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Reino de Qi, Palácio do Rei

Nunca houve na história de Qi um rei vaidoso que se importasse com a aparência e fosse extravagante. Xing Fu, sinônimo de alegria e felicidade, Rei do Reino de Qi, havia subido ao poder há alguns meses. Era, de fato, o mais novo entre tantos reis que subiram ao poder. Considerando as disputas veladas entre os reinos, ele era o Rei mais novo e inexperiente.

Sua Primeira Esposa, a Rainha de Qi, havia sido envenenada semanas depois de ascender ao trono, e nunca sequer encontraram quem fizera tal atrocidade.

Como Rei de Qi, ele quis trazer alguns pontos novos ao governo, e ele conseguiu. Xing Fu é o primeiro rei a mostrar a riqueza de seu reino. Com suas roupas extravagantes conseguiu atrair turistas de todo o mundo, outros continentes ousaram atracar em seu porto apenas pela curiosidade da riqueza que o reino possuía.

A corte do novo rei recebe com frequência emissários do Continente Azul, presentes são enviados quase diariamente, e ali está o rei em toda a sua riqueza. Sua pele pálida combinava perfeitamente com o ouro em suas orelhas, pescoço e dedos. O Rei era banhado em joias e roupas nobres.

A veste branca empalidecia o rosto do Rei, mas os tecidos transparentes em vermelho e dourado que completavam sua roupa lhe davam vida. Um brinco de pássaro dourado com os olhos vermelhos balançava nas orelhas do novo rei. O pescoço refletia a luz do ouro. O colarinho de sua veste em vermelho possuía um bordado em fio de ouro.

Ninguém poderia negar que o Rei era estiloso e charmoso, aonde quer que ele andasse as cabeças viravam em sua direção, e não era por ser rei.

Sentado em seu trono de ouro e de pedras luminosas, o Rei sorria para os ministros que entravam para o início da sessão da corte. Ele amava ver a movimentação dos trabalhadores, confiava no serviço de cada um deles.

Os olhos esverdeados do rapaz brilharam ao se deparar com uma mulher em sua corte. Havia um pouco de surpresa, mas o sorriso se mantinha em pé e divertido.

— Saudações, Vossa Majestade — disse a mulher que se ajoelhou e levou uma mão ao peito em reverência. Suas roupas eram barulhentas, possuíam peças douradas que tilintavam.

O Rei observou bem a mulher que se mantinha ajoelhada, aguardando a ordem de se levantar. Os dedos de Xing Fu batucavam no braço do trono. A mulher vestia um traje sensual e provavelmente era dançarina.

— A quem devo a honra? — Perguntou o Rei com o seu sorriso gentil.

Ainda ajoelhada, a mulher respondeu de cabeça baixa:

— Fui enviada pelo Rei de Zhao para entretê-lo.

O Rei riu e então pediu para que se levantasse, e ela o fez.

— Estou em busca de uma rainha... é... qual o seu nome?

A mulher ergueu a cabeça para que seus olhos escuros encontrassem os do rei.

— Bat Bayar, das dunas vermelhas do Reino de Zhao.

— Bat Bayar — repetiu o Rei, um nome que nunca escutou antes — uma das tribos ancestrais?

— Sim, Majestade.

— E o Rei de Zhao a enviou a mim?

— Sim, Majestade.

O rei de 27 anos sorriu. Não tinha interesse em se entreter com mulheres como ela. Apesar de que sabia que seria uma honra por se tratar de uma tribo ancestral.

— Eu sinceramente agradeço o presente do Rei de Zhao, mas terei que recusar — ergueu a mão para um eunuco de seu palácio para que se aproximasse da mulher — Permitirei que seja levada a um aposento para que descanse de sua longa viagem — a mulher encarou o eunuco com os olhos apertados. Se ela gostou ou não da situação, não era problema dele. O eunuco a levou para fora do palácio e a encaminhou para um aposento mais reservado.

[1] Desejo e Poder, O Império de Han [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora