Capítulo 6

470 32 30
                                    

Ramiro hesitava em frente ao escritório do patrão, tinha acordado cedo como de costume, já que tinha sido atormentando por mais um de seus sonhos com Kevin para variar.

Ele andava de um lado para o outro ainda sem coragem de entrar na sala para pedir a tal folga, quando sentiu o celular vibrar no bolso da calça e ao reconhecer o nome de Kevinho tela sorriu.

— Alô? — Atendeu o peão

— "Já pediu a folga?" — Perguntou Kelvin como se adivinhasse que Ramiro iria hesitar em pedir a tal folga.

— Bom dia "pr'ocê" também e não ainda não. "Tô" em frente do escritório do patrão — Respondeu passando a mão nervosamente pelos cabelos.

— "Tá esperando o que? Bate logo na porta e pede a folga" — Instruiu Kelvin. Ramiro não podia voltar atrás agora, ele já tinha criado todo um cenário fictício na sua cabeça. Aquele date tinha que rolar.

— Kevin num é assim tão fácil, o que, que eu vou dizer pro patrão pra justifica perde o dia de serviço? — Perguntou Ramiro abaixando a voz

— "Ué diz que você tem uma vida e você vai sair com o seu... Amigo" — Sugeriu, pensando que ficaria bem mais feliz se Ramiro dissesse que queria sair o seu namorado, mas achou que era cedo demais para ele.

— Até parece que num conhece o patrão, ele nunca que ia "dexa" eu falta no "trabaio" por uma besteira dessa — Respondeu Ramiro, Kevin só podia ter perdido um parafuso para sugerir algo assim.

—"Besteira é? Então pode esquecer as aulas particulares e os "apertãozinho" viu seu Ramiro" — Ameaçou Kelvin

— Não! — Exclamou Ramiro rápido demais. Tudo menos ficar sem os seus "apertão" — Tá "bão" eu "vô" fala "cum" o patrão — Resmungou ele, insatisfeito ao ser colocado contra a parede

— Eu já "tô" prontinha. "Cê" tem 15 minutos — Finalizou Kelvin desligando o telefone na cara de Ramiro.

—Espera! Alô? Alô? — Chamou Ramiro afastando o celular da orelha e vendo que a chamada tinha sido encerrada — Esse pequetito tá ficando abusado — Comentou sem conter o sorriso

Ramiro olhou de novo para a porta do escritório, fez uma careta, respirou fundo, levantou as calças e bateu na porta.

— "Entra" — A voz de Antônio soou de dentro da sala

— Licença patrão — Pediu Ramiro ao entrar.

— Já de pé tão cedo Ramiro — Falou Antônio sem nem olhar em sua direção

— Que que é isso patrão, eu sempre acordo com as "galinha" pra pega no batente — Defendeu–se. Ele sempre tinha sido um empregado dedicado isso o seu patrão não podia negar.

— Tá, tá, o que você quer aqui tão cedo? — Perguntou o patrão já impaciente com a enrolação do peão

— Patrão eu queria pergunta se o senhor... — Ramiro hesitou. E se o seu patrão se irritasse?

— Anda homem desembucha logo — Disse Antônio gesticulando para que ele falasse mais rápido

— É que eu queria sabe se assim eu podia tira o dia de folga — Disse apressadamente antes que o seu patrão perdesse a sua paciência que era quase inexistente

— Dia de folga? Pra quê? Alguém morreu? — Perguntou Antônio surpreso com o pedido. Ramiro nunca pedia folga.

— Não patrão — Respondeu

— Então é você que tá morrendo por acaso? — Voltou a perguntar

— "Crêemdeuspai" patrão, "craro" que não — Respondeu Ramiro fazendo o sinal da cruz.

Sempre teremos a nova primaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora