Apesar de ter passado a noite inteira abraçado ao seu Kevin, Ramiro não conseguiu relaxar, toda aquela conversa sobre prisão adicionados aquele sonho tiraram o sono do peão, que começava a questionar as suas próprias verdades.
- Bom dia - Disse Kelvin assim que abriu os olhos e deu de cara com Ramiro admirando o teto
- Bom dia Kevin - Respondeu Ramiro direcionando o olhar para ele. Kevin era coisa mais fofa quando acordava, as bochechas coradas, o cabelo desarrumado, os olhos abrindo e fechando lentamente tentando se acostumar com a luz que se infiltrava pela janela. Ramiro acariciou os cabelos de seu pequetito formando um caos ainda maior - Dormiu bem? - Perguntou Ramiro com um sorriso sabendo que ele tinha dormido bem já que velou o seu sono durante toda a noite, mas queria ouvir um pouco mais da sua voz rouca logo após acordar
- Maravilhosamente bem, eu amo quando você dorme comigo, por mim você nunca ia embora - Respondeu Kelvin se aconchegando nós braços de Ramiro.
O peão sentia o mesmo estava ficando cada vez mais difícil voltar para casa e deixar Kevin para trás, cada vez mais a necessidade que sentia para estar com ele aumentava, e com o tempo só algumas horas do dia não saciavam a vontade que sentia de estar com ele, de senti-lo e de toca-lo, não sabia em que momento suas mãos se tornaram tão inquietas.
- É "mior" eu ir embora - Disse Ramiro, porém ele não moveu um músculo para sair da cama
- Ah! não fica só mais um pouquinho - Pediu Kelvin se agarrando mais ainda ao corpo do peão
- Eu num posso Kevin, tenho que tá cedo lá na lavoura - Respondeu Ramiro começando a sofrer os efeitos daquela proximidade toda.
-Pelo menos toma café comigo - Pediu Kelvin com aquele biquinho que Ramiro não conseguia resistir.
- Só um café - Cedeu o peão. Kelvin pulou da cama animado, lavou o rosto rapidamente e desceu para pegar o café dos dois enquanto Ramiro se trocava no quarto.
Ao se aproximar da cozinha ouviu as vozes de Luana e Zeza.
- Que horror, ele não merecia isso - Falou Luana balançando a cabeça em negação
- Queira Deus que não seja permanente - Completou Zezinho com uma expressão de pena
- Do que vocês estão falando? - Perguntou Kelvin assim que adentrou a cozinha. Luana e Zezinho trocaram olhares.
- Estávamos falando do Jônatas - Respondeu Zeza, só a menção ao nome de Jônatas fez o frio na barriga retornar em Kelvin.
- O Rodrigo conversou com o Caio e a Aline hoje de manhã - Acrescentou Luana
- E como ele está? - Perguntou sentindo medo da resposta, só pela expressão no rosto de Luana
- Ele já despertou - Informou Luana
- Graças a Deus, isso é uma ótima notícia - Disse Kelvin soltando um suspiro aliviado
- Ele não está tendo movimento nas pernas, Kelvin - Completou Luana. Aquela notícia foi como um soco em seu estômago, tirando-lhe o ar.
- Como assim? - Kelvin sentia seu coração acelerar
- Os médicos ainda não sabem direito as consequências que o tiro deixou, não sabem se essa perda de sensibilidade é temporária ou permanente - Explicou Luana, Zeza mantinha a cabeça baixa durante toda aquela conversa.
- Tomara que ele fique bem logo - Respondeu Kelvin.
Ele caminhou até a garrafa de café, sentia a mente anestesiada. Kelvin serviu a bandeja de modo automático, seus pensamentos estavam a mil.
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Sempre teremos a nova primavera
أدب الهواةEm um ato impulsivo Ramiro impede que Kelvin volte para Nova Iorque. Agora ambos terão que enfrentar conflitos internos, desafios do tempo e inimigos se quiserem viver esse amor.