Capítulo 14

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Capítulo 14

Ana girou o anel em seu dedo anelar, a aliança de noivado falsa, mas que era muito verdadeira, o diamante discreto e bonito que ela tinha a menina de sempre tocar desde que estava ali.

Sequer teve o pensamento de tirar, nem mesmo com aquela conversa, com a briga, com toda a situação, e sentia que poderia perder seu coração se o fizesse.

Riu consigo mesma.

Uma aliança para um noivado falso era algo tão verdadeiro dentro dela, que poderia quebrar todo o seu coração se algum tivesse que tirar.

O amor era tão maluco, ingênuo, doce e perigoso. Ele transformava pessoas, as fazia voar, serem felizes, confortáveis, do mesmo jeito que podia destruí-las.

Ana encarou mais uma vez em volta, a cabana estava vazia, porém a porta estava escancarada. Christian esteve ali e saiu, e ela ficou, pensando se ele também sentiu aquele mesmo baque quando esteve ali. As cobertas e as luzinhas da noite passada ainda estavam no chão, agora todo bagunçado, os restos de comida eles haviam levado para não atrair animais, mas todos os vestígios do que fizeram naquele chão amontoado de cobertores por baixo da tenda e das luzes amarelas estava ali, atacando Ana e seu coração e sua mente... e até seu corpo, o esquentando ao se lembrar das mãos de Christian, e a fazendo perceber como ela necessitava daquelas mãos, daquele corpo, daqueles olhar.

Viveu muito bem por vinte e três anos, mas agora precisava de Christian para respirar junto dela.

Amar é tão trouxa. Mas tão único. Tão especial. Aquele tipo de conexão que só se pode ter se amar alguém, quando se ama alguém m, e não é qualquer um que pode ter esse privilégio.

Porque é um privilégio amar alguém, um privilégio ainda maior ser amado por alguém. E era a porra do paraíso ter aquele tipo de coisa rara com Christian. Encarou as luzinhas, tão bonitas e românticas, como se ele esforçou para transformar tudo aquilo em algo significativo para ela, como fizeram amor na noite passada.

Mordeu o lábio inferior, o sentindo tremer, os olhos ficando molhados e quentes com todo o baque vindo em sua direção.

Nossa, amava tanto Christian.

Já tinha a noção que o amava, havia percebido e aceitado aquilo, até mesmo declarado na noite passada. Mas sentir a intensidade tão grande daquele sentimento. Não era só um amor normal, não era nada passageiro. Não dava para parar, não tinha prazo de validade. Não conseguia ver uma possiblidade daquilo chegar ao fim ou de algum dia sequer diminuir.

_ Thor, vem aqui! Thor!

Se assustou um instante com o chamado, se virando para o lado de fora, já na varanda da cabana. Ouviu os passos rápidos do grande cachorro, e se preparou para ser atacada por ele, se ajoelhando no chão de madeira para receber suas lambidas e seus pulos de alegria.

_ Ei, garoto - brincou, passando a mão por seu corpo, e ele latiu alto. - Você está bem? - questionou, e riu quando o cachorro que deveria ser assustador, se deitou de barriga para cima e colocou a língua para fora, a encarando em expectativa. - Cara, você perde toda a pose de bandido fazendo isso, sabia? - falou, coçando sua barriga como ele queria.

_ Thor, vem aqui! - a fala chamou atenção de Ana, que enfim encarou mais a cima.

Christian estava do outro lado, um pouco mais perto das escadas, mas não ousou se aproximar, tinha o semblante sério, e não encarava Ana.

A Garota Perfeita - 50 TonsOnde histórias criam vida. Descubra agora