bombeiro ‹ jaywon

consequências

faziam, pra ser mais preciso, vinte e cinco minutos que jay e jungwon estavam quietos, ninguém com coragem o suficiente pra quebrar o gelo e jay sabia que vacilou um pouco.

yang estava focado na tv, as bebidas acabaram e por algum motivo não queria se mover, tudo parecia culminar numa nova conversa vergonhosa.

jay aproveitou a atenção de jungwon para encará-lo melhor, na realidade, até que ele não era tão feio assim, tinha um nariz empinadinho, o cheiro de lavanda vindos do cabelo meio molhado de yang o fazendo pensar coisas ainda mais.

em algum momento quando jay saiu para comprar as bebidas, yang aproveitou para tomar um banho rápido, queria estar cheiroso, mas nem ele mesmo sabia o porquê.

ou sabia muito, até demais.

— dá pra parar de ficar me encarando, na moral. — jungwon não tirou os olhos da tv, as orelhas num tom avermelhado o fazendo parecer bem sexy, na visão alterada de jay.

— é que você não é tão feio quanto pensei.

— achei que fosse Hetero com H maiúsculo. — yang finalmente encontra os olhos de jay e meio que se arrepende, mas não sabe o motivo, talvez ver jongseong com aquele capuz da jaqueta sobre a cabeça o tenha deixado bonito demais.

a sala estava quente e ele não viu quando a temperatura começou a subir tanto, jay tinha alguns fios colados na testa, suado.

— isso não tem nada a ver, e olha foi mal falar aquilo, eu não sabia, mas por que você prefere... sabe, fazer por baixo? — jongseong estava realmente curioso e jungwon não podia culpá-lo, mas porra pra que ficar perguntando?!

— eu não quero falar sobre isso.

jungwon vê os olhos de jay se estreitarem, como se fosse fazer algum tipo de piadinha, e é claro que ia ou não seria o odiavel jongseong que yang conhecia muito bem.

— será que é porque não faz direito por cima? — jay riu de forma bem maldosa, estava dando o troco pelo que jungwon falou mais cedo, só não esperava que fosse ser empurrado pro chão pelo pescoço e um yang bastante nervoso por cima, perigosamente encostando suas intimidades.

— se eu fosse você eu não especularia.

jay ficou branco como uma vela, primeiro porquê foi pego de surpresa, segundo porquê nunca que ia deixar jungwon comê-lo. em pane, jongseong só ficou estático, processando os últimos movimentos, algo estranho tocando sua coxa constantemente. a situação piora quando jungwon toma aquele silêncio como um bilhete de passagem e desce uma das mãos para a fivela da calça de jay.

como um estalo, jay acorda e muito rápido pra alguém bêbado, segura a mão de jungwon enquanto empurrava seu corpo contra o chão, o virando de costas, prendendo uma das mãos dele atrás da coluna, um movimento aprendido nas aulas de alto defesa que fez quando era mais jovem.

mas certamente jongseong não estava se defendendo, só queria mostrar pra jungwon quem mandava.

— nem pense que vai me comer. — jay segurava a mão e o pescoço de jungwon com muita força, poderia machucá-lo já que o chão era duro, mas no momento sequer deu importância. em contrapartida, jungwon gostou muito.

yang tenta mexer seu braço imobilizado, jay não afrouxa o aperto em nenhum instante, o capuz do moletom que também usava atrapalhando sua visão periférica.

quando conseguiu virar para o lado o pescoço imobilizado pela outra mão de jay, o fuzilou com as íris queimando, a covinha bem evidente diante o esforço que ainda fazia pra tentar sair.

os efeitos da bebida pareciam ter trazido um efeito maior depois de ter levantado anteriormente, não ia negar que toda aquela masculinidade de jay estava afetando seu modo de pensar e agora de agir, pois levantou um pouco o quadril, conseguindo se apoiar nos joelhos.

a posição parecia muito comprometora agora, já que jungwon estava literalmente de quatro, não foi a intenção de yang parecer tão promíscuo, mas queria se soltar daquela manobra de jay e parecia vantajoso se apoiar nos joelhos.

alguém com H maiúsculo no hetero não aceitaria ficar atrás de outro homem daquele jeito. mas jay ficou e não queria admitir que estava ficando bem animadinho, já que encostou a pélvis na bunda de jungwon.

jay decidiu que lidaria com as consequências depois, apesar de que o momento pra agir coerentemente era agora, estava sob efeito do álcool e falaria isso até o dia de sua morte, jongseong estava fugindo de uma pequena parte de sua mente, agindo como se esse dejeso brotasse da situação atual, quando na verdade tinha um segredo mais obscuro.

no início, pensou no que estava fazendo, mas lembrem-se que jay está alterado e suas decisões perante o que viria a seguir também não teriam rumos tão certos assim.

porém, com o contato, assemelhava muito que houve uma conversa telepática, os olhos de jay encarando os de jungwon como se falasse certas coisas, era preciso de muito esforço pra sair daquela situação agora, e jongseong estava disposto a mostrar pra jungwon que sabia fazer direitinho.

mas não ultrapassaria o limite, não seguiria em frente sem que ouvisse da própria boca de jungwon o que ele queria, poderia ficar naquele impasse a vida toda se yang quisesse.

sabia como ninguém que jungwon aceitaria, daria passagem pro que quer que jay estivesse disposto a fazer com ele, mas digamos que os dois eram orgulhosos como o inferno, e admitir o que queriam não ia acontecer.

só que jungwon estava mais alterado do que aparentava, e no fundo, mesmo sóbrio, embarcaria nessa de cabeça.

a sensação era de estar naquela guerra fria a muitos minutos, mas não passou de alguns instantes, o cérebro inebriado de ambos tornando tudo lento.

— por favor... — jungwon aproxima sua bunda ainda mais da pélvis de jay, esfregando-se nela lentamente.

aquilo foi o bastante pra fazer com que jay encarasse as latinhas de cerveja enquanto soltava jungwon e começava a desafivelar o cinto da calça, não precisava de cerimônia e yang nem queria, estava focado demais em descer a calça e voltar a se posicionar como antes.

agora tudo estava selado, jay não pensou nas consequências do ato a longo prazo, jungwon pouco se importava com o que viria na manhã seguinte, a única coisa que os dois tinham em mente era que fuder era bom demais, e jay sabia que não esqueceria da imagem de um jungwon tendo os cabelos puxados pra trás enquanto gemia baixinho, e yang estava ciente de que jamais se esqueceria da sensação de ter o rosto pressionado contra o chão, ao mesmo tempo em que a outra mão de jay segurava com força sua cintura, num movimento gostoso de vai e vem frenético.

no fim, jongseong constatou que quem saiu fudido foi ele.