pov jayser convidado por jungwon para dormir em sua casa me pegou de surpresa, sem reação ou coragem pra negar, somente aceitei aquela oferta descabida, meus pensamentos bem embaralhados por beber demais também não ajudava.
decidi que precisava tomar um ar, eu estava ficando nervoso por antecipação, mas por quê?
— deixa só eu ir comprar umas bebidas. — nem ouvi o que jungwon disse sobre isso, dei no pé e fui para a loja de conveniência mais próximo.
comprei cigarro e fumei em frente ao mercadinho, estava pensando em dormir na rua mesmo, tudo parecia bem melhor do que ficar perto de jungwon, ainda mais quando se está bêbado e já teve uma quedinha por ele na faculdade.
claro que guardo ressentimento até hoje por certas coisas, digamos que eu possa ser muito infantil quando quero, mas quem ficaria feliz por levar um fora de um garoto que até então parecia muito fofo e receptivo?
tá, eu sei que ninguém tem a obrigação de aceitar e blah blah blah, só me deixa lamentar.
acho que demorei demais, já que jungwon não estava mais cheirando a bebida e tava bem arrumadinho pra quem ia só dormir essa noite, minhas mãos voltaram a transpirar e eu achei melhor colocar meu capuz, assim não teria que vê-lo pela minha visão periférica.
jungwon estar assistindo um dos meus programas favoritos me pegou um pouco, ele sorria a cada resgate que faziam e soltava um "oh" para as frases de efeito que os bombeiros falavam, era realmente fofinho.
depois disso, não sei o motivo de ter sido tão idiota em algumas falas, talvez meu modo bêbado tenha pensado que a bebida é um passe livre pra agir ou falar o que quiser, a questão é que agora eu preciso ajeitar alguns errinhos.
eu não sabia que jungwon era gay, só deduzi na faculdade, tanto que isso me levou a chamá-lo pra sair, só que ele recusou e disse que era hétero, eu estava confuso, muito confuso.
eu pedi pra minha amiga chamar ele pra sair por mim, eu estava levemente envergonhado de fazê-lo eu mesmo, então pedi pra ela mandar um recado, ainda bem que não fui e poupei o vexame.
enfim, agora estava ali, caído no chão com ele encima de mim, com a cara muito séria, mas que eu achei engraçada por estar alterado e, secretamente, feliz por ter ele daquele jeito.
eu poderia recuar, já que não parece muito certo transar com alguém assim enquanto está bêbado, ele só parecia, até então, um pouco nervoso.
jungwon sempre foi alguém que gostava de mostrar quando estava certo, como agora, só que eu também gosto e eu adoro joguinhos.
yang aparentava estar muito mais sobre o efeito do álcool do que eu, foi muito fácil derrubá-lo, virar de costas e prendê-lo, jungwon mais sóbrio daria muito mais trabalho.
aquela posição foi tentadora, minha antiga paixonite bem ali, a outra mão livre de jungwon estava parada, ele não fazia tanto esforço pra sair, como se nem quisesse de fato. ao vê-lo de quatro, minha mente explodiu, eu queria muito beijá-lo naquele momento, fazer o que quiser por algumas horas, isso se ele também quisesse, é claro.
eu estava mais pensativo do que falante, estar embriagado não ajudou em tomar decisões racionais, o tempo todo olhava para as latinhas, buscando uma culpada para aquele monte de tesão reprimido, certamente a culpada seria a bebida, eu nunca fui homem o bastante pra assumir algumas responsabilidades.
como quem não quer nada, aproximei meu pau em jungwon, porra por que ninguém batia na porta? por que ninguém ligava? por que ninguém dos quartos ao lado fazia barulho pra nos assustar? por que por que por que?
a hora para interromper tudo era agora!!
mas ninguém apareceu, nenhuma pessoa bateu na porta ou ligou para um de nós dois, somente jungwon que interrompeu meus pensamentos incoerentes com um “por favor” que me enlouqueceu.
encarei as latinhas como um destino certo, amanhã tudo seria por causa delas e hoje, eu aproveitaria cada minuto.
jungwon não quis me beijar com o passar dos minutos da nossa pequena diversão, o momento em que eu meti bem devagarzinho e me abaixei, virando seu rosto pra beijar aquela boquinha, mas ele virou o rosto para o outro lado, não disse nada e eu fiquei triste pra caralho.
ele sequer parecia querer olhar em meus olhos, a única posição que aceitava, era qualquer uma que o impedisse de ter contato visual comigo, era frustrante em níveis altíssimos, e eu descontava tudo isso nele próprio, batendo em sua bunda e pressionando aquele rosto miserável contra o chão, o ouvindo falar algo como “isso porra”.
foi tudo muito triste, pra ser realista, sem beijo, sem contato visual, sem aquela chama de pessoas apaixonadas, descobri que jungwon quando estava bêbado, era carente pra caramba, e só veio a calhar eu estar ali. nunca foi uma escolha especial, pra falar a verdade.
aproveitou o fato de que já fui afeiçoado por ele no passado, usou também a situação de nós dois estarmos bêbados, tudo ao seu favor, um imbecil esperto.
mas eu também usei elementos ao meu favor, eu também aproveitei o álcool pra agir como bem entendesse, também quis que ele me usasse um pouco, por que eu também queria aquilo tanto quanto ele, eu estou agindo como vítima agora por quê sei que eu serei o único que vai se lembrar de tudo, não no modo literal, já que no fim, ele se lembrou mais do que gostaria, o que quero dizer é que eu serei o único que vai sair afetado.
sabe o termo “pica de mel” que geralmente faz com que qualquer um/a saia totalmente apaixonado/a depois do sexo?
pois é, jungwon tem a porra de um cu de mel.
refletindo sobre tudo isso, constatei que devo fingir que ele não existe, como tenho feito desde a faculdade, guardar meu rancor vai ser muito mais difícil, sei que a imagem que tenho de jungwon agora, é totalmente desfavorável pro meu próprio ódio, mas farei o possível.
agora estou trocando de roupa depois de um treino longo, não sei qual é o estado do meu ap, já que aqueles mocorongos costumam ser bagunceiros.
gostaria de voltar no tempo, nunca ter chamado jungwon para sair, assim não teria tanta aversão por ele, não teria motivos pra ficar nervoso com ele por coisas tão bobas.
talvez, não agiria como um imbecil pra aplacar o ressentimento que sinto até hoje, em contrapartida, nada mudaria, ele continuaria chamando minha atenção como fez da primeira vez.
o observei por semanas de longe, me questionando se teria uma chance, era a primeira vez que sentia esse tipo de atração por alguém do mesmo sexo, e ser rejeitado ante a isso me fez até suspirar aliviado, até por que, meu pai me apoiaria se eu fosse gay ou bi?
eu sou alguém que tem muito medo de decepcionar os pais, eu sei que não teria culpa, mas eu sou o filho único que nunca deu trabalho, é óbvio que teria esse complexo, mas se jungwon me quisesse agora, talvez, só talvez eu assumiria esse risco.
agora eu não consigo escutar nada além da minha própria voz ressoando no fundo da minha mente, eu parei de prestar atenção quando alguém perguntou pro jungwon de onde surgiu aquela marca de mordida na parte de trás do ombro;
— ah, foi um cara maluco com quem estive noite passada.
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bombeiro ‹ jaywon
Fanficjungwon descobre que jay não é bom somente em insultá-lo e jay acaba por lhe dar uma boa lição.