— Então deixa ver se eu entendi. Você disse que estava indo ver o Ramiro e ouviu o doutor Antônio conversando com um homem sobre matar uma pessoa, é isso? — Perguntou Marino pela terceira vez.
— É foi o que disse — Reafirmou Kelvin
— E o Ramiro estava com eles? — Questionou o delegado
— Não — Mentiu Kelvin da forma mais convincente que conseguia
— Entendi... Mas porque você não contou isso após o atentado quando interroguei vocês lá no Naitandei? — Marino ainda estava desconfiado
— Porque eu não liguei os pontos naquela hora, uma pessoa tinha levado um tiro bem na minha frente delegado, não estava pensando direito, mas assim que liguei os pontos eu fui contar para Aline e ela pediu para eu vir aqui — Kelvin temia mentir para a polícia, mas precisava fazer alguma coisa.
— Você conseguiria fazer uma descrição detalhada do homem que você viu conversando com o Antônio?
— Acho que sim, mas de onde eu estava não dava para ver muito bem — Respondeu Kelvin apreensivo, se a polícia pegasse o tal Setembrino eles poderiam chegar até Ramiro, coisa que Kelvin não queria que acontecesse.
Quando ele foi até a casa da Aline mais cedo, não imaginava que iria virar testemunha e prestaria depoimento na delegacia, ele só queria se livrar do sentimento de culpa e dar um basta as atrocidades de Antônio La Selva, mas agora diante do delegado Marino ele percebeu que se Antônio caísse provavelmente Ramiro iria junto. Ele tentou não envolver o nome do peão, porém se os crimes do produtor viessem á tona a polícia chegaria até Ramiro.
— Então Marino você acha que com o depoimento do Kelvin, a gente consegue colocar o meu pai na cadeia? — Perguntou Caio. Ele estava na casa de Aline e os acompanhou até a delegacia, ele parecia cansado e com muita sede de fazer justiça pelo irmão.
— Não é bem assim, Caio. Só o depoimento de uma pessoa, não é suficiente para prender alguém, e o Kelvin disse que o Antônio não citou o nome da Aline — Explicou Marino
— Mas isso é um absurdo Marino, tá bem óbvio que foi ele que encomendou aquele atirador pra mata a Aline — Caio esfregou o rosto irritado.
— Eu não duvido que tenha sido o Antônio, mas para prender um homem poderoso como o seu pai é necessário ter provas concretas — Marino parecia tão frustrado quanto Caio, ele também tinha os seus motivos para querer Antônio preso.
— Então quer dizer que o depoimento não valeu de nada? — Perguntou Kelvin, indignado, tinha arriscado tudo por nada
— Não, é claro que seu depoimento é importante, agora já podemos traçar uma linha de investigação — Esclareceu o delegado.
Depois de dar mais algumas informações á Marino o liberou. Kelvin suspirou frustrado, esperava que o seu depoimento ajudasse mais.
— Obrigado! Por fazer isso Kelvin — Agradeceu Aline dando tapinhas em seu ombro
— Eu queria poder ajudar mais — Confessou Kelvin
— Você já ajudou muito, se todos tivessem a coragem que você está tendo de denunciar os crimes daquele homem, ele já estaria atrás das grades — Aline parecia otimista.
— A Aline tá certa Kelvin, quem sabe com o seu depoimento, a polícia não descubra alguma coisa — Encorajou Caio.
— Mas Kelvin agora você vai ter que ficar atento, mesmo que o seu depoimento esteja sob sigilo, o doutor Antônio tem meios para descobrir. Você sabe, ele pode acabar indo atrás de você — Aline não podia deixar de se preocupar, a final todos aqueles que tentaram ajudá-la acabaram virando alvos do Antônio ou sendo mortos por ele.
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Sempre teremos a nova primavera
FanficEm um ato impulsivo Ramiro impede que Kelvin volte para Nova Iorque. Agora ambos terão que enfrentar conflitos internos, desafios do tempo e inimigos se quiserem viver esse amor.