Ressurgimento

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A escrita consistente ajuda minhas mãos a permanecerem fortes! Minha versão de Eyeless Jack fará algumas coisas estranhas por vir – desculpe antecipadamente por alguns conceitos dignos de arrepiar. Em minha defesa, ele é um monstro, afinal. Então não podemos limitá-lo a ser um serial killer :v. Aproveitar!




🔪🔪🔪




Quando Anessa abriu os olhos, ela não sentiu nada. Sem frio. Sem dor. 

O céu acima dela estava em transição para as faixas rosadas do crepúsculo cercadas pelas altas silhuetas dos pinheiros. Por um momento a imagem ficou nítida, mas depois desapareceu. Ela não conseguia se concentrar no que estava ao seu redor, porque sentia que entrava e saía da consciência. 

Onde... estou...

Ela não conseguiu terminar o pensamento – o que ela estava pensando? O que aconteceu... antes de tudo isso? Foi tudo um borrão, então e agora. Anessa sentiu como se estivesse flutuando na água. Completamente sem peso no corpo e na mente. Logo ela se perdeu naquele sentimento, e em poucos instantes ela estava desaparecendo na escuridão novamente. 

O estranho a arrastava pela neve, o tornozelo esquerdo preso por seu aperto firme enquanto ele caminhava pela trilha que só ele conhecia. Ele não tinha muito com o que se preocupar – a mulher estava acabada. O golpe que ela deu nele mais cedo deixou uma sensação de hematoma na lateral de seu abdômen. Um grunhido escapa de seus lábios mascarados. Ele odiava quando ficava arrogante. Foi uma perda de tempo deixá-la acertar livremente, mas Jack estava curioso. Ele queria ver tudo o que ela tinha, e isso o surpreendeu o suficiente para fazê-lo inclinar a cabeça, mas não o suficiente para movê-lo. Mesmo depois que o galho se partiu e se partiu em dois, ele ainda permaneceu de pé, ileso, inalterado, e isso a deixou boquiaberta. Ele podia imaginar o horror absoluto nos olhos dela, e isso fez sua pele formigar pela milionésima vez naquele dia. 

Tão divertido.

Quando chegou o momento, e era hora de ganhar sua dose noturna, ele não teve coragem de abater o cordeiro. Mesmo no auge de seu medo, o pico que ele trabalhou tão duro para levá-la, o pico que os tornou mais macios e frescos, ele ainda não a matou. 

Jack sentiu-se cravando as unhas no tornozelo dela, recebendo um grunhido silencioso de sua vítima. Ela se mexeu o suficiente para acordar e ver o céu ficando mais escuro agora. Seus olhos estavam vidrados, quase sem vida, mas ele ainda podia ver sua respiração congelada saindo lentamente de seus lábios entreabertos. A perda de sangue estava cobrando seu preço. A essa altura, Jack sabia que ela estava se sentindo relaxada, talvez aquecida. Sua dor provavelmente se transformou em uma calmaria entorpecente e, se ela voltasse a dormir naquele sono profundo, nunca mais acordaria. 

De repente, a mente de Jack o sobrecarregou com um pensamento.

“…”

Dando um último passo, ele faz uma pausa para olhar para ela, a elevação de seu peito tendo uma pausa perigosamente longa entre eles. Ele olhou através de suas órbitas escuras, de alguma forma sendo capaz de ver a figura dela na neve gelada, e notou como sua pele era branca como papel. Jack deu outro aperto no tornozelo dela, quase a ponto de quebrar o osso, mas não produziu nada além de um leve suspiro. Sua mandíbula se aperta e ele range os dentes afiados, pensativo. Se ele a deixasse morrer agora, ele poderia simplesmente armazenar a carne. Dessa forma, ele tinha o suficiente para durar o mês. 

Carne crua (Eyeless Jack)Onde histórias criam vida. Descubra agora