Capítulo 1

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Capítulo 1

Ana batia o pé sobre um de seus saltos, qual ela havia retirado dos pés enquanto Christian Grey estava numa videoconferência e demoraria a sair. Queria dizer que era um dia de cão, mas na verdade todos os dias eram, e só o que ela rezava era que tivesse um dia menos pior que o anterior.

Mas não estava tendo!

_ Não, eu disse que era sem pimentões picados! Eram para ser fatiados! Eu peço o mesmo almoço todos os dias há duas semanas, como vocês erraram!? - ela bradou ao telefone, completamente estressada. - Não, você não está me entendendo! Eu disse sem pimentões desse tamanho! Pimentões picados são fatais, entendeu? Eles significam a minha morte porque meu chefe vai picar a minha cabeça se ver isso no prato dele!

Ela bufou alto ao que do outro lado da linha a mulher continuava dizendo que havia um novo cozinheiro no restaurante, e esqueceram de avisar que aquele bendito prato em específico precisava ser com pimentões fatiados.

_ Vai levar quarenta minutos para trazer outro!? - Ana exclamou, percebendo o horário na tela do computador que ela não tirava os olhos.

Em meia hora Christian terminaria a videoconferência, e em meia hora ele precisava ter seu almoço em sua mesa ou então ele fatiaria a própria Ana.

_ Você tem vinte e cinco minutos - Ana avisou, encerrando a ligação antes que a mulher falasse algo mais para acabar com seu dia.

Ela sequer teve tempo de conseguir fechar os olhos para respirar por um segundo e logo Rossel apareceu em sua frente. Ele era o faz tudo da empresa, o cara que todo mundo mandava na rua pegar algo para polpar um pouco do trabalho.

Ela semicerrou os olhos ao perceber que o homem voltava com uma chave na mão.

Uma apenas!

E não era uma que ela precisava.

_ Desculpe, Srta. Ana, mas não consegui com nenhum chaveiro - ele falou em tom de lamentação, colocando o objeto de metal em sua mesa.

Lamentação porque até Russel tinha pena de Ana quando um não era recebido através dela para Christian Grey. Não podia haver "não's" para o chefe e todo mundo sabia, e quando aquilo acontecia nas raras vezes porque de alguma forma era impossível até mesmo em outro planeta algo que Christian quisesse, todos se compadeciam de Ana, porque ela era a única que tinha real contato com o chefe.

_ Não, alguma tem que fazer - insistiu, empurrando a chave de volta para o homem. - Deve ter umas quinze lojas de ferramentas nessa cidade, alguma precisa fazer.

_ Eu fui em todas, senhora, até mesmo fora da cidade - ele contou.

_ Não, eu preciso dessa chave, Russel.

Ele apenas a encarou, juntando as mãos atrás das costas num gesto claro de que não tinha mais o que ele fazer.

Claro que não.

Todos até se esforçavam em conjunto, mas ninguém ultrapassava qualquer limite porque não eram eles quem ouviria quando o "não" fosse repassado ao chefe. Era Ana. E por aquele motivo Ana ultrapassaria até mesmo as leis da física.

Ela deu uma olhava no computador, percebendo que faltavam vinte e cinco minutos para a videoconferência de Christian acabar, e ele ter sua hora do almoço, que estava atrasada naquele dia então estaria ainda pior o seu humor.

Com pressa e decidida, Ana recolocou os saltos, pegou a bendita chave e o celular, e então saiu a passos largos pelo corredor em direção ao elevador.

A Garota Perfeita - 50 TonsOnde histórias criam vida. Descubra agora