! — virou se afastando da piscina.

— O quê?! Mas eu não posso contrariar o patrão! — foi seguindo-a, alcançando antes de chegar à porta.

— Então está pensando no meu pedido?

— Estou... Mas tem uma condição para eu aceitar...

— Ora! Qual seria, minha boneca?

— Você tem que me ajudar e tirar ele daqui!

— Ahrr... Me peça outra coisa... — retorquiu.

— Esse é meu único pedido. Se não me ajudar e ainda contar para o papai nunca mais olho na sua cara!

— Uou! Calma!... Por que quer tudo isso? Não percebe que me deixa até com ciúmes?

— Ciúmes de quê? Se ele vai sumir no mar!... Vamos me ajude...Eu prometo que me caso se me ajudar... — disse Maria gentilmente.

— Está bem... Eu vou ajudar...

— Verdade, promete?! — quis saber, olhando-o ansiosa.

— Sim, mas quero algumas garantias... — Marco sorriu maliciosamente.

— Quais? — disse Maria já recuando um passo, desconfiada.

— Primeiro essa... — de surpresa roubou um beijo, encostando seu bigode suado e cheirando a peixe.

"Que nojo!" queria chorar "Mas farei por vocês meu tritão... Essa não ele vai nos vê!"

Maria saiu do beijo e foi logo olhando para a piscina. Se perguntando se o tritão viu. Mas só viu os peixes nadando na piscina.

— Agora fiquei com ciúmes. Você só pensa nele... Já estou desistindo de ajuda-lo...

— Não é isso... Você só me pegou de surpresa... Vamos sair daqui e conversar no restaurante... — assim foi puxando o imediato e saíram.

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