bombeiro ‹ jaywon

de volta nos trilhos?

pov jungwon

se ele tinha odiado tanto, por que estava agindo todo sensível agora?

é incrivelmente irritante as inconstâncias de jay, uma hora ele agia como se estivesse flertando comigo e outra ele me ignorava e me tratava como lixo, como se não bastasse, jogava a culpa em mim.

claro que ele flertou comigo apenas uma vez — quando estava bêbado — mas vamos deixar claro que isso nunca tinha acontecido antes, falamos muitas verdades quando o álcool entra no nosso organismo. no entanto, jay finge que não disse nada, que não estava gostando de tudo, no final resta apenas eu com especulações.

naquela noita, foi realmente difícil decifrar o que ele estava pensando, inicialmente sendo bem distante e depois tinha aqueles malditos olhos, que encarava minha boca e depois meus olhos, naquele maldito triângulo perigoso.

parecia estar pensando coisas e eu passei a dançar conforme a música tocava, até por que, jay estava visivelmente desejoso, passava a língua na boca constantemente, rindo um pouco das minhas reações, infeliz!

só que isso pareceu mudar muito, quando estávamos suados com os corpos batendo um no outro, pude vê-lo um pouco cabisbaixo, como se pensasse em algo mais complicado do que o sexo que fazíamos, eu não consegui capturar mais do que algumas reações suas, já que constatei que jay estava se sentindo mal por sentir tesão por homens.

deve ter sido um choque pra um bêbado, que é hétero, saber que pode ser bi ou gay, eu meio que também me senti mal, fui muito egoísta e segui minhas intuições como se fossem fruto de coisas reais, deduzindo e tomando como verdade as minhas próprias teorias.

sinto que minha cabeça vai explodir, nesses últimos dias só tenho pensado nele, em como conversar com ele pareceu tão bom, agora eu estraguei tudo por que estava carente, não deveria ter dado um passo maior do que a perna.

tem sido complicado conversar com ele, jay é bem recluso quando se trata dos próprios pensamentos, se não for forçado até o limite para falar, ele não fala, não se abre e deixa as pessoas deduzirem o que quiser, por que não se importa em ser subjugado.

é estressante ter que agir da forma que tenho agido pra conseguir migalhas de sua atenção, só queria consertar as coisas e voltar a detestá-lo, o mundo parecia girar melhor assim.

estou em casa, é final de semana e eu não quero sair, penso que pode ser uma boa ideia ir na casa dele, mas o que eu diria? estou farto do mesmo assunto, e eu não quero parecer um obcecado.

pra ser realista, só precisava saber do por que dele fazer aquelas expressões, me levando a não tocá-lo tanto quanto queria, tentando fazer do momento o mais breve possível para não se tornar uma memória torturante pra ele, mas novamente, sou só eu e minhas teorias.

a campainha toca e eu corro até a porta, secretamente rezando para que seja alguém com um sorriso de amazon irritante, mas não é e meu sorriso murcha quando encontro jiwoo na porta.

o que ele quer agora? não somos próximos, de qualquer forma, vou dispensá-lo, não quero visitas.

— oi? — assim que abri a porta, ele sorri e eu acho estranho.

— fala wonie! — não sei quando dei permissão pra ele me chamar assim, a forma como ele força intimidade está me incomodando.

— wonie?

— desculpa, ele está bêbado. — só então noto a terceira pessoa no ambiente, jay surge segurando os ombros dele, talvez estivesse em seu quitinete e percebeu a fuga do seu amigo um pouco tarde, já que ele está me atormentando agora.