CAP 12 - Heartless

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— Acho que já está ficando muito escuro — olhei para a pequena que estava comendo morango —, vamos?

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— Acho que já está ficando muito escuro — olhei para a pequena que estava comendo morango —, vamos?

— Vamos. — termina de comer e levanta, começando a recolher algumas coisas.

Eu ajudo a guardar tudo na cesta de piquenique e o resto numa sacolinha. 

Voltamos para casa conversando sobre os gostos de Ayla. Ela me disse que o sonho dela era se tornar veterinária, pois gostava muito de animais. Também me disse que seu animal preferido era um sapo — isso me assustou um pouco —, porque amava o filme A princesa e o sapo.

— Acho que vou tomar um banho antes de irmos assistir o filme — avisou, olhando para mim.

— Tá bom. Também vou, mas antes tenho que arrumar as coisas que trouxemos de volta.

Ela assentiu com a cabeça e depois saiu correndo para o segundo andar.

Vou para a cozinha e coloco a cesta em cima do mármore da bancada para colocar as comidas que não comemos na geladeira e nos armários.

Terminei de guardar tudo e fui em direção ao corredor que dá em direção às escadas, mas parei vendo a porta meio aberta que dava na sala de treinamento do meu pai. Ele tinha essa sala mas certamente nem usava, já que só vínhamos

para cá nas férias e ele mal parava aqui, então sempre ficava fechada.

Empurrei a porta entrando na sala gigantesca. O lugar estava iluminado e sons altos de alguém dando vários socos, invadiu meus ouvidos, andei pela sala até ver o Liam socando sem parar o saco de pancada pendurado no teto. Seu corpo estava virado em minha direção, mas ele não percebeu minha presença no lugar, parecia que estava em outro mundo.

Seu corpo se mexia enquanto mais socos eram desferidos no objeto em sua frente. Ele murmurava algo dos tipos: 

Eu tenho que fazer isso! Ele não pode! Eu não posso. Maldito! Eu não te controlo e você não me controla.

Não entendo o que isso significa, mas ele está descontrolado. Ando em sua direção até chegar ao seu lado.

— Liam — chamei, mas ele não parou

Olhei para seu rosto que estava focado no saco de pancada, o suor pingava em sua testa e no resto do corpo. Levantei minha mão tocando suas costas e foi aí que ele virou em minha direção, em fração de segundos me empurrou contra a mesa segurando meus braços e apertando meus dois punhos contra a superfície.

— Liam — ofeguei — Liam!

Ele está descontrolado! 

— Liam, você está me machucando! — seu aperto começou a se afrouxar, mas ele não soltou — Liam!

Tentei puxar minhas mãos do seu agarre, mas só consegui tirar uma.

Olhei em volta procurando algo que poderia parar ele, mas só achei facas. Está começando a doer onde ele aperta em meu braço preso.

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